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    Exclusivo: A bela argentina Luz Cipriota está com os dois pés no Brasil

    Conversamos com a jovem atriz de Histórias de Amor Duram Apenas 90 minutos: “na Argentina, os produtores fazem esse tipo de coisas que sabem que vai dar certo como sempre ter os mesmos dois atores em todos os filmes, o que não é tão bom”.

    Ela é (quase) carioca. Basta o jeitinho dela falar: um leve sotaque, com o pé direito no Rio, o outro em Buenos Aires, mas um português bem claro. Mas nem sempre foi assim.

    A modelo e atriz argentina Luz Cipriota, hoje com 29 anos, estava de férias no Brasil com a família quando soube que estavam recrutando uma atriz portenha que falasse português para estrelar um filme ao lado de Caio Blat e Maria Ribeiro.

    Quem precisava era Paulo Halm, o filme, Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos, e o papel não era para ela.

    “Tinha que ser uma atriz argentina por causa da coprodução. Eu achei que não ia dar certo porque eu não entendia nada do que eles estavam falando. Eu tinha só dez dias para aprender as falas de cor. Aí, me perguntavam, como foi a viagem? E eu respondia... [faz um gesto sorrindo com os polegares para cima]”, revela a atriz, simpática, além de linda, às 10h, durante um café da manhã no hotel em Fortaleza, no Cine Ceará 2014, que terminou no último sábado, 22 de novembro.

    Mas isso faz cinco anos. Produzido em 2009, o filme foi lançado no ano seguinte. E ela estudou português desde então.

    Depois de apresentar Histórias de Amor... no Festival do Rio 2010 – de onde a produção saiu com o Prêmio do Público de melhor filme –, Luz voltou para a Argentina e começou a trabalhar muito por lá. Com a cabeça no Brasil, confessa.

    Da Argentina para o Brasil

    “Esse ano eu achei que era o momento de voltar porque me convidaram como júri no Festival Internacional de Cinema de Brasília”, passado em setembro. De lá, Luz, que estreou no cinema num filme dirigido pelo mexicano Gael García Bernal (Déficit, de 2007), se mudou para o Rio, onde viveu por dois meses – até outubro.

    No calor da capital fluminense, ela fez testes e se reuniu com agentes. “Tenho muita vontade de fazer uma novela [no Brasil]. Lá em Buenos Aires, as novelas brasileiras fazem muito sucesso. E eu gosto bem mais dessas do que das nossas. Acho que tem uma outra produção, um outro tempo de preparação de ator. Lá [em Buenos Aires] são menos produções, então, se você não está naquelas duas novelas do ano, não está na novela o ano inteiro”, explica.

    “Eu sei que ainda tenho que melhorar meu português e que no começo vai ter que ser uma personagem argentina que mora no Brasil, porque não dá para fazer de brasileira mesmo”, diz, modesta, afirmando que perdeu um pouco do idioma nesses quatro anos.

    Mesmo assim, Luz está creditada em outra (co)produção nacional: Love Film Festival, ainda inédito. Ou... estava. Na trama, Luzia (Leandra Leal), uma roteirista brasileira, e Adrián (Manolo Cardona), um ator colombiano, se conhecem e se apaixonam em meio a um festival de cinema. Uma história de amor que é desenvolvida em outros cinco encontros, todos eles em festivais de cinema ao redor do mundo.

    Quando a equipe estava filmando em um festival em Portugal, Cipriota estava apresentando o Histórias de Amor. “Estava de turista, visitando castelo, quando me perguntaram se eu queria fazer uma participação”. Ela então, entrou "de casualidade" no papel de uma ex-namorada do protagonista.

    “A gente se encontrava ‘de casualidade’ e começava a falar espanhol, então, a personagem da Leandra não conseguia entender nada e ficava com muito ciúmes”, explica. Só que a participação foi cortada. “Era um personagem forte para aquele momento, mas que não voltava a aparecer, então ficou estranho. As pessoas não entendiam quem era aquela garota.”

    De Brasília para o Ceará

    Brasília rendeu outro contato à atriz. Na capital brasileira, ela conheceu o cineasta e diretor do Cine Ceará, Wolney Oliveira. E, quando ele disse que estava programando uma homenagem ao “Novo Cinema Argentino” no festival, Luz não se fez de apagada: “já ouviu falar de Naturaleza Muerta?”

    O terror de Gabriel Grieco conta a história de um grupo de pessoas de uma cidade da Argentina ligadas à pecuária (não se esqueça de que estamos falando do país do churrasco) que começam a desaparecer misteriosamente. Uma jornalista (Cipriota) passa a investigar o caso, até descobrir um segredo cabeludo.

    Exibido no prestigiado Festival de Cannes, Naturaleza Muerta só estreia em circuito comercial na Argentina em fevereiro do 2015 – e não tem previsão de chegar ao Brasil ainda. No Cine Ceará, Luz fez questão de estar presente em todas as exibições do filme.

    Brasil + Argentina

    Em Brasília, ela participou de alguns seminários que deram uma boa noção de em que pé está a situação do cinema nacional. “Para o Brasil, eles [os produtores] sabem que comercialmente, comédia vai ser bom [investimento]. Na argentina também é assim. Eles fazem esse tipo de coisas que sabem que vai dar certo como sempre ter os mesmos dois atores em todos os filmes, o que não é tão bom”. Imagina de quem ela está falando?

    “Eu amo o Ricardo Darin e o [Leonardo] Sbaraglia, acho eles grandes atores, sinto muito orgulho deles, mas também acho que deveriam mudar às vezes, mas para eles é seguro saber que se eles estão no filme... então cada um [país] tem suas coisas que tem que ajustar”.

    Ela aposta na coprodução entre os dois países. “Somos irmãos, só no futebol que a gente briga”.

    Hoje, Luz Cipriota pretende se dividir entre o Rio e Buenos Aires. Com os dois pés no lado de cá, pelo que sugere. “Não posso falar ainda, mas tem um [projeto] para ser rodado [no Brasil] que acho que vai ser uma coprodução”. Que seja bienvenida, ou melhor, bem-vinda de volta.

    Luz Cipriota na noite de encerramento do Cine Ceará.

    Iluminando o mar de Fortaleza.

    Iluminando a noite de Fortaleza.

    Apenas sendo linda.

    Sendo linda - parte 2.

    Divando ao entregar prêmio na cerimônia de encerramento do Cine Ceará.

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