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    Kati Critica: Se você curte La Casa de Papel, não venha falar das minhas novelas mexicanas

    Y a mucha honra, apaixonada por novelas mexicanas soy!

    Senhoras e senhores, sei que já vou ser xingada pelo título dessa coluna. Mas chegou a hora de defender uma das produções audiovisuais mais importantes para a cultura do espectador brasileiro. Algo que ajudou a moldar meu caráter dramático e sarcástico que hoje lhes apresento: as novelas mexicanas!

    Então, quando eu falo que La Casa de Papel é como se fosse uma novela mexicana com boa direção de fotografia, eu não estou criticando, de forma nenhuma, as aventuras de Professor (Álvaro Morte) e seus alunos. Pelo contrário, quero empezar el matriarcado com Nairóbi (Alba Flores) e acho que macacão vermelho está super na moda.

    Mas vamos combinar amigos, La Casa de Papel é um novelão dos bons. Tem música-tema em "Bella Ciao", que o pessoal entoa loucamente que nem fãs de Thalía fazendo o gritinho da abertura de Marimar. Tem personagens icônicos, tipo o vilão de todo mundo ama nível Paola Bracho (Gabriela Spanic), que é o Berlim (Pedro Alonso). Tem até mocinhos que só fazem besteira como Tóquio (Ursula Corberó) e Rio (Miguel Herran)...

    Aí você vem me dizer: "Ah Kati, mas La Casa de Papel tem uma qualidade técnica impressionante." Verdade. Mas novelas mexicanas também se esforçam! Evidência número 1: toda vez que gêmeas Paola/Paulina, Silvana/Mariana (Belinda), María Guadalupe/María Paula/María Fernanda (Lucero) e Ana Laura/Ana Lucía/Ana Letícia (Angelique Boyer) apareciam na tela ao mesmo tempo em A Usurpadora, Cumplices de um Resgate, Laços de Amor e Três Vezes Ana, respectivamente.

    Evidência número 2: A abertura de O Privilégio de Amar é toda trabalhada num plano-sequência, que além de ter esse primor técnico, conta a novela inteira em menos de 2 minutos. Quer ser mais meta que isso? Chupa Birdman, quem precisa de Oscar?

    "Ah Kati, mas os mocinhos de La Casa de Papel são politicamente incorretos!" Novela mexicana também tem personagens complexos, meu amor. E nem estou falando de Rebelde, onde tivemos três temporadas para desenvolver personagens, que mudavam de ideia o tempo todo, pois eram adolescentes! Estou falando de Rubí (Barbara Mori), a melhor vilã protagonista da história. Assalto a Casa da Moeda não é nada comparada com essa mulher que rouba marido rico da amiga manca.

    Aproveitando e passo aqui para relembrar o momento marcante em que sua rival Sonia (Marlene Favela) morre por cair de uma ponte de vidro rachada.

    "Ah Kati, mas a vida de todo mundo está correndo perigo em La Casa de Papel." Pois eles deveriam aprender a sobreviver com Maite Perroni, que mais sofre acidentes nas telinhas por metro quadrado. Uma vez, ela levou um tiro no peito e ficou cega.

    Ps no meio do texto: Essa história do tiro veio de Cuidado com o Anjo, que também nos rendeu cenas maravilhosas como crianças de paraquedas ou a famosa mulher que deu a luz de calça jeans. Realmente icônica.

    "Ah Kati, mas La Casa de Papel cria modas!" Amores, vocês não sabem a influência que Thalía tem nas nossas vidas. O chapéu que ela usava em Maria do Bairro inspirou Lady Gaga!

    Por outro lado, seu penteado em Marimar é copiado por grandes nomes da cultura como Chimbinha e Richard Madden.

    Se você quer ação, é só ver Camaleões, onde duas pessoas eram obrigadas a fazer roubos por um cara, que se autodenomina como "O Amo" (Valeu ego!), e a trabalhar em uma escola, se fazendo passar por irmãos. Não basta viver no mundo dos ladrões, eles ainda tinham que lidar com adolescentes, é mole?

    Por falar em adolescentes, eu não vou esquecer de Elite não, viu? Ok, Rebelde não tinha tanto sexo. Ou um trisal. Mas tem tragédia também! O Miguel (Alfonso Herrera) já foi acusado de ter armado o próprio sequestro por um inspetor do colégio — o mesmo que iria atropelá-lo e deixá-lo em coma na temporada seguinte.

    Brincadeiras a parte, o meu ponto é o seguinte: boa parte desses fenômenos espanhóis que fazem sucesso na Netflix nos conquistam por terem a mesma fórmula das novelas mexicanas, que amamos por gerações. Eles amam uma boa reviravolta absurda, o que é muito divertido, já que você nunca sabe o que esperar. Pois sejamos sinceros: qualquer argumento para dizer que La Casa de Papel é realista foi pro brejo quando Tóquio voltou para a Casa da Moeda, debaixo dos narizes dos policiais, invadindo o local numa moto locona.

    Moral da história: Como alguém pode não amar novelas mexicanas, quando elas nos dão falas como essa?

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