TRUQUE DE MESTRE (Now You See Me
Eu comprei o DVD em 2013 e até hoje estava guardado no meio da minha coleção, nunca havia parado pra conferir o filme, por obra do acaso, eu decidi assistir Truque de Mestre. A sinopse me interessou, o elenco me chamou a atenção, os trailers vendiam o filme muito bem, todos os ingredientes de um bom filme. Porém, mais uma vez eu criei uma grande expectativa em cima de um filme e fui assistir com bastante empolgação e, infelizmente, quebrei a cara, as expectativas se transformaram em decepções.
TRUQUE DE MESTRE usa uma temática já bem gasta em vários filmes do gênero, mas o longa começa muito promissor, apresentando seus mágicos/ilusionistas em suas pequenas apresentações na rua, dividindo um por um e sendo observados por um ser oculto. O roteiro começa bem funcional ao instigar as nossas mentes nas apresentações regadas à intrigantes truques de mágicas, uma forma utilizada pelos próprios mágicos para construir grandes roubos de bancos. O filme começa a nos prender nesse ponto, ao construir uma história muito interessante e que tinha tudo pra dar certo, mas não deu.
O longa de Louis Leterrier (Carga Explosiva / O incrível Hulk / Fúria de Titãs) começa a se perder da metade do filme até o final, o final então é péssimo. Um filme muito promissor, mas mal desenvolvido, mal trabalhado, onde o roteiro começa de uma forma muito boa, mas logo vai se perdendo. A partir do momento que o filme deixa de lado o ilusionismo e parte para o modo policial, vai ficando cada vez pior, aquela briga de gato e rato não funcionou. Tudo bem que o filme utilize o modo investigativo, aliás, é um filme policial acima de tudo, cujo caso é desvendar os roubos por trás dos números de mágicas, mas a maneira como foi inserido a investigação e perseguição dos policiais contra os bandidos (se é que podemos chamá-los assim) não ficou bom. Me pareceu mais um modo de Velozes e Furiosos nas partes de roubo ao cofre (descaradamente).
O elenco do filme parece um time de futebol cheio de grandes craques, mas comandados por um técnico fraco. Um elenco composto por Jesse Eisenberg (Batman Vs Superman), Mark Ruffalo (Vingadores), Woody Harrelson (Jogos Vorazes), Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios), Isla Fisher (O Grande Gatsby), Dave Franco (Anjos da Lei), Common (O Gângster), Michael Kelly (A Troca), Michael Caine (Várias obras-primas) e Morgan Freeman (Várias obras-primas), tinha que no mínimo funcionar.
Os personagens foram mal construídos, mal escritos, foram jogados no filme gratuitamente, sem um grande desenvolvimento. Temos o grupo de ilusionistas chamados "The Four Horsemen" que unem forças para os números de mágicas na intenção dos assaltos aos bancos. Composto por Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), o líder do grupo que se apresenta em pequenos números nas ruas. Henley (Isla Fisher), a ex-assistente que passou a liderar suas próprias mágicas. Jack (Dave Franco), um bate carteira que utiliza suas mágicas para tais atos. Resta Merritt (Woody Harrelson), um especializado em hipnose. O grupo começa muito promissor, mas depois de um certo tempo cai na mesmice e fica muito maçante, até os números de ilusionismos não existem mais, se tornando uma caçada policial muito pífia.
O que me dói mais é ver as apresentações dos personagens dos gênios Michael Caine e Morgan Freeman!
Arthur Tressler (Michael Caine) é o milionário patrocinador do grupo de mágicos, que tem um começo muito interessante, como uma figura soberana e respeitada. Mas o desenrolar de sua história fica chato e desinteressante e o rumo do seu personagem fica totalmente previsível. Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) é o ex-mágico que atua como um veterano desmistificador, que insiste que os assaltos são realizados a partir de truques e disfarces. Um ser misterioso e intrigante, que nos passava um ar curioso, disposto a desmascarar o grupo a qualquer custo, mas os desfechos finais de seu personagem é muito raso e vago, principalmente na parte final.
Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) é um agente do FBI que entra em desespero com o aumento dos roubos aos bancos. Feito de trouxa o filme inteiro por parte do grupo de mágicos e, ao final tem uma reviravolta totalmente pífia e previsível. A bela e loira Alma Dray (Mélanie Laurent) é uma jovem e ainda inexperiente agente da Interpol, que foi integrada ao grupo policial na intenção de ajudar capturar os mágicos. Uma personagem totalmente vaga e perdida, uma curiosa em mágicas, que passou o filme inteiro sem mostrar a que veio e ao final não surpreende, pelo contrário, é outro personagem que cai na mesmice (que fique claro que Mélanie não teve nenhuma culpa, sua personagem que foi mal escrita).
Uma pena, um filme composto por tanto talentos, mas quando seus personagens são mal escritos, não tem como dar certo. Eu defendo todos os atores e atrizes do longa, pra mim a grande culpa estão nos roteiristas, que escreveram um roteiro pífio e sem desenvolvimento, cujo os próprios personagens não foram bem encaixados.
Como eu já destaquei, o filme anda em um roteiro que já foi muito bem utilizado em outros longa-metragem de golpes utilizando um grupo especializado, como o filme Onze Homens e um Segredo, A Senha: Swordfish, Uma Saída de Mestre, entre outros - com uma forma bem desenvolvida e muito bem trabalhada. Em Truque de Mestre isso não acontece em nenhuma forma, a julgar pelo filme querer se mostrar esperto demais no último ato, querendo nos impressionar com um Plot twist que beira o ridículo.
E pensar que o longa obteve um grande lucro que alavancou uma continuação lançada em 2016 (que eu desconhecia) e ainda um possível terceiro capítulo que poderá ser lançado no próximo ano. Eu particularmente perdi qualquer interesse em acompanhar qualquer filme dessa franquia.