Críticas AdoroCinema
2,0
Fraco
O Último Caçador de Bruxas

Muita firula pra pouco

por Lucas Salgado

Vin Diesel ficou mundialmente conhecido pelo desempenho em filmes de ação, principalmente pelo trabalho em Triplo X e na franquia Velozes & Furiosos. Ao longo dos anos, chegou a se arriscar em comédias como Operação Babá, mas sempre que possível retornava para a ação. O que era recomendável, afinal o ator já demonstrou ter um potencial físico muito mais relevante que seu talento artístico. Sempre que lhe foi pedida uma sequência dramática, como em Sob Suspeita, ele criou um momento constrangedor. Ali, o espectador se sentia constrangido pelo astro, que tinha que cobrir todo o rosto para esconder o fato de que não conseguia chorar em cena.

Em O Último Caçador de Bruxas, o ator continua contando com cenas de ação para mostrar sua força. Mas toda trama de fantasia do filme acaba prejudicada não apenas pela história frágil, mas também pela pobre performance de Diesel. Ele interpreta um caçador de bruxas que é amaldiçoado a viver eternamente. Diante disso, se une a uma instituição religiosa e passa os séculos lutando para combater o mal.

Chegando aos dias de hoje, o sujeito, chamado Kaulder, investiga o surgimento de uma grande ameaça, contando com a ajuda de um jovem padre (Elijah Wood) e uma bruxa que passa por seu caminho (Rose Leslie). O elenco conta ainda com as presenças de Michael CaineÓlafur Darri ÓlafssonJoseph GilgunJulie Engelbrecht.

Conhecida pelo papel de Ygritte em Game of Thrones, Rose Leslie não chega a comprometer, mas sua personagem é tão superficial e desinteressante que tampouco empolga. O mesmo pode se dizer de Elijah Wood, que tem uma participação pouco envolvente.

Já Michael Caine deixa aquela dúvida de sempre: como uma produção dessas consegue um ator cultuado? Algo parecido com Julianne Moore em O Sétimo Filho. Por sinal, em termos de qualidade, O Último Caçador de Bruxas não é muito superior a esta bomba da fantasia que foi O Sétimo Filho.

O novo longa não empolga nem tecnicamente. As cenas no passado são mal desenvolvidas, com um CGI muito artificial. A fotografia é muito escura em alguns momentos e a trilha sonora segue a trama, investindo em uma sucessão de repetições, sempre previsível.

The Last Witch Hunter (no original) oferece uma imensidão de clichês e conceitos pouco criativos, como navegador de sonhos e outros. Uma das poucas coisas que funciona é a brincadeira com elementos da atualidade, como a pessoa que tenta tirar uma selfie em um momento inapropriado ou a referência a um grupo no WhatsApp de bruxas. Mas é muito pouco para muita firula.