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    Estudo revela queda da representatividade feminina na televisão

    Apenas 40% dos papéis com falas foram destinados às mulheres nesta temporada.

    Aparentemente, as mulheres estão dominando a televisão. Após a era dos "homens difíceis" - que trouxe os maiores clássicos recentes do meio, como Família Soprano, The WireBreaking BadMad Men -, séries protagonizadas por fortes personagens femininas tomaram o protagonismo, como demonstra o sucesso de Sharp ObjectsThe Handmaid's TaleBig Little Lies e Westworld, para além das populares How to Get Away With Murder e Scandal, entre inúmeras outras. No entanto, os números apontam outra realidade: a representatividade feminina sofreu uma queda nas telinhas (via The Wrap).

    Conduzido pela Universidade de San Diego, através de seu conceituado e respeitado centro de estudos sobre a representatividade feminina nos filmes e nas séries, o levantamento revela que a participação das mulheres atrás das câmeras caiu um ponto percentual - de 28% para 27% em relação à temporada passada -, enquanto as atrizes também encontraram menos oportunidades, acumulando 40% dos papéis com falas em 2017/2018 - na temporada anterior, o percentual atingira a casa dos 42%. E o fato é que um decréscimo é a causa do outro.

    De acordo com a análise, quando existem mais mulheres no time criativo de um seriado - ocupando cargos como os de showrunner, diretora, produtora, roteirista etc. -, também cresce o número de atrizes no projeto em questão. "Criadoras e produtoras têm a chave para que os espectadores vejam mais personagens femininas nas telinhas, para inserir mais mulheres trabalhando em outras áreas importantes atrás das câmeras, como roteirização, direção e edição", conclui a Dra. Martha Lauzen, responsável por tocar as pesquisas da Universidade de San Diego acerca do tema.

    O problema é aprofundado ainda mais conforme o foco é estreitado e as relações étnicas são analisadas. Se as mulheres já são subrepresentadas, a situação é ainda pior para as atrizes que não são brancas. Dentre as personagens femininas, 66% destes papéis são destinados às intérpretes caucasianas, enquanto 20% ficam com as atrizes negras; 7% com as asiáticas; e apenas 6% com as profissionais latinas. A título de exemplaridade, duas das principais etnias que constituem a malha populacional dos Estados Unidos são a negra e a latina.

    Portanto, por mais que atrizes renomadas tenham migrado para as telinhas como produtoras e atrizes em busca de papéis mais complexos e diversificados, ainda há um longo caminho a ser percorrido, como nota a análise do AdoroCinema sobre as mulheres em Hollywood. Em tempos do movimento #MeToo e de uma luta por maior igualdade de trabalho e por maior segurança nos bastidores e nos sets da indústria, é preciso que as estrelas, diretoras, criadoras, roteiristas e produtoras sigam em frente, abrindo espaço para que mais mulheres façam parte de Hollywood: a representatividade, afinal, é uma questão de justiça.

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