É difícil um brasileiro vai entender completamento o significado de "home sweet home" tal como um americano e isso demonstra o peso de, em plena década de 40, um negro chamá-la de sua. Narrar um enorme passo social americano é uma tarefa que poucos finalizam de forma contundente; infelizmente, o filme 42 não se fez a exceção.
A emoção do baseball está lá, e, junto com o senso moral atual, nos faz entretidos a cada aparição do protagonista - que fez um excelente trabalho no que lhe competia. No entanto se rende à diálogos tolos e argumentos pouco convincentes. É fato que tenta-se mostrar um meio esportivo sóbrio àquela revolução que se iniciara, mas a direção não conseguiu manter tal linha durante muito tempo e mostrou que pra fazer arte ainda se precisa de certos floreios.
A história de Jack Robinson com certeza mereceu tal documentação e, sim, a mesma não foi desvalorizada pelo filme. No entanto, há um rico valor histórico que, após o filme, mesmo podendo ser melhor exposto, continua ocluso aos demais interessados não próximos ao meio do baseball americano que terá que se contentar com uma realidade contada em tons de fábula.