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    O Gabinete do Doutor Caligari
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    4,1
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    Diego S.
    Diego S.

    16 seguidores 6 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 22 de janeiro de 2016
    ''O Gabinete do Doutor Caligari'' é um dos filmes mais inovadores e divisor de águas na historia do cinema.Isso é inegável pra qualquer cinéfilo ou cineasta. Lançado em 1920, o filme ainda gera muita discussão e muitas influências desde Tim Burton até Martin Scorcese. Mas para entender a importância desse filme, precisamos entender o contexto da época.Naquela tempo, os filmes dos irmãos Lumière estavam se tornando cada vez mais documentais,portanto mais próximos da realidade.Ao mesmo tempo, Alemanha passava por diversas crises devido a derrota da primeira guerra mundial. O povo sofria e precisava de uma forma de escapar da dolorosa realidade . Ai que entra o expressionismo alemão,um icônico movimento no cinema e em outras artes .E foi ''Doutor Caligari'' que inaugurou esse movimento . Iniciando uma leva de filmes que possuem uma história e estética que apresentam um mundo fantástico que foge totalmente da realidade.
    O filme é contado em forma de flashback pelo personagem chamado ''Francis''. A história se passa numa cidade da Alemanha. lá, acontece um show de ''freaks''. E uma das atrações é o suposto Doutor Caligari que apresenta um sonambulo(Cesare) que obedece todas as suas ordens e que pode prever o futuro. O sonambulo quando questionado pelo amigo de Francis,Alan, sobre quanto tempo de vida lhe resta ,ele responde que tem até o amanhecer. Logo, fica claro que Doutor Caligari e seu sonambulo "fazem'' o futuro das pessoas. À comando de seu mestre ,Cesare mata Alan e inicia-se assim uma série de assassinatos na cidade.Francis descobre que a dupla esta por trás disso. E então vem o primeiro ''plot twist'' do filme(a reviravolta inesperada):o Doutor Caligari é um impostor, ele é apenas um diretor de um hospício que ficou obcecado pelo estudo do verdadeiro Caligari sobre sonambulismo .Depois de ler essas histórias ,viu que ele costumava fazer com que o sonambulo matasse as pessoas pra ver se ele poderia ou não obedecer as suas próprias vontades. Querendo transcender os seus estudos, ele optou por seguir os mesmos passos desse e refazer toda a história.Parece então que o mistério foi resolvido. Mas então temos o segundo grande ''plot twist'' em que descobrimos que toda essa história foi inventada pelo próprio Francis e que este é apenas mais um paciente mentalmente desequilibrado do hospício do verdadeiro Doutor Caligari.
    O filme é tecnicamente bonito e sombrio. Pra começar, ele possui uma ótica,fotografia e cenários completamente distorcidos e bizarros. Tudo nesse filme tem uma forma diferente . E todo o cenário foi construído e pintado fisicamente justamente pelo fato deles não conseguirem distorcer objetos reais,como uma montanha por exemplo. É como se fosse uma peça de teatro sendo filmada.Ele não tem muitos planos ,nem contra-planos e a camera é fixa.A ambientação e textura do filme é bizarra e estilística. Fazendo com que cada frame seja quase como uma tela de um quadro.Mas existem dois motivos pro filme ser desse jeito :

    -Trata-se da marca do expressionismo alemão.

    -O filme inteiro é contado na ótica de um psicopata. Fazendo um paralelo dos objetos distorcidos com a mente do personagem mentalmente desequilibrado.

    Influencias depois de quase 100 anos depois de seu lançamento:

    O filme exerce uma grande influência no genero de fantasia,assim como no de terror.Há muitas sequências icônicas que serviram de influência direta para "Nosferatu" e ''Frankenstein". Por exemplo,a cena que Cesare sai do caixão pela primeira vez contra luz. Ou a cena em que Cesare foge pela cidade carregando a garota no ombro.
    E seu clima gótico viria a influciar diversos filmes como ''Beetlejuice Os Fantasmas se Divertem" e "Edward Mãos-de-Tesoura'' .E se voce achou que "Ilha Do Medo"(2010) de Martin Scorcese tinha um final inesperado e surpreendente, saiba que ele é completamente imitado de ''O Gabinete do Doutor Caligari''.
    Roberto O.
    Roberto O.

    23 seguidores 59 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 24 de outubro de 2016
    A Origem, de Christopher Nolan e Ilha do Medo, de Martin Scorsese, ambos lançados em 2010, e coincidentemente protagonizados por Leonardo Di Caprio, têm algo mais em comum, a complexidade narrativa. O primeiro subverte a realidade e distorce a gravidade com sonhos dentro de sonhos de alguém que talvez também esteja sonhando, enquanto que o segundo conta uma história investigativa que, ao final, percebemos estar se passando em um lugar diferente do que imaginávamos, comprometendo drasticamente o destino do protagonista. Estas são apenas duas entre tantas obras cinematográficas que, de uma forma ou de outra, remetem a um dos maiores expoentes do expressionismo alemão, um filme mudo lançado em 1920, considerado por muitos como o primeiro grande longa-metragem de terror da história do cinema, e dotado de uma composição visual gótica e bizarra, além de um roteiro surpreendente e arrebatador, com direito a reviravolta no final. Trata-se de O Gabinete do Dr. Caligari.
    O intrigante roteiro escrito por Hans Janowitz e Carl Mayer nos leva a conhecer Francis (Friedrich Feher) que, sentado em uma praça, começa a contar para seu colega ao lado a história que o trouxe até ali. Acompanhamos, então, em um longo flashback (que compreende a maior parte da narrativa), o surgimento de um novo ilusionista na cidade, o Dr. Caligari (Werner Krauss), e seu assistente, o sorumbático Cesare (Conrad Veidt), sonâmbulo na maior parte do tempo e que, quando acordado, teria a habilidade de prever o futuro. Quando um amigo de Francis pede a Cesare que lhe diga até quando vai viver, este responde: “Só até o amanhecer!”, para desespero do rapaz, que não pensou nas consequências da resposta à sua pergunta tão específica. A ‘profecia’ se cumpre. Há também outros assassinatos e a tentativa de mais um, provocando o terror naquela comunidade. A moça que sobreviveu ao ataque, Jane (Lil Dagover), a amada de Francis, identifica Cesare como seu algoz, o que leva todos a acreditarem que Caligari seja o mentor das mortes. Voltando do flashback, quando Francis termina seu relato, no ato final do filme, é revelado onde ele de fato está, qual a identidade real de Caligari e, por fim, qual é a verdadeira história.
    Absurdamente inovador, este filme deu um salto enorme na construção de roteiros, abrindo o leque para inúmeras possibilidades, que não precisariam se prender à cronologia, nem à ‘veracidade’ dos fatos narrados. Contemporâneo do expressionismo alemão, o gênero conhecido como film noir, que seria muito popular no cinema norte-americano dos anos 1930 aos 50, também explorou vastamente as narrativas entrecortadas, idas e vindas no tempo, cenas filmadas por vários pontos de vista, implementando novos conceitos à linguagem cinematográfica, então em plena evolução. Foi o caso do divisor de águas Cidadão Kane, de Orson Welles, de 1941 e, 15 anos depois, de O Grande Golpe, dirigido por um cineasta novato, um tal de Stanley Kubrick. E na virada para os anos 2000, o mundo ficou pasmo com um filme que fez um imenso sucesso ao trazer uma inesperada e chocante surpresa em seu final, O Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan que, por sua vez, deu início a uma nova onda de ‘filmes com reviravolta’, presentes até hoje, principalmente nos gêneros de suspense e terror. Neste quesito, Caligari foi pioneiro.
    Outro item de igual importância na consumação da aura em torno desta obra-prima ao longo dos anos é em relação a seu aspecto visual. Alguns cenários e figurinos deste longa em P&B imediatamente nos trazem à memória cenas de filmes realizados pelo mais ‘expressionista’ dos diretores atuais, o gótico Tim Burton. Toda a ambientação claustrofóbica e apavorante, com a geometria quebrada das portas, janelas e paredes (e até os intertítulos que preenchem a tela) deste filme mudo encontram paralelos no curta animado Vincent, que Burton realizou em 1982 e, 30 anos depois, no seu longa animado Frankenweenie. A caracterização do Dr. Caligari é quase idêntica ao Pinguim idealizado por Burton e vivido por Danny De Vito em Batman – O Retorno (1992). E nem é preciso dizer que a predominância do preto nas vestimentas, bem como a palidez propositalmente exagerada dos personagens e o uso inteligente de luzes e sombras que criam ambientações surreais e aterrorizantes, além de serem marcas do expressionismo alemão, muitos anos depois passariam a ser, também, sinônimo de Tim Burton. Há ainda inúmeras outras referências deste filme quase secular espalhadas por diversas obras que permeiam a cultura Pop, de HQs e desenhos animados a séries e filmes, passando por comerciais de TV e videoclipes. Os cenários em P&B sem nenhuma concordância geométrica ou gravitacional de Sin City (2005) de Robert Rodriguez, bem como a fotografia estilizada de quase todos os filmes do também mexicano Guillermo Del Toro, são outros belos exemplos de obras que beberam na fonte de Caligari e do expressionismo alemão.
    Na década de 1920, a Alemanha pós Primeira Guerra Mundial tentava se reconstruir, e o sentimento da nação se refletia em seu cinema, por meio de obras pessimistas, distópicas, sombrias e sem finais felizes. Os realizadores alemães não tinham como prever, mas o pior ainda estava por vir, com a Segunda Guerra Mundial. A exemplo de muitos outros cineastas que trabalhavam na Alemanha na época, Robert Wiene (que dirigiu vários filmes, mas nenhum tão icônico quanto Caligari) deixou o país nos anos 1930, quando a nação já estava mergulhada no nazismo, e a produção cinematográfica se restringia à propagação das ideias de Hitler, o que sepultou qualquer tentativa de continuar a se fazer cinema autoral por lá, além, é claro, da perseguição às obras já feitas e aos seus realizadores. Contudo, cópias das principais obras do expressionismo alemão foram espalhadas pelo mundo e, assim, sobreviveram e aí estão, continuando a inspirar muitos profissionais do cinema e de outras mídias a criarem, ou recontarem, histórias recheadas por caprichos visuais formidáveis. O legado deixado especificamente por O Gabinete do Dr. Caligari é incontestável. Seu roteiro complexo, somado ao seu visual desconcertante lhe garantem um confortável lugar na galeria dos maiores filmes da história do cinema.
    Alvino
    Alvino

    10 seguidores 21 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 18 de janeiro de 2016
    A Introdução do horror que conhecemos hoje foi feita por primórdios como esse. Lento para nós, porém com sua cota de importância histórica.
    O cientista louco é de arrepiar!
    Lucas d.
    Lucas d.

    1 seguidor 18 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 20 de dezembro de 2016
    talvez um dos pioneiros no que se chama hoje plot twist. pena que o desenvolvimento do filme é preguiçoso.E o filme em determinados pontos se torna monótono e de difícil entendimento.
    Sócrates greko
    Sócrates greko

    2 seguidores 115 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 23 de janeiro de 2023
    Um filme espetácular e não só pela sua época. Muitas referências foram tiradas dali por grandes futuros diretores coo; Tim Burton.
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