Carlos Reichenbach é um dos maiores cineastas do cinema brasileiro, realizou filmes maravilhosos como Alma Corsária, Dois Córregos e Lilian M. E até mesmo em seus filmes menores, no caso os mais recentes, ele consegue realizar obras acima da média e melhor que muita coisa produzida pelo dito melhor cinema do mundo, estou falando de Hollywood. Falsa Loura faz parte de um projeto de quatro filmes de Carlão sobre as operárias paulistas (Garotas do ABC é um exemplo deles), que lutam contra o machismo, para provar que podem exercer as mesmas funções que os operários. O universo feminino nesse segmento é bem retratado pelo diretor que mostra que as mulheres não perdem sua feminilidade por trabalharem em fábricas, Reichenbach mostra os dilemas delas de forma bem realista e sem manequeísmos. No caso, de Falsa Loura, a protagonista Silmara (vivida por uma promisssora atriz Rosanne Mulholland) é uma operária fascinada por um cantor vivido por Cauã Reymond, ela se envolve com ele e vai percebendo aos poucos que sua vida pode tornar-se pior do que já o é. Ela vai se descaminhando e perdendo o estribo de sua vida, rumo a um final melancólico e de profundo vazio. Djin Sganzerla é uma coadjuvante maravilhosa no filme. Maurício Mattar é o ponto negativo do filme: péssimo cantor e ator. Um filme bom de Reichenbach, em suma.