Se Vovó... Zona 3 fosse um disfarce, seria aquele que já tá descascando no final da festa, mas ainda assim te faz rir porque... bem, Martin Lawrence de vestido nunca perde a graça. Lançado em 2011, o filme encerra a trilogia com uma mistura de clichês, piadas duvidosas e um coração tão grande quanto o sutiã reforçado da Vovózona. E sabe o que? Funciona – pelo menos para quem, como você, abraça o caos com amor.
Trent (Brandon T. Jackson) só quer ser rapper, mas Malcolm (Lawrence) insiste que ele vá pra faculdade. Eis que o garoto acaba testemunhando um assassinato e, em vez de chamar a polícia, vira Charmaine, a "sobrinha-neta" da Vovózona, numa escola de artes cheia de garotas que, inexplicavelmente, não notam que ele é um homem barbado com voz de puberdade tardia. O objetivo? Achar um pen drive (sim, um pen drive) que incrimine o vilão. Suspense? Zero. Comédia? Absurda e deliciosa.
- A Química Trent/Haley: A trama romântica entre Trent e Haley (Jessica Lucas) é tão fofa quanto previsível, mas as cenas de flerte e a trilha sonora (Ain’t Nobody e Baby You Know) salvam a dignidade do roteiro .
- Pai e Filho em Conflito (e de Vestido): A dinâmica entre Malcolm e Trent é o cerne do filme. Eles brigam, se entendem e, no final, dançam juntos como uma família disfuncional que resolve tudo com Lyrical Miracle nos créditos – a cena mais aleatória e viciante da história.
- Os Vilões "Charmosos": O criminoso Chirkoff e seus capangas são tão ameaçadores quanto um poodle raivoso, mas acrescentam uma pitada de ação (e mais tombos cômicos).
Sim, o filme foi massacrado pela crítica (com direito a Framboesa de Ouro para Martin Lawrence como "Pior Atriz") . O roteiro é furado, as piadas são datadas, e a trama da escola de artes parece escrita por um adolescente entediado. Mas... se você aceitar que Vovó... Zona 3 é uma comédia boba com coração, dá pra se divertir. É como um fast-food: você sabe que não é gourmet, mas come mesmo assim.
A trilogia já estava cansada em 2011, mas Vovó... Zona 3 tem seu charme. É um filme que sabe ser ruim com orgulho, e Martin Lawrence entrega 110% (mesmo que 70% disso seja silicone facial). Para os fãs da Sessão da Tarde, é um encerramento satisfatório – mesmo que satisfatório aqui signifique "ver um homem de 40 anos dançando de vestido enquanto um rapper adolescente canta sobre pen drives".
Se você riu dos dois primeiros, vai rir desse. Se não riu... bem, Lyrical Miracle ainda é um bop.