Minha conta
    Daniel Day-Lewis: A carreira do maior vencedor do Oscar de melhor ator em fotos

    Ator irlandês se despede da sétima arte com atuação em Trama Fantasma.

    Com a estreia de Trama Fantasma aos cinemas brasileiros é chegada a hora de se confrontar com uma dolorosa constatação: Jamais veremos um filme inédito de Daniel Day-Lewis, ao menos que o ator reconsidere sua decisão de se aposentar aos 60 anos de idade.

    Dono de uma filmografia relativamente curta para o seu tempo de carreira, o artista britânico-irlandês teve uma carreira marcada pela qualidade, não quantidade, de seus trabalhos diante das câmeras, pontuados por uma intensidade única dedicada a cada papel.

    Sua estreia nos cinemas se deu em uma participação não creditada em Domingo Maldito (1971), quando Lewis ainda era adolescente. Foi apenas uma década depois — após atuar em telefilmes e série de TV — que o ator fez sua primeira atuação creditada em um filme que chegou aos cinemas ao trabalhar em Gandhi (1982), produção biográfica que venceu múltiplos prêmios no Oscar, assim como Lewis viria a vencer um dia.

    Daniel Day-Lewis é o homem que mais venceu o Oscar de ator principal. Foram três vitórias, por Meu Pé Esquerdo (1989), Sangue Negro (2007) e Lincoln (2012). Em sua profissão, a única pessoa que venceu o principal prêmio de atuação mais vezes do que ele foi outra lenda, Katharine Hepburn, que conquistou a estatueta de melhor atriz principal quatro vezes.

    Seu processo de construção de um personagem costumava ser descrito como extremo. Em Gangues de Nova York (2002), Lewis quase nunca deixava de usar o sotaque novaiorquino, passava seu tempo de folga afiando sua faca e chegou a ficar doente por se recusar a usar um casaco moderno, que não existia no século 19, quando a trama do filme de Martin Scorsese se passa. Outras de suas técnicas para extrair mais autenticidade da atuação foram viver na floresta sozinho (O Último dos Moicanos, 1992); praticar boxe por anos (O Lutador, 1997); e ficar sem tomar banho e construiu a casa onde seu personagem vive em 

    As Bruxas de Salém (1996).

    "A vida vem em primeiro lugar. Quando eu vejo um personagem, primeiro eu tento ver a vida nele", já declarou o ator que já recebeu prêmios no Oscar, Globo de Ouro, BAFTA e SAG Awards.

    Lewis também é conhecido por sua seletividade ao escolher um papel — ele chegou a negar uma proposta para viver Aragorn na trilogia O Senhor dos Anéis. Ele sabe quando e com quem trabalhar. Tanto rigor mostrou resultados. No total, oito dos 21 longas-metragens do britânico foram indicados ao Oscar de melhor filme e melhor diretor: Gandhi (1982), Uma Janela para o Amor (1985), Meu Pé Esquerdo (1989), Em Nome do Pai (1993), Gangues de Nova York (2002), Sangue Negro (2007), Lincoln (2012) e Trama Fantasma (2017).

    Ao justificar sua decisão de se aposentar, Lewis afirmou que seu trabalho em Trama Fantasma, sua segunda colaboração com Paul Thomas Anderson, o deixou esgotado. "Antes de fazer o filme, não sabia que iria parar de atuar. Sei que eu e Paul rimos bastante antes de filmar. E aí nós paramos de rir porque fomos invadidos por uma sensação de tristeza. Isso nos surpreendeu. Não sabíamos o que estávamos dando à luz. Foi difícil viver com isso. E ainda é."

    Domingo Maldito (Sunday Bloody Sunday ,1971), de John Schlesinger

    Gandhi (1982), de Richard Attenborough

    Rebelião em Alto Mar (The Bounty, 1984), de Roger Donaldson

    Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette, 1985), de Stephen Frears

    Uma Janela Para o Amor (A Room With a View, 1985), de James Ivory

    Nanou (1986), de Conny Templeman

    A Insustentável Leveza do Ser (The Unbearable Lightness of Being, 1988), de Philip Kaufman

    Stars & Bars (1988), de Pat O'Connor

    Meu Pé Esquerdo (My Left Foot: The Story of Christy Brown, 1989), de Jim Sheridan

    O Sorriso de Uma Vida (Eversmile, New Jersey, 1989), de Carlos Sorin

    O Último dos Moicanos (The Last of The Mohicans, 1992), de Michael Mann

    A Época da Inocência (The Age of Innocence, 1993), de Martin Scorsese

    Em Nome do Pai (In The Name of The Father, 1993), de Jim Sheridan

    As Bruxas de Salém (The Crucible, 1996), de Nicholas Hytner

    O Lutador (The Boxer, 1997), de Jim Sheridan

    Gangues de Nova York (Gangs of New York, 2002), de Martin Scorsese

    O Mundo de Jack e Rose (The Ballad of Jack and Rose, 2005), de Rebecca Miller

    Sangue Negro (There Will Be Blood, 2007), de Paul Thomas Anderson

    Nine (2009), de Rob Marshall

    Lincoln (2012), de Steven Spielberg

    Trama Fantasma (Phantom Thread, 2017), de Paul Thomas Anderson

    facebook Tweet
    Comentários
    Back to Top