O diretor e roteirista Rogério Sganzerla cria um cinema vertiginoso que se estabelece já nos créditos iniciais, que piscam num letreiro de cinema, integrados à colagem de imagens da vida urbana pelas quais transita o ladrão, vivido por Paulo Villaça (inspirado nos crimes do famoso assaltante João Acácio Pereira da Costa, apelidado de “Bandido da Luz Vermelha”) enquanto ouvimos ao fundo a narração de um programa sensacionalista de rádio. Em 1968 o nome disso era cinema marginal, alcunha adotada por diretores como Sganzerla e Júlio Bressante para se distanciar do engajamento político do cinema novo. Hoje imagens fragmentadas e uso irônico da música são largamente utilizados até em clipes musicais e filmes publicitários. O fim apocalíptico em que se chocam rock, samba, discos voadores, candomblé e a dinâmica policial ainda é feroz.