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    His Dark Materials 1x03: A criança mais importante dos universos

    Nossa crítica do 3º episódio da temporada.

    Atenção! Contém SPOILERS do episódio 3 da 1ª temporada de His Dark Materials, “The Spies”

    Depois de fugir da casa da Sra. Coulter (Ruth Wilson) quando descobre que ela está envolvida com os Papões e os misteriosos raptos de crianças, Lyra (Dafne Keen) acaba indo parar junto aos gípcios. O povo cigano, que vive em embarcações e tira a renda do comércio, torna-se essencial para a jornada da garota, em um ponto da história em que a série vai tornando-se, essencialmente, mais uma companhia para os livros do que uma adaptação amplamente fiel.

    Isso porque, apesar de seguir à risca alguns dos elementos e das revelações essenciais, o terceiro episódio de His Dark Materials — que, enfim, é dirigido pela dupla Dawn ShadforthWilliam McGregor e não mais por Tom Hooper —  continua inserindo partes da trama que só seriam apresentadas no futuro. O truque funciona de forma positiva duplamente, pois serve tanto para apresentar nuances de personagens que, de outra forma, só seriam visíveis ao público em um futuro distante, quanto para diluir melhor o foco deste início de história. Afinal de contas, há muito o que acontecer e, até agora, pouco realmente aconteceu.

    A maior desta reviravolta talvez não seja especificamente o lugar em que reside a lealdade da Sra. Coulter e o que ela realmente quer com Lyra, mas a verdade escancarada sobre Stanislaus Grumman e John Parry (Andrew Scott) serem a mesma pessoa. Ainda não está claro se isso significa que Will Parry será oficialmente apresentado ao público com mais antecedência, mas prova que a história tende a se ramificar cada vez mais entre os dois universos que foram apresentados até agora.

    Ainda assim, a grande questão do episódio é a mesma que provavelmente está sendo feita pelo público há algumas semanas: por que Lyra é tão importante? O que faz dela alguém tão importante para o destino do mundo?

    A resposta específica para esta pergunta talvez não seja tão clara ou especial como muitos desejariam, mas não foge do que se tornou um clichê típico de histórias fantásticas; o seu parentesco, é claro, está em jogo, mas o choque da menina ao descobrir que a Sra. Coulter é a sua mãe rapidamente cede lugar a um senso de proteção junto à comunidade gípcia — Mãe Costa (Anne-Marie Duff), John Faa (Lucian Msamati) e Farder Coram (James Cosmo) trazem carisma a um episódio que, de outra forma, é pouco mais do que apenas uma reunião de informações e sucessão de fatos que carece de magia e algo que faça o público se  manter apegado à produção ou ter motivos por que continuar acompanhando.

    Outras considerações:

    • A cena entre Lyra e Farder Coram conversando sobre os daemons é talvez a primeira vez nestes três episódios que conseguimos começar a sentir a realidade da conexão entre os humanos e as criaturas — e o amor entre Lyra e Pan.
    • A revelação sobre a Sra. Coulter ser mãe de Lyra soa melhor vindo de Mãe Costa do que contada por Farder Coram e John Faa. A sensação de intimidade e confidência entre as duas traz algo de especial à história.
    • Iorek Byrninson, Lee Scoresby (Lin-Manuel Miranda) e Hester enfim aparecem no próximo episódio. Fica a esperança de que os novos elementos tragam uma necessária agilidade à história. Até agora, a sensação é de uma produção extremamente dedicada, mas de um roteiro que pouco se importa em realmente conhecer os personagens que está introduzindo a um público muito mais amplo que o de Philip Pullman.
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