Geralmente quando falamos sobre filmes que revelam temas quase didáticos em seus roteiros, se incide uma certa resistência no ato de assistir. O Diretor Henry Alex Rubin conseguiu a façanha de deixar a sua mensagem no que tange as subtramas que muito lembram a maestria do mexicano Inarrittú de filmes fantásticos como Babel, 21 gramas e o clássico amores brutos, sem perder o pulso autoral e a fluidez do caleidoscópio que emerge durante os 115 minutos de projeção da sensacional película. E o tema principal é o atravessamento virtual no cotidiano dos personagens diante de suas histórias. Não há um momento sequer de perda diante das características lineares que permeiam as histórias que se articulam neste excelente painel psicológico que nos faz refletir de forma quase que insustentável. Jason Bateman - que sempre revela uma certa canastrice - de forma surpreendente brilha diante de uma atuação magnífica e irretocável; porquanto o elenco no todo é muito competente e adequado na vibe cinematográfica desenhada pela brilhante direção. Bullyng virtual, luto, perversidade, remorso, são os convidados nesta obra prima do cinema moderno a interagirem de forma perfeita sob a logística de belíssimo filme, onde todas as partes: do roteiro e direção até a trilha sonora com baladas do Sigur Rus envolvem e conquistam de forma tocante e edificante, a todos os públicos. A câmera lenta nos momentos ápices chega a produzir uma sensação apoteótica para quem assiste. Um retrato extraordinário da sociedade mundial, e da distância evocada pelo universo virtual na vida de pessoas como nós. Uma obra para aplaudir de pé, e que você leva consigo mesmo depois dos créditos finais.