Média
2,4
44 notas
Você assistiu Queer ?
3,5
Enviada em 23 de dezembro de 2024
Atuação excelente, mas narrativa se perde e não sustenta qualidade.
Luca Guadagnino adapta Queer, de William S. Burroughs, focando no escritor William Lee (Daniel Craig) e seu relacionamento com Eugene (Drew Starkey) na Cidade do México dos anos 1940. O filme começa bem, com uma construção psicológica eficaz, ótima ambientação e um erotismo bem dosado. A dinâmica entre Craig e Starkey é convincente, com Craig entregando sua melhor performance.

Contudo, o filme perde força à medida que avança. O segundo capítulo, com a viagem pela América Latina, e a sequência na Amazônia tornam-se excessivamente lisérgicas, prejudicando a narrativa. Embora o filme tenha boas intenções, ele se torna mais uma experiência visual do que emocional.

Daniel Craig e Drew Starkey merecem elogios, com Craig sendo reconhecido por seu desempenho, mas Queer é desequilibrado e não atinge o nível de projetos anteriores de Guadagnino.
2,5
Enviada em 15 de janeiro de 2025
Sinopse:
Na Cidade do México de 1950, William Lee, um expatriado americano solitário, vive à margem, limitado a encontros ocasionais com sua pequena comunidade. Tudo muda com a chegada de Eugene, um ex-soldado. Juntos, eles exploram a chance de uma conexão íntima, que desafia o isolamento e as cicatrizes do passado.

Crítica:
"Queer", dirigido por Luca Guadagnino e ambientado na Cidade do México dos anos 1940, é uma obra que promete uma exploração profunda da identidade, amor e marginalização. A adaptação do romance de William S. Burroughs, embora ambiciosa, enfrenta alguns desafios que fazem com que a carga emocional do filme não atinja totalmente seu potencial.

Um dos pontos fortes do filme é a cinematografia deslumbrante e a direção cuidadosa de Guadagnino, que sempre se destaca em capturar a estética de seus cenários. A Cidade do México é apresentada como um personagem em si, cheia de cores vibrantes e uma atmosfera nostálgica que contrasta com a solidão do protagonista. No entanto, essa beleza visual, embora encantadora, às vezes ofusca a profundidade emocional de sua narrativa.

A relação entre o expatriado americano e o homem mais jovem é central para a história, mas a dinâmica entre eles pode parecer esporádica e não tão desenvolvida quanto se gostaria. O espectador é convidado a sentir a intensidade do amor e do desejo, mas a progressão do relacionamento pode parecer apressada, faltando momentos cruciais que teriam enriquecido a conexão emocional. O roteiro de Justin Kuritzkes, apesar de trazer à tona questões relevantes sobre a sexualidade e o preconceito, às vezes se perde em diálogos que não capturam a crueza esperada de Burroughs.

Além disso, a representação de temas como exílio, rejeição e busca por identidade é relevante, mas a narratividade, em alguns momentos, pode ser excessivamente contemplativa, afastando o espectador da ação e do desenrolar da trama. O ritmo do filme oscila, o que pode dificultar a imersão total na experiência emocional proposta.

Em resumo, "Queer" é uma experiência cinematográfica rica em estética, mas que, em certas partes, carece da profundidade emocional e do desenvolvimento de personagens que a narrativa e suas temáticas exigem. Luca Guadagnino apresenta uma visão atraente e sensível, mas a conexão com o público poderia ser mais forte se a trama abraçasse mais intensamente a complexidade dos relacionamentos humanos.
5,0
Enviada em 18 de dezembro de 2024
Nesse lindíssimo filme, Guadagnino magistralmente levou o espectador em uma viagem surrealista e erótica pelos trópicos, através de cenas oníricas que parecem saídas de um quadro de Magritte. A cinematografia foi muito bem trabalhada como já é característico do diretor, e a demonstração do desejo não saciado muito bem representada através das sobreposições na cenas. Drew Starkey cumpriu bem o seu papel como Eugene, porém o holofote é inegavelmente do Daniel Craig, que entregou uma performance sensível e sincera como Lee, desesperado e solitário, solidão essa que o filme consegue passar bem para o espectador, gerando por vezes um desconforto proposital
1,0
Enviada em 29 de janeiro de 2025
Apesar da boa atuação de Daniel, o roteiro é estranho e vai se tornando desconecto, perdendo ou buscando qualquer sentido. A trilha sonora é boa, mas tudo está confuso demais e não temos um propósito.
2,0
Enviada em 17 de janeiro de 2025
A premissa do filme é uma e o que se espera ao longo da projeção fica só no primeiro ato. Aquela expectativa acerca de um possível e enigmatico romance dura muito pouco. Embora seja uma adaptação, o filme não é fiel a sua essência e acaba flertando com outros gênero como drama e aventura, com direito a alguns sustos. Já no final do terceiro ato e principalmente no epílogo, já não conseguia mais associar a ideia central do filme. Além do delírio e das aventuras psicodélicas do personagem Lee, brilhantemente interpretado por Daniel Craig, o filme voa no anacronismo colocando músicas do Nirvana em plena década de 50. Um verdadeiro delírio brochante.
Apostas F1

1 crítica

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0,5
Enviada em 14 de dezembro de 2024
O pior filme que vi na vida, uma viagem na maionese total! Perdi 2h da minha vida, filme muito arrastado
david

1 crítica

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5,0
Enviada em 23 de dezembro de 2024
Filmaço.
Outra obra prima de Guadagnino que não se mantém nas realidades físicas. Ele consegue expandir a obra de Burroughs de uma maneira sinistra.
1,0
Enviada em 17 de fevereiro de 2025
Viagem louca do carai, esse filme! Não tem como você explicar do que se trata. São duas horas sofridas para telespectador.
Aí dentro, viu!!!
5,0
Enviada em 28 de dezembro de 2024
Primeiramente, queria ressaltar como impressiona o pico de criatividade do diretor Luca Guadagnino. No mesmo ano em que lançou Challengers, ainda entregou ao mundo Queer. Sem exagero, ambos os filmes estão entre os meus favoritos de 2024. Mas, por agora, vamos deixar o primeiro longa de lado e focar apenas no mais novo trabalho do italiano.

Queer nos apresenta William Lee, um americano que reside na Cidade do México, como o personagem principal de uma história de amor homoafetivo, e como um homem em busca de uma conexão verdadeira, a qual até então ainda não experimentou com ninguém. "Conversar sem falar", essa talvez seja a síntese perfeita e que é proferida pelo próprio Lee.

É propositalmente irônico como o filme constrói a figura de Lee como esse americano que vive lendo os jornais de sua época (por volta de 1950), e que através disso sai espalhando pelas mesas dos bares sobre como os russos são isso ou aquilo, mas a realidade material de Lee é que ele foi obrigado a fugir de seu próprio país (os — segundo a mesma imprensa burguesa — "bonzinhos dos EUA") justamente pelo preconceito e intolerância efervescentes daquele local. O seu refúgio? O lugar que os conterrâneos de William Lee chamariam de "terceiro mundo".

Assim, as paisagens urbanas e naturais da América Latina servem de inspiração para Guadagnino compor os quadros mais belos para essa história de amor lancinante que vem a se desenhar. Quem conhece um pouco da filmografia do cineasta italiano sabe como ele se destaca como um esteta, mas parece que nos últimos tempos ele tem se entregado até mesmo a um estilo mais maneirista de se fazer cinema. O que, para mim, não há nada do que reclamar. Na verdade, essas novas experimentações cênicas do diretor são verdadeiramente primorosas.

E, claro, quem esperar pelas típicas breguices de Hollywood em retratar o México com aquelas manjadas paletas de cores super amareladas e cenários muitas vezes sujos e tipificados, vai ter uma grata surpresa. Em Queer, esse clichê do México amarelo da lugar muitas vezes a tons frios, como o azul em cenas noturnas de encher os olhos. Guadagnino deliberadamente faz um recorte dos cenários mais belos, não só do México, como também de outros países latinos, para compor a narrativa, quase que os elencando como um terceiro personagem. É uma escolha política e muito acertada (não preciso nem explicar o porquê) que se desvela em uma linda homenagem.

Mas se paisagens deslumbrantes podem sugerir um filme mais impessoal, definitivamente não se apegue a essa proposição. Queer tem como sua característica mais proeminente o lado íntimo. Não coincidentemente, essa dicotomia remete bastante ao que o icônico pintor Edward Hopper imprimia com maestria em seus quadros. Assistindo ao filme, diversas vezes me peguei admirando planos que lembravam em muito os quadros de Hopper — e é difícil acreditar em coincidências quando há um cineasta como Guadagnino por trás de tudo —. Planos abertos e volumosos, mas que, através da manipulação de cores, de objetos cênicos, e tantos outros artifícios, remetem a uma solidão latente. Alguns planos, inclusive, pareciam mesmo tableaux vivants (quadros vivos, recriados em fotografia).

Ainda sobre o tema, é interessante notar como o diretor também se aproveita muito bem desses planos mais abertos para justamente intensificar o impacto dos seus planos mais fechados. Com uma decupagem rigorosa, o italiano desfila mais uma vez uma de suas marcas mais notórias, os closes, carregados de movimentos, nas peles, nos dedos e nas suas intersecções. Tudo é muito tátil e sinestésico. Diga-se de passagem, o afiado trabalho de som também é fundamental nesse aspecto. Mas esses planos fechados não ficam apenas nos personagens e em partes dos seus corpos. Às vezes, os focos em pequenos objetos, como um copo de vidro, uma agulha ou uma carteira de cigarros — todos cheios de textura, sujados/pintados no maior dos caprichos pela equipe de arte —, são tão evocativo que te transportam para aquele universo, para aquela ideia.

Em síntese, essa é a tônica do filme. Entre idas e vindas, viradas e mudanças de direções surpreendentes da narrativa, a dualidade entre o extravagante e o intimismo, aliada à incrível estética visual e sonora, fazem de Queer um filme magistral e prontinho pra nunca mais sair da memória.
*Isso porque eu não quero entrar em detalhes sobre aquele clímax inacreditável, maluco, plástico e inesquecível que só quem viu sabe do que eu tô falando.

Mas não acaba por aí. O que eu vou falar a seguir não é spoiler porque não é sobre a narrativa do filme, mas há quem prefira não saber. Imagine que você está no cinema e o filme perfeito acabou de encerrar. Você, portanto, já está bastante emocionado e impactado com aquilo. Não satisfeito com isso, o filme ainda te da uma última porrada (no melhor dos sentidos). A voz do fucking Caetano começa a ecoar pela sala. Sim, surge uma música, feita para o filme, pela dupla Trent Reznor e Atticus Ross (que também assinam a belíssima trilha sonora do longa) em parceira com nosso ícone tropicalista Caetano Veloso. "Vaster Than Empires". Você pode achar que estou exagerando, mas essa canção consegue ser tão boa quanto o filme. Que presente.

Vão ao cinema. Assistam Queer.
5,0
Enviada em 21 de janeiro de 2025
Direção de arte, trilha sonora, direção e atuação de Craig colocam o filme na categoria " imperdíveis "
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