É necessário apenas que um comercial de TV diga, numa narração, que o filme em questão seja o mais aguardado do ano para ele ser. 2012 não é o filme mais aguardado do ano, é somente um blockbuster com uma campanha de marketing meio atrasada, mas é suficientemente capaz de ser o filme-catástrofe original que teve a melhor abertura mundial. Para se ter ideia comprei meu ingresso para a primeira sessão faltando apenas 2 minutos para o início e não havia nem metades da sala cheia acreditem... Mesmo assim o filme trata de um tema que muitas pessoas, que não vão frequentemente ao cinema, pagariam para ver. 2012 é exatamente do jeito que em pensei que era; nenhuma surpresa, por isso não fiquei enjoado durante a sessão, mesmo que o filme não tenha sido tão interessante de ser assistido, a vontade de sair só se deu por conta da duração. 158 minutos para contar uma estória que se resolveria em 90. A longa duração, que me deixou furioso logo que vi, serve para mostrar todos tipos de catástrofes globais que ocorrem pelo mundo: tsunamis, terremotos, maremotos e o pobre do John Cusack (que eu nem sabia que estava neste filme) tem que passar por cada um deles.Os primeiros minutos da projeção já nos deixa com plena certeza sobre o quê acontecerá nos minutos seguintes. Depois aparece a trama clássica do homem divorciado que tenta reconquistar o afeto dos filhos que preferem o padrasto. Lembra muito Guerra dos Mundos e outros filmes-catástrofes que não recordo no momento. E o público não vibrou em momento algum nas cenas de grandiosos efeitos visuais. Porque eles já estão acostumados a ver àquilo na Hollywood de hoje e estão cansados de mais do mesmo, porém não sabem disso, porque há gente que acaba gostando desses filmes apenas por ser bem produzido e mal sabem que esquecerão quando surgir outro no ano seguinte. É assim que funciona o mercado cinematográfico hoje, infelizmente. Um substitui o outro e poucos ficam na memória e com a vontade de ser revisto. Em 2012 você não ver a hora que acabe, porque quando chega à metade da projeção surge a pergunta: o que eles ainda vão contar? As mesmas coisas de sempre: ondas cobrindo as cidades; fugas com veículos enquanto a cidade é destruída atrás. Uma repetição chata e burra, só que em cenários diferentes.Os personagens têm tão pouco destaque na tela que chega a parecer que estão fazendo apenas pontas. O destaque é a profecia maia e os pôsteres só mostram destruição. O grande fim da humanidade. Fim? Para um filme catástrofe ele até que é otimista e bonzinho demais. Esqueça os finais felizes, eles só funcionam para crianças e o público-alvo não são as crianças. Roland Emmerich – assinando também o roteiro – não poupa melodrama típico de filmes deste porte. Um pai que se culpa por não ter passado muito tempo com o filho; um filho que se culpa por não ter passado muito tempo com o pai. E um presidente (numa analogia à Barack Obama) arrepende-se de não contar a real situação à população ficando para trás por vontade própria. Uma ova. Algo tão forçado que deixa a sensação que foi feito para todo mundo ter pena dos Estados Unidos. Causa uma sensação também de ter assistido uma refilmagem de Um dia depois de amanhã, do mesmo diretor. Totalmente previsível – eu acertava cada “momento surpresa”. Toda a tensão do filme é quebrada pela montagem paupérrima e os grandes efeitos, que nos deixa de boca aberta de tão bem produzidos, são reduzidos às cinzas. Vamos ver qual será o próximo a substituir esse. Avatar, talvez, que ficará por muito tempo na mente das pessoas, espero eu e acho que não estou enganado.