Meados do ano de 1943, em plena 2ª Guerra Mundial, um grupo de seis soldados russos assumem o controle de um prédio em Stalingrado. A medida fragiliza o exército alemão, pois o local é um ponto estratégico às margens do rio Volga, o que, por si só, já garantiria uma estagnação das forças de Hitler dentro da União Soviética. Em paralelo a tensa e arriscada empreitada, o grupo de soldados decide não somente proteger Katya (Mariya Smolnikova), uma jovem moradora do prédio, mas aprender com ela valores pessoais e humanos notórios das vítimas da guerra.
Apesar de usar em toda a sua campanha e material publicitário elementos da guerra propriamente ditos, STALINGRADO - A BATALHA FINAL deixa isso como pano de fundo, pois a verdadeira importância de sua história reside mais nas decisões e implicações pessoais dos soldados do que propriamente no conflito armado. Esse ponto garante um destaque à produção, que acaba abordando um lado mais coerente da guerra, colocando até questionamentos sobre como soldados pensam de forma distinta quando surge o momento de atirar, esteja o inimigo em grau de igualdade ou não.
O roteiro ainda se esforça para mostrar que mesmo soldados do lado rival têm percepções distintas e pessoais da guerra, mas esse contraste possui pouco espaço ante as crueldades da turma de Hitler para com judeus e parentes destes. Do ponto de vista técnico, o filme esbanja qualidade, mostrando como o cinema russo continua a evoluir desde que o cineasta Timur Bekmambetov mostrou que os caras também entendem de cinema de entretenimento.
Embora o diretor Fedor Bondarchuk crie ótimas sequências de ação, repletas de violência e planos bem interessantes, o filme é capaz de ir muito além, mostrando lados distintos, reflexões e questionamentos, sempre com competência e ainda pontuando momentos da segunda grande guerra de forma coerente e reflexiva. Vale a investida em suas mais de 2h, pois o resultado compensa.