Início de ano lá nos Estados Unidos significa desastre, pois lá geralmente em Janeiro e Fevereiro só saem os piores filmes possíveis, aqui nós não sofremos tanto disso devido aos filmes do Oscar ou lançamentos atrasados, porém de vez em quando essas bombas de início de ano chegam aqui também e “Deuses do Egito” é um exemplo deles, pois esse é realmente o primeiro completo desastre de 2016.
O que temos aqui é um tipo de filme raro, é daqueles que realmente nada se salva e que chegam a fazer rir diante de tanta idiotice, como “Batman & Robin” ou “Mortal Kombat: Aniquilação” por exemplo, e se você já teve o desprazer de assistir um desses dois filmes você provavelmente já sabe agora o que esperar daqui pra frente. Porém o que mais surpreende é que o diretor é o Alex Proyas que dirigiu “O Corvo” em que provou ser um diretor criativo e também “Eu Robô” que não é nada demais mais ao menos diverte, e eu simplesmente não consigo imaginar o que ouve com ele aqui, pois aqui ele parece um diretor aleatório e sem experiência alguma no ramo.
O enredo desse filme é patético de tão genérica e sem graça, e o roteiro tenta desenrolar tantas tramas dentro de um filme só, mais as desenvolve de maneira pobre e preguiçosa, isso porque eu não comentei sobre os diálogos, que são atrozes e o humor que chega a dar vergonha de tão esquisito em pensar que aquilo esta tentando te fazer rir. Também não posso deixar de lembrar que o filme se passa no Egito, porém todos os atores principais são americanos e britânicos. Isso é ridículo, não é a 1º vez nem a última que Hollywood vai fazer isso, porém esse detalhe nem faz diferença, pois não há material algum para os atores trabalharem.
Você tem o Gerard Butler berrando toda hora seu plano maligno sem sentido, tem o Nikolaj Coster-Waldau totalmente perdido em um personagem antipático e sem vida, tem o Brenton Thwaites imitando o Aladdin, e o Chadwick Boseman em uma das piores interpretações afetadas e exageradas que eu já vi, chega a dar dó do ator.
Daí você lembra que esta num filme de ação, em uma superprodução de 140 milhões de dólares, um orçamento bem alto, e espera que ao menos haja boa ação e visuais bonitos, e nem isso ele entrega. Eu não faço ideia de onde todo esse orçamento foi, pois visualmente esse filme é horrendo, ele foi inteiro feito em tela verde e CGI, o que eu já não considero bom pois requer muita habilidade pra funcionar, e o CGI pra piorar é ruim, você não acredita em nada que passa na tela e mais acha que esta vendo um jogo de Playstation 3 mal acabado.
Já a ação em si é uma bagunça sem limites, há momentos que a ação parece “300” com câmera lenta exagerada, depois a ação fica com a câmera rodando a 360 graus entre os atores o os monstros em CGI feios, depois fica aquela ação freneticamente cortada e quando os deuses viram aqueles seres metálicos gigantes parece “Transformers” porém sem nenhum esforço que o Michael Bay tem. Pra resumir, ela tenta se diferenciar toda hora e termina sendo apenas cenas que não são nem um pouco interessantes e que parecem não terminarem nunca.
A minha experiência de ver este filme no cinema foi muito clara, pois só não saí do cinema porque eu priorizo meu dinheiro mesmo com filmes desse nível.
“Deuses do Egito” não funciona como entretenimento, não funciona como filme de ação e até pode servir como Guilty-Pleasure para alguns, daqueles filmes que é tão ruim que é bom. Mais para mim não deu pois ele é tão convencido de ser grandioso e divertido que mal sabe no buraco enorme em que se enfiou, e se concretiza como uma das piores experiências que já tive no cinema se não a pior. Resta saber se haverá algum outro filme pior pra tirar o “Framboesa de Ouro” dele em 2017, pois caso não, nós temos um vencedor.