Primeira coisa a ser dita, como no trailer do filme em que o Tom Holland já avisa de cara: se você não viu Vingadores Ultimato, melhor nem ver essa nova aventura do Homem-Aranha, embora mesmo quem não viu ainda o último filme dos Vingadores (se tal pessoa existe) já deve saber o desfecho. Não darei spoilers, mas dito isso, posso dizer que Longe de Casa é um daqueles filmes de entretenimento vazio, mas que flui bem na maior parte do tempo. O filme começa morno e depois melhora consideravelmente, talvez pelas belíssimas imagens de cidades europeias, ou talvez pela previsível, mas interessante mudança de rumo que o filme toma em determinado momento devido ao vilão da história. Porém não se engane. Longe de Casa é um filme raso, de piadas dispensáveis e previsibilidade nas alturas. O roteiro é fraco, algumas cenas vexatórias, ainda mais pensando no potencial da história a ser contada. Contudo, é um filme de puro entretenimento fácil, que se prende no carisma de seu protagonista e de seu vilão para engrenar. Triste ver uma ideia tão consistente ser diluída em efeitos especiais de médio impacto e uma fragilidade narrativa gritante. A forma com que tudo se resolve é simplista demais, também. Por outro lado, é divertido ver essa aventura, pois Tom Holland é carismático e tem mesmo o perfil do aracnídeo. E apesar dos diálogos superficiais, o filme prende a atenção. Tudo bem que temos todos os estereótipos e dilemas chinfrins que já estamos acostumados, mas ainda assim o filme consegue divertir. Há 2 cenas pós-crédito: a primeira talvez seja a melhor que eu lembre de ter visto no universo Marvel, que chega a causar aquele impacto, tipo “E agora? Vou ter que esperar o próximo filme pra ver...”. Entre muitos altos e baixos, o filme consegue ser mais interessante que Ultimato, mas está longe de ser um filme memorável. É pra ser assistido e ser esquecido em seguida, como a maior parte dos filmes do gênero. Mas com pipoca e refrigerante, é diversão certa para uma tarde despretensiosa.