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Andrea Almeida Campos
1 crítica
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2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Gostaria de compartlhar com vocês a bela experiência que tive ao assistir ao filme "Viajo porque preciso, volto porque te amo" de nosso pernambucano Marcelo Gomes que já nos havia nos mostrado a sua habilidade em road movies com "Cinema, Aspirinas e Urubus" e do generoso cearence Karim Aïnouz que nos brindou com os não menos contundentes "Madame Satã" e "Sob o céu de Sueli".
Perplexidade e encantamento. Um filme dialógico no qual o expectador lança-se junto ao protagonista em uma estrada rumo ao mais recôndito de si mesmo, em direção aos seus desertos afetivos. Nesse grande vazio pedregoso e cactáceo, arquiteta-se a construção de canais por onde possam fluir as ilusões que tornam possível o trânsito de si por sobre o solo seco do abandono.
Faz-se o faz de conta do amor para poder represar-se a vida. Comove-se e derramam-se lágrimas, porções de oásis que oferecemos ao filme e à secura doce de seus personagens reais e fictícios. Personagens que na miséria sertaneada irmanam-se a nós, nos mesmos sonhos de uma "vida-lazer" que nada mais é do que a ventura preciosa que habita o cotidiano prosaico de amar e de ser amado. Muitos atingem esse nirvana e, assim como o protagonista, insistimos em congelá-los na tela de nossas almas, como que para nos convencer do verde da esperança na poeira bege da falta de sentido de tudo.
Seguimos a viagem. Anoitecemos e amanhecemos. Transfiguramo-nos na luz crepuscular, na rosácea aurora. Esvaímo-nos sobre camas onde tilitam encontros corpóreos fugazes na busca da confirmação de que ainda estamos vivos...
Ao final, a suprema mutação redentora, o resgate de si através do mergulho profundo no mar molhado da vida.
Eis o que é este fime: um auto de fé no ser humano e na sua capacidade de atingir e suplantar o fundo deserto de seus abismos.
Se, ainda não o fizeram, procurem assisti-lo, em silêncio, no cinema, no máximo escuro.
A câmera balançando me incomodava um pouco,não costumo assistir road movie. Mas retrata um cenário, que pra mim que moro no sudeste, é extremamente distante. Mostra de uma forma, não romântica, triste e solitária, um enredo cru e pertinente.
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