Extremamente ousado, provocador e intenso. Ninfomaníaca é mais um projeto de Lars von Trier, que completa a “trilogia da depressão” (com Anticristo e Melancolia).
O polêmico diretor dinamarquês, declarado persona non grata no Festival de Cannes por suas opiniões políticas controversas, choca o público com Ninfomaníaca – volume 1, um dos filmes mais aguardados do ano.
Abordando a história da vida sexual de uma ninfomaníaca, da infância a velhice, com direito a cenas de sexo reais, nudez frontal e muita polêmica, a complexa e elaborada história é composta de duas partes, exibidas em versões reduzidas nos cinemas, divididas em oito capítulos (quatro em cada filme).
A mensagem principal trata da descoberta e da busca desenfreada por sensações, sem medir conseqüências, na qual a protagonista Joe (Charlotte Gainsbourg) narra as aventuras sexuais que vivenciou.
Tema e formato definem uma produção ousada, que logo nos primeiros minutos provoca o espectador, que se vê obrigado a aguardar o início tardio da história, preparando terreno para a surpresa que vem a seguir.
Sem banalizar o tema tabu, o diretor expõe uma poderosa análise emocional da protagonista, utilizado como recursos gráficos, desenhos, cálculos, palavras-chave e hipertextos com maestria (incluindo doses de humor) durante todo o filme.
Na trilha sonora, destaque para a banda alemã Rammstein, capaz de chocar e mexer com o espectador, além de Bach e velhos clássicos dos anos 70, encaixados perfeitamente em cena.
Com excelentes atuações e poderosos elenco, Ninfomaníaca – volume 1 prepara o terreno para a parte final que encerra essa história de um diretor genial, que adora expor sua opinião e chocar o mundo da sétima arte.
Por Ricardo Brandes / Escritor