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    A Espuma dos Dias
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    3,6
    102 notas
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    12 Críticas do usuário

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    Cassio R.
    Cassio R.

    30 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 21 de julho de 2013
    Um dos melhores filmes que eu já vi esse ano.
    Quem fala mal desse filme, ou é mais um do rebanho idolatrador dos filmes hollywoodianos (leia-se babaca que vai para o cinema e só está interessado em entretenimento mastigado) ou tem sérios problemas mentais.
    Não se deixe levar e julgar somente pela sinopse, já que ela não chega nem perto de descrever esse longa como um todo. Se você está interessado em ver uma bela obra de arte, levar um banho de criatividade e originalidade e sair do cinema pensativo por dias (como eu fiquei), assista sem pensar duas vezes.
    Não seja mais um do rebanho.
    Ayran M.
    Ayran M.

    22 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 22 de julho de 2013
    Um filme realista, consciente e, acima de tudo, crítico!

    O filme "A Espuma dos Dias" é um dos filmes mais realistas, sinceros e críticos que já vi. A obra se passa na década de 1970, mas critica a sociedade dos anos 2010. E o fato de ambientar-se há 4 décadas parece ser mais uma crítica incutida na atmosfera subversiva do filme.

    A película inova no estilo: ela utiliza-se da premissa do surrealismo para a todo tempo bombardear o espectador com críticas de todos os tipos, as quais vão desde a natureza humana, de cunho existencial, até as de macroestrutura, acerca do capitalismo e da mídia de massas, a qual parece sustentar a democracia contemporânea. Uma cena diz muito acerca dessa multidisciplinaridade crítica.

    A cena é a seguinte: o protagonista, Mr Colin, abre seu cofre - o qual até alguns "takes" atrás possuía 75% do capital inicial - e o encontra com o que parece ser menos de 50% do montante inicial. A personagem percebe o déficit, comenta-o e logo se atém a outras coisas, deixando o fato de lado e não voltando mais nele em todo o filme. Ficou por isso mesmo.

    Como trata-se de um ambiente surrealista, de estética do sonho, nada mais comum que o sonhador perceber que há algo errado, algo de diferente com sua realidade e não se ater a esta incongruência. Rostos mudados, casamento com outro cônjuge, um lar diferente e nós nem nos preocupamos, por mais que percebamos a incongruência daquela realidade que estamos vivenciando. Mas a cena não se prende à estética do sonho simplesmente.

    Essa cena em específico traz uma segunda crítica em si: a do cansaço que os anos nos trazem, o qual faz com que não empenhemos mais tanto esforço em situações adversas como o faríamos quando mais jovens. E ainda há uma terceira: a mudança brusca que temos com a vida em família, com os gastos que essa vida traz, os quais nem nos damos conta, embebidos nos laços do matrimônio, mas que se paramos para fazer as contas, logo nos saltam aos olhos - e olhamos com espanto e cansaço. A cena ainda deve abrir espaço para uma quarta, uma quinta crítica... Mas eu só fui capaz de perceber essas três possibilidades.

    É assim que poderia resumir essa obra de arte do diretor Michel Gondry. E certamente o faria se fosse possível resumir algo tão rico e complexo quanto este filme, ou melhor, esta obra. O fato é que toda cena do filme abre essa possibilidade de ser vista e dissecada por uma infinidade de referências.

    O longa em si é passível disso e pode ser assistido e analisado por uma série de prismas. Portanto, não basta uma só ida ao cinema para compreendê-lo em toda sua complexidade. Nem mil. Há quem se impressione tanto com sua estética surreal que se prenda a ela e a toda a magia de um mundo excepcional. Uma perspectiva "escapista" que logo é posta em xeque, pois ao meio da trama presencia-se uma "virada de jogo" brusca na vida de Mr Colin (a qual introspecta os espectadores para dentro do filme - e os faz deixar o cinema com certa depressão, o que pode explicar a baixa aceitabilidade pelo público e crítica).

    A ambientação surrealista possibilita que sempre se encontre novas correspondências e críticas dentro do filme. Essa é, ao meu ver, a maior genialidade do diretor. O filme assistido no mundo da informação-em-tempo-real, no mundo do Instagram traz um carro feito de vidro para levar os recém-casados Colin e
    Chloé. Ora, uma óbvia crítica à necessidade contemporânea de ser visto, de ter a vida compartilhada, de mostrar a todo tempo e para todo o mundo suas conquistas, sua felicidade e sua vida perfeita. Coisas que o próprio enredo do filme provará não existirem - e, pior, serem fruto da infelicidade generalizada de nossa contemporaneidade.

    Nem a modernidade nem a felicidade, nada existe na realidade concreta. Pois vivemos o mundo da imagem, sempre o vivemos. A diferença é que hoje este mundo é acompanhado pelo do show e, mais, pelo do reality show. É mais que nunca o mundo da hipocrisia, do fingimento e da superficialidade nas relações. O filme aborda incessantemente esse tema:

    Nicolas é advogado e consultor e é amigo de Colin. Moram juntos, mas o filme da a entender que quem paga as contas da casa é o rico Colin, o qual nunca trabalhou na vida. O amigo é mostrado a todo o tempo como o cozinheiro de Colin e sua subserviência é reiterada pelo fato de tratar Colin o tempo todo por Monsieur, ou seja, por Mr Colin.

    Bom, até agora tudo ok, a não ser pelo fato de Nicolas ser negro e todos sabermos que o racismo persiste - com força - na França e em boa parte da Europa. O que, no entanto, não exclui o Brasil, e muito menos o resto do mundo, dessa realidade. Fato que revela a universalidade das críticas atemporais (espero estar errado quanto a isso) da obra.

    Mais críticas referentes ao racismo são vistas: quando o próprio Colin, que mora com um negro, fica indignado com o fato de seu melhor amigo estar namorando uma "americana" - a nacionalidade é uma forma genial do diretor de criticar a hipocrisia dos tais modernos intelectuais franceses: a tal americana se trata de Alise, negra e prima de Nicolas. Alguém pode me alertar acerca da xenofobia francesa, também muito gritante, e que a crítica seria sobre nacionalidade e não cor de pele. Eu repito que ai é que está a genialidade de Gondry.

    Outro momento marcante nessa linha ocorre quando Colin empobrece e nega a amizade de Nicolas. Enquanto era um homem rico e frequentador da elite intelectual, era saudável ser moderno e não ter preconceito - e até mesmo morar com um negro -, mas quando empobrece e essa realidade social não lhe pertence mais, ai a amizade do negro não lhe serve mais, não faz mais sentido. Lembrando que sua indignação perante o namoro entre a "americana" Alise e o melhor amigo, branco, persiste em toda a trama.

    O filme segue com críticas o tempo todo: o casamento é tratado como uma disputa entre pares. Somente aqueles bem-sucedidos serão recompensados com uma cerimônia de casamento cara e digna. E poderão compartilhar todo seu sucesso e felicidade no Instagram! A Igreja é apresentada como uma instituição corrompida e falida, a qual é integrada por membros corruptos e desonestos, como o padre que tenta fugir com o dinheiro dos noivos sem realizar o casamento para o qual foi pago.

    As pessoas indicam médicos que nem ao menos conhecem como se fossem os melhores do mundo, pois precisam se mostrar prestativas. A imagem é mais importante que o conteúdo ou, como diria Durkheim, "o que importa é o externo". Não importa como você se sente, importa o que os outros pensam que você sente. Ou o que eles sentem acerca do que você pensa. "O inferno são os outros". E é nessa temática que é levado o filme, que retrata uma sociedade fiel à filosofia de Jean Sol-Partre, uma humorada releitura do existencialista Sartre.

    O filme materializa o mundo sem sentido apresentado pelo existencialismo. Nesse mundo, mais vale ficar conhecido mundialmente que viver: em certa altura, há uma competição na qual o vencedor teria "suas últimas palavras traduzidas para 25 línguas". Uma menina se mata e tem suas ultimas palavras traduzidas e divulgadas para todo o mundo.

    A crítica vem a seguir. As últimas palavras da pobre menina foram "ai", traduzido em seguida por "ouch", "ui", "oought", etc. A menina se matou na esperança de ficar famosa. Não ficou e suas palavras, por mais que tenham sido divulgadas, em nada acrescentaram ao mundo e não valeram sua morte. Mas a consciência social parece não compreender isso e os jovens continuam em sua busca desenfreada por reconhecimento e fama.

    A cena é seguida por uma máquina ao estilo retro-escavadeira, que passa recolhendo o corpo da menina como se não fosse nada. Para reiterar essa insignificância, a máquina ainda atropela outras pessoas, as mata e continua seu trabalho de limpar o cenário, resultando numa montanha de cadáveres. Os quais passam despercebidos pelas demais personagens na cena.

    A cena não se trata de uma representação surrealista, ela é a pura realidade realista! É a crítica à nossa sociedade midiática em seu mais alto nível, sociedade esta que trata os seres de maneira superficial e descartável. Valemos o que vestimos e não o que somos. E nossa morte é muito mais aceitável que a falência de uma grife. Não só a vida é descartável, tudo é descartável! As personagens do filme, ao acabarem de almoçar, por exemplo, jogam tudo que está sobre a mesa no lixo e rapidamente munem-se com novos pratos, novos talheres e demais utensílios para degustarem a sobremesa.

    Mas toda a crítica não tira o aspecto artístico do filme. O surrealismo permite traduzir sentimentos universais em ações concretas. Colin quando recebe a notícia de que sua mulher está doente, vê as paredes do quarto onde está se moverem contra ele - e tem de sair às pressas do quarto, cujas paredes passam a espremê-lo. É a representação do "sentir-se sufocado" ou ,como diriam outros, "sentir um aperto no coração".

    A campainha da casa do protagonista traz a representação mais fiel que eu já vi sobre o sentimento a respeito dos inúmeros bips e alertas que convivemos diariamente no mundo contemporâneo. Eu sempre tive vontade de arrebentar o relógio que me desperta todas as manhãs ou então arremessar contra a parede o telefone fixo que, irritantemente, não para de tocar e me força ir até ele atendê-lo. No mundo do filme, a campainha só é parada quando é destruída. Isso ocorre por três ou quatro vezes. Em todas elas, senti-me realizado e vingado, admito.

    O filme possui uma linearidade muito fluida e pode ser dividido em duas partes: a primeira, marcada pela estabilidade de Colin, que vive uma bela, colorida, alegre e cômoda vida; e a segunda, que mostra decadência do pobre homem, fadado às "injustiças" do mundo, matéria tão própria do existencialismo francês, uma vida em preto-e-branco, marcada pela perda e pelo desespero, pela derrocada e a melancolia.

    É talvez esse grand finale inesperado e incomum que tenha feito o filme ser tão mal aceito pelo público. Talvez isso se dê pela falta de vontade dos espectadores ou talvez pela baixa aceitabilidade ao diverso. Assim como as milhares de interpretações que o filme pode trazer, também são milhares os motivos para amá-lo ou detestá-lo. Eu fico com as milhares para adorá-lo e colocá-lo em minha lista de melhores filmes.
    Vitor A.
    Vitor A.

    21 seguidores 2 críticas Seguir usuário

    0,5
    Enviada em 10 de julho de 2013
    um dos filmes mais chatos, maneirista e pretencioso que ja vi !
    Gustavo P.
    Gustavo P.

    9 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 4 de agosto de 2013
    Simplesmente incrível, a imaginação surrealista toma porte do filme, atuação mágica francesa, mostrando, principalmente, os paradoxos trágicos da vida européia, em destaque a revolução industrial. O ser humano é uma ferramenta, mas o homem encara o mundo a felicidade e saúde de sua mulher. Pena o filme, ao desenrolar do final e da conclusão, não focalizar no trágico destino do casal.
    cinetenisverde
    cinetenisverde

    26.975 seguidores 1.122 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 17 de janeiro de 2017
    Imagine que o mundo real foi invadido pela física (e a lógica) dos desenhos de animação no seu sentido mais bucólico. Onde a paixão é o suficiente para desenrolar qualquer novo relacionamento, e a dança é o suficiente para alterar as paredes de um quarto. Imagine, enfim, que estamos em um filme completamente tomado pelas loucuras inventivas de Michel Gondry.
    Isis Lourenço
    Isis Lourenço

    6.994 seguidores 772 críticas Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 22 de abril de 2016
    O filme é bem diferente de tudo que já tinha visto,basicamente é fantasia com personagens humanos,a história também não ajuda com um dramático romance
    c4rlc4st
    c4rlc4st

    894 seguidores 316 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 23 de outubro de 2018
    Vale muito mais pelas firulas visuais do diretor do que pela história em si, que vamos combinar, não tem absolutamente nada a dizer ou mostrar.
    Mariela B.
    Mariela B.

    4 seguidores 31 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 24 de janeiro de 2016
    Surreal é a primeira descrição para o filme, no sentido literal!! A segunda estará relacionada ao que o expectador está disposto a entender! É recheado de críticas por meio de metáforas... As mais fortes, na minha opinião, estão relacionadas ao desperdício, frivolidades, mundo de aparências, popularidade, interesse... ao lado mais obscuro do capitalismo e consumismo! E, claro, ao casamento! A doença, pra mim, retrata a decadência do relacionamento! Logo na lua de mel o que ela via era ensolarado, já ele, chuvoso... A flor de lotus se instalou entre eles!
    Não é um filme pra ver e se distrair... Se não estiver a fim de pensar, não assista... Caso contrário e uma das mais completas obras que já vi e que, certamente, ao ver de novo, me falará outras mil coisas!! Obs.: eu não entendi qual é a do rato! Se captou, me fale! Rs
    Luciano F.
    Luciano F.

    13 seguidores 24 críticas Seguir usuário

    2,5
    Enviada em 10 de março de 2015
    Pense no filme mais louco que já viu. Esse eh mais! Que horas são? Porque vai chover? Não, melancia não tem orelha!
    Gabriel Mayer
    Gabriel Mayer

    26 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 12 de agosto de 2013
    Excelente filme, lembra muito o grande filme "Brazil, de Terry Gilliam.
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