Linha de Passe: Críticas

Acho que o filme fala de muito mais do que isso, fala sobre a conquista autônoma pela liberdade de cada um dos quatro irmãos, tanto liberdade de si mesmo como a liberdade de ultrapassar a barreira do sonho que parecia impossível. Belíssimo filme.

Cleuza (Corveloni) vive com os quatro filhos em condições precárias em um subúrbio de São Paulo. Reginaldo (Santos), ainda criança, possui obsessão em encontrar o seu pai e em andar de ônibus pela cidade. Dario (Oliveira) insiste em sua carreira como jogador de futebol, fazendo apresentações para olheiros e participando de seleções em grandes times. Dênis (Baldasserini) é motoboy e só a muito custo consegue levar algum dinheiro para seu filho. Dinho (Rodrigues) é frentista em um posto de gasolina e se converteu em evangélico.

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Bom filme.
O Personagem Dinho é muito bem construído, demonstra bem a nossa relação de altos e baixos com a fé. Por um lado, ele sabe que a fé mudou a vida dele, por outro se sente decepcionado pelas graças que não são alcançadas, no caso da idosa da cadeira de rodas e pela justificativa de falta de fé que o pastor dá. Além disso, Dinho tem uma relação tensa de controle de seus impulsos sexuais e violentos. Portanto, o filme consegue abordar esse tema de forma complexa e sem julgamentos.
Reginaldo também é um ótimo personagem, essa busca incessante pelo pai é o ponto do filme no qual nós mais nos envolvemos.
Já os outros dois irmãos, ao meu ver, não são personagens tão complexos.
Em suma, o filme não tem a proposta de ser movimentado, mas ele proporciona uma boa reflexão.