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    Digimon Adventure tri.
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    3,7
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    Lucas Alcântara
    Lucas Alcântara

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    Crítica da série
    4,5
    Enviada em 9 de agosto de 2016
    É verídico que atualmente o cinema e a televisão bebem, na maioria das vezes, da fonte "reboot". No cinema algumas vezes resolvem repaginar cem por cento o produto, oferecendo uma versão do novo século (mas nada original), como acontece com a duologia O Espetacular Homem-Aranha (2012-2014) estrelada por Andrew Garfield ou o novo Karatê Kid (2010) protagonizado por Jaden Smith. Em outras, há uma continuação direta, como Star Wars — O Despertar da Força (2016) ou o spin-off da franquia Rocky: Creed (2016). A televisão segue o mesmo exemplo, trazendo séries antigas para recuperar o fôlego em novas saudosas temporadas: Arquivo X (1993-2001) ganhou uma nova temporada no último ano e o mesmo aconteceu com Três é Demais (1987-1994). E até os orientais desenhos animados — ou os famigerados animes — entram na fila. Dragon Ball Z (1989) ganhara uma nova temporada no último ano — Dragon Ball Super — que apesar de não ter nada de novo e continuar sendo o mais do mesmo, se mantem firme atualmente e de uma forma ou de outra consegue agradar fãs. Então, fora anunciada a volta de Digimon, com os protagonistas originais da clássica série Digimon Adventure (1999). Usando dos mesmos elementos da série original, a nova aventura consegue agradar a todos. Então, por que muito diferente de Dragon Ball Super, Digimon Adventure Tri, que até agora conta com somente quatro episódios, funcionou da melhor maneira possível?

    Vamos começar aos poucos. Digimon Tri traz de volta o núcleo de personagens originais e os joga numa nova aventura inusitada. Sendo isso, segue a mesma linha de raciocínio do original. A diferença entre Dragon Ball Super é clara: os produtores do anime Digimon sabiam que estavam tratando de algo novo e por esse motivo se preocuparam em mudar e ao mesmo tempo manter a essência do antigo — a fórmula para se fazer um excelente reboot. Não jogaram os personagens exatamente como eles são em tela e desenvolveram a história a partir daí. Anos se passaram e sendo assim as crianças de 99 se tornaram adolescentes de 2016 — exatamente como seu público que acompanha a série desde o seu início.

    E assim como seu público da primeira temporada de Digimon, os personagens de Adventure Tri, embora agora amadurecidos e mais responsáveis, mantem a essência de sua personalidade original — prendendo a atenção do espectador mais saudoso.

    Sendo assim, Digimon Tri avança e vai mais além de sua proposta: não se trata apenas de uma batalha de monstros ultra dimensionais; o anime desenvolve da melhor maneira possível, nessa passagem de anos, os seus personagens. Os personagens cresceram e agora sofrem problemas adolescentes, são frágeis, responsáveis e além de tudo isso são infantis. Esses fatores mantem a personalidade original dos personagens e os retrata da melhor forma possível como os adolescentes da atualidade. Automaticamente, o público de 1999 continua apegado a Tai, Agumon e companhia e o novo público também consegue aproveitar perfeitamente os personagens.

    O anime também acerta em manter toda a sua essência e espírito da série Adventure original: as questões das quais o anime tratava, mesmo de maneira subliminar, como o amor, amizade e confiança estão todas lá, não só desenvolvidas entre os humanos como também entre os digimons. E são perfeitamente trabalhadas em cenas emocionantes que são capazes de emocionar e fazer chorar o fã mais arrogante.

    As cenas de batalha dos monstros se mantem no mesmo nível do original — dessa vez contando com um gráfico melhor — e enquanto a pancadaria rola solta, o diretor se preocupa em trabalhar toda a emoção dos adolescentes e usa uma trilha sonora que emociona no mais alto grau possível. O roteiro é raso, mas já que não precisa ser muito elaborado, já que se trata apesar de tudo de um material visado para o infantil, consegue se salvar. O ponto alto está realmente na excelente dinâmica e desenvolvimento dos personagens. E a dublagem japonesa-original, embora soe esquisita para os ouvidos brasileiros, é ótima e apesar de caricata se torna crível. Apesar disso, quando o anime vier para o Brasil, talvez a melhor alternativa seja assisti-lo na dublagem brasileira, que provavelmente — mesmo que um provável pequeno — manterá as vozes dos dubladores da série de 1999.

    Então, ao acabar de assistir e destilar o anime, Digimon Adventure Tri acaba se revelando: além de ser tecnicamente um reboot é um baú de tesouro para os fãs da antiga série animada — já que reúne o útil e o agradável da série de 1999 e das gerações seguintes — e uma fonte imensurável de novidades para as crianças da atualidade. Sem uma Angélica da Vida cantando a abertura do anime, vale conferir cada minuto dessa aventura emocionante.

    Nota: 9,6/10
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