"The King's Speech" é um filme bom mas não passa e não ultrapassa o limite de um vídeo, possui seus méritos, mas quando se pensa nas possibilidades e até mesmo na quebra de possibilidades do cinema, "the Kings" não acrescenta em nada.
É tudo feito em uma escala muito rasa de um vídeo direcionado para satisfazer e responder as encomendas de quem lhe solicitou ou até mesmo para seguir o rumo dos anos 2000. Ano próspero, que gerou uma linha de realizações biblio-cinematográficas sobre os reinados, em especial da Realeza Inglesa.
Até mesmo as atuações seguem o mesmo ritmo, Colin Firth está bom, mas sabemos de sua capacidade, e honestamente aqui não era o momento de receber seu oscar como melhor ator.Já Geoffrey Rush vai, além disso, o que é o grande alívio do filme, seu bom desempenho consegue seguir um ritmo próprio, mas nada para além de algo previsível, e sabemos que Rush é um ator excelente.
Talvez essa estranheza de ser apenas bom, se justifique pela direção de Tom Hooper que possui vastas realizações televisivas, e que refletem no filme "King...", não apenas por ser um roteiro fechado de locações internas, com uma iluminação muito clara e por vezes, artificial, mas principalmente por pontuar planos e contra planos, um trabalho simples, quase preguiçoso que a TV utiliza para simplificar ao máximo e deixar bem claro o que se conversa e com quem se conversa, não abrindo espaços para reflexões e possibilidades.
Fora isso os cenários, especialmente onde temos a presença da personagem "Lionel Logue", é nítida sua referência de velhice e decomposição que inversamente dão beleza ao filme, porém, Hopper (especificamente ao utilizar "close's" das personagens sentadas), abusa em querer apresentar tais cenários com recortes que até funcionam, mas que usados em demasia, cansam, e só mostram que estão ali como forma figurativa de um mundo pouco explorado, de uma história interessante mas registrada sem profundidade, superficial.