Tessa (Dakota Fanning) é uma adolescente de 17 anos de idade que se encontra na fase terminal de leucemia. Depois dos tratamentos não terem resultado em melhorias, ela toma a decisão corajosa de interromper todo o tipo de tratamento que tem vindo a receber e aproveitar o tempo e os momentos que lhe restam para viver ao máximo e satisfazer todos os seus desejos e vontades. Para tal, Tessa conta inicialmente com a ajuda da sua melhor amiga, Zoey (Kaya Scodelario), uma jovem extrovertida com quem vive algumas aventuras, entre as quais experimentar drogas, roubar produtos numa loja, entre outras experiências. No entanto a vida de Tessa melhora quando conhece Adam (Jeremy Irvine), um novo vizinho, que depois da morte do seu pai passa também ele por um momento bastante complicado da sua vida. Juntos vivem momentos únicos, descobrindo aos poucos e poucos o amor que sentem um pelo outro. Todas estas aventuras, próprias da idade de Tessa, afligem cada vez mais o seu pai, que sofre por ver o estado da filha piorar, enquanto procura educar esta e o filho mais novo e lidar com a ausência da ex-mulher (Olivia Williams).
Tessa encontra em Adam a pessoa que lhe faltava para enfrentar toda este derradeira fase. Sendo Adam mais ou menos da idade de Tessa, as coisas tornam-se bastantes mais simplificadas para ela, descobrindo em Adam o verdadeiro amor que todos esperam um dia encontrar e ao mesmo tempo um amigo com quem possa partilhar todos os seus medos e angústias. Por sua vez Adam também encontra em Tessa um verdadeiro apoio para se reconstruir emocionalmente depois da sua perda. A meu ver, o argumento desenvolve relativamente bem este romance, sempre acompanhado por momentos dramáticos, reforçando desta forma a fantástica química que Dakota Fanning e Jeremy Irvine exercem ao longo de todo o filme.
A história de “Now Is Good”, adaptado do livro “Before I Die” de Jenny Downham, é um testemunho interessante sobre a fase derradeira, terminal, de uma terrível doença. Desperta especialmente a curiosidade por retratar uma jovem doente que decide enfrentar o seu irrevogável destino, aceitando-o com a maior das virtuosidades em vez de intentar penosos e infelizes tratamentos de pouco adiamento. A certa altura de “Now Is Good”, Tessa salienta que a sua vida é um conjunto de momentos. São exactamente os momentos finais de Tessa que acompanhamos ao longo de “Now Is Good”. Um conjunto de momentos recheados de drama, algum humor, ternura e romance, enquanto uma adolescente procura viver de forma intensa, embora tenha sempre consciência que a morte pode chegar a qualquer momento.
Um dos pontos altos de “Now Is Good” são as excelentes interpretações, particularmente a interpretação da jovem Dakota Fanning, que com um interessante sotaque britânico voltou a confirmar a sua invejável qualidade depois de alguns projectos recentes menos bem-sucedidos. Já Jeremy Irvine, que anteriormente pode ser visto no filme “War Horse” de Steven Spielberg, também conseguiu uma fantástica performance, adicionando ao filme alguma maleabilidade emocional. Os britânicos Paddy Considine e Olivia Williams, enquanto pais de Tessa, conseguiram duas interpretações importantes para moderar o marasmo da teia dramática juvenil. Quanto à realização de Ol Parker, no meu entender, é satisfatória, embora não tenha conseguido uma história particularmente inovadora, ele revela uma excelente capacidade de utilizar os clichés do género, enquanto absorve o espectador para o interior de um drama tocante. “Now Is Good” é um bom filme, apenas penalizado por uma história mal abordada e emocionalmente simplificada, fazendo muitas vezes lembrar uma adaptação para o grande ecrã de um dos muitos romances de Nicholas Sparks, particularmente o filme “A Walk to Remember”.