Média
3,9
243 notas
Você assistiu Tudo Pode Dar Certo ?
2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Simplesmente genial!!!! Estamos na metade do ano, mas com certeza esse filme já está entre os melhores do ano, Woody Allen com todo seu brilhantismo em diálogos bem construídos, reviravoltas na trama, e um protagonista que o representa em sua essência, inteligente, sarcástico e rabugento.
Destaque não só para Larry David como para seu par romântico, representado por Evan Rachel Wood, em atuação que dá ainda mais brilhantismo ao papel do protagonista.
Altamente recomendado para quem aprecia uma comédia inteligente e o estilo Woody Allen de ser!!!
2,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Cinema: fonte, expressão e troca de sensibilidade.
“TUDO PODE DAR CERTO” – Woody Allen – “Whatever Works”, EUA/França, 2009

“Vamos lá! Escreve!” Sou eu, conversando comigo mesma, mas dirigindo-me a vocês. “Manoelita, não deixe de escrever. Você pensou em coisas interessantes. Vá em frente!”. Sem dar-me conta, faço o mesmo que Woody Allen, conversando conosco, no início e no final do filme. Embora o ator não fosse ele, a gente sabe que era ele, não é mesmo?
Retomo minha conversa com vocês só agora, no dia seguinte à noite em que não produzi. Não lhes digo isso à toa. Digo-lhes porque, com certeza, isso não acontece só comigo: O que escrever? Por que? Para quem? Para que? O que fazer? Como ser? O que mostrar? O que viver?
Digamos, então, que é com esse olhar que podemos viver o filme. Cada um de nós, em algum momento, fêz-se perguntas para as quais não havia resposta de imediato. Como já me disseram: “O mal da pergunta é a resposta”. Pergunta é para ficar ecoando em nós, para que em nós faça caminho e nos leve para outras plagas, outros lugares em nós mesmos, e nos ajude a compreender melhor o que vivemos. Reproduzo o que li, agora cedinho: “É próprio de o mistério ser inesgotável; não é enigma que, decifrado, perde a graça. O Mistério envolve-nos, carrega-nos, dá-nos o sabor de aprofundarmos nele; e nele sempre mais nos adentramos, sem jamais esgotá-lo. Experimentamo-lo, carregando-o; mas, na verdade, é ele que nos conduz” (frei Walter).
Viver é um grande mistério! Vivamos, e na atenção, saboreemos tudo! E, vamos ao filme:
Não vou me lembrar dos diálogos, até porque sabemos como eles são rápidos e densos. Nada, em Woody Allen (WA), é supérfluo e superficial. Ele está o tempo todo nos confrontando com questões existenciais, filosóficas, religiosas, que estão entranhadas em nossas muitas relações e em nosso cotidiano. Por isso, não se trata de concordar ou não com ele, mas de sabermos que são questões do homem contemporâneo (ou de todos os tempos), imerso em dúvidas, incertezas e no desejo sempre presente de manter a esperança e de acreditar que “Tudo pode dar certo”. Creio que WA, no seu jeitão irônico preferiria: “Qualquer coisa sempre funciona” – “Whatever works”.
Não à toa, o nome da jovem é Melodie St. Ann Celestine. Ela vai dar a “melodia” do filme; todos os outros personagens surgirão a partir dela, que está como que em estado puro, virgem; está sem teto, tem fome, pede comida e abrigo; é ingênua, nada sabe, e não se ofende quando isso lhe é mostrado; seu olhar para cada um é de compreensão (inda que “naïf”); ela é leal, fiel, verdadeira, e expõe com franqueza e autenticidade seu sentir e pensar. Portanto, é no confronto com este lugar melodioso, santo (puro) e celestial (talvez nossa condição nascente, mas da qual nos distanciamos por condição do próprio viver relacional e humano) que a trama se fará. Boris Yetzinsky (uma gozação com Boris Sparsky, o invencível campeão de xadrez russo, e o presidente e palhaço Boris Yeltzin – observação de Izaak), vai dialogar é com essa parte do existir, representada em Melodie, e vai ser afetado na mesmice e rabugice em que se encontra. A mãe e o pai de Melodie, assim como os intelectuais, também serão afetados e incorporarão mudanças. Mas, não se fixem na opção de vida que se segue a esse sair da mesmice: a mãe com dois companheiros, o pai vivendo sua homossexualidade, e nem nos diálogos que questionam crença, religião, Deus. Lembrem-se de que uma mente genial e privilegiada, como a de WA, não iria criar uma obra como esta, abrangente e profunda, apenas para nos fazer conformes a estas ou aquelas idéias. O filme trata, sim, é da incerteza, do improvável, do inesperado; mostra a sincronicidade, o possível e o amor; tudo como condição necessária para a aceitação do outro, do repensar, do ser e fazer o quer que seja, para que “qualquer coisa possa sempre funcionar”. O fundamental é ter claro que repensar, fazer um outro caminho, é possível e necessário, mas que isso se dá dentro do território do improvável e do mistério do viver. Como disse Izaak: “O ‘todo’ (eu agrego: o viver) não é a junção das partes; o todo é o encontro entre elementos como um mosaico em que cada parte é importante, por mais ingênua, idiota, inculta, preconceituosa, erudita que seja (representado pela garota, pela mãe, pelo pai e pelos intelectuais).”.
Aproveitem o filme! Aproveitem os diálogos! Aproveitem o viver! Aproveitem o incerto!

manoelita1408@yahoo.com.br – 03 de junho de 2010
1,5
Enviada em 23 de março de 2023
Vi um comentário logo acima e gostaria de comentar:
Disseram que é um filme inteligente.
Então… não é porque o roteirista tenta te convencer que o cara é inteligente, que o filme é inteligente.
Falar coisas mirabolantes e difíceis de entender nada tem a ver com inteligência, meu amigo bêbado faz isso com maestria.
É um bom filme, não é um filme digno de pagar 30 conto em alta estação no cine =], mas da pra rir e se divertir.
2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Um dos melhores filmes de 2010 (até agora). Os diálogos bem humorados (secos e sarcásticos) dão um toque todo especial ao filme. Diferente e interessante - o filme ganha você após os 5 minitos. Vale muito a pena.
Husky

3 críticas

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2,0
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Acido, sarcastico e muito bom!
2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Ja se transformou no meu preferido do Woody! Eh simplesmente genial! Muito engracado, divertido e libertario!
2,5
Enviada em 9 de fevereiro de 2012
Em Whatever Works, Woody Allen retorna as comédias Nova-Iorquinas, e faz uma análise bem humorada e extremamente ácida do ser humano, usando Boris Yellnikoff como seu porta voz.Boris Yellnikoff é rabugento, mau humorado, grosseiro, frustrado, e muito muito engraçado. Larry David interpreta Boris, numa atuação digamos...desconcertante. Cheio de piadas rapidas que ficam entre o humor refinado (e nisso lembra muito os personagens que o próprio Allen intrepretava) e a mais pura grosseria. Larry David encarna um homem cheio de neuras, hipocondríaco, e que se acha gênio, aliás não só se acha mas faz questão de dizer isso a toda hora. Dotado de uma visão realista do mundo, Boris é daqueles que parecem não ter mais jeito..até que entra na sua vida a completa imbecil mas extremamente encantadora MelodieMelodie (Evan Rachel Wood que na mão do Allen ficou quase ótima) representa aquilo que Boris mais detesta no ser humano, idiota, cheia de frases prontas, sonhadora e burra ao extremo. Logo que os dois se conhecem já temos momentos engraçadissimos, Boris solta as maiores e mais divertidas frases que se possa imaginar, todas em referência a burrice da menina. Mas melodie parece não estar muito incomodada com isso e ao contrário do que se possa imaginar ela acaba se encantando com a pretensa genialidade de Boris Yellnikoff..e nasce nela uma admiração pelo velho rabugento. O que vale ressaltar é que Allen foge da mesmice ao contar a história dos dois, porque simplesmente Boris continua chato e pessimista, pois mesmo estando vivendo com a encantadora Melodie, ele não demonstra aquela redenção clichê de tantos outros filmes Com um ano de casados, Melodie e Boris são surpreendidos pela chegada da mãe de Melodie, e nós espectadores somos agraciados com uma divertida e excelente atuação de Patricia Clarkson. Marietta é aquela que chega para mostrar como as pessoas podem mudar, ela é aquela que conduz a ideia de evolução que Allen tanta mostrar no filme. Não uma evolução politicamente correta, mas sim uma evolução mental. Marietta chega como a cristã interiorana e se transforma numa artista (fotografa) que vive com dois homens. O filme não prega que isso seja o certo ou o errado, mas mostra uma ampliação de horizontes e conta isso tudo de forma bastante divertidaO que é bacanão no filme, é que mesmo estando exposto a isso tudo, Boris continua sendo o mesmo, pra ele as pessoas não tem concerto, tudo é o que é...até que Melodie conhece um outro homem e pela segunda vez na sua vida ele tanta o suicido e novamente sem sucesso. E de um jeito bem inusitado ele acaba conhecendo a sua pequena redenção e usa a maxima do filme para jsutificar isso....pois no final Tudo Pode Dar CertoTudo Pode Dar Certo é uma retomada do estilo que consagrou o genial Woody Allen, a comédia inteligente, cheia de diálogos ácidos, personagens que expressam um lado mais cru e divertido do ser humano. A narrativa é outra grande sacada do filme, Larry David conversa com o espectador ao contar a sua história, brinca com o público que vai ao cinema, e nos faz lembrar dos grandes filmes do Allen e sua amada Manhattan...depois de se aventurar pela Europa e mostrar toda a sua versatilidade com os anteriores; Match Point, Cassandras Dream e o Almodovariano Vicky Cristina Barcelona, Allen volta em grande estilo e nos traz uma comédia deliciosa e apaixonante...Whatever Works é mais um filme imperdivel do neurótico mais genial que se tem noticia.
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