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    The Handmaid's Tale: "O que vivemos nos Estados Unidos parece um prelúdio para Gilead", diz atriz Madeline Brewer

    Segunda temporada da série estreia dia 2 de setembro no Brasil e a intérprete de Janine conversou com a imprensa em São Paulo.

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    A segunda temporada de The Handmaid's Tale estreia no Brasil neste domingo (2) às 21h no Paramount Channel e promete momentos ainda mais dramáticos e tensos para o espectador. Com 20 indicações ao Emmy de 2018, a nova leva de episódios é forte candidata na próxima temporada de premiações e já conta não só com oito Emmy Awards, mas também com dois Globos de Ouro. Baseada na obra homônima de Margaret Atwooda série retrata um regime fundamentalista e patriarcal na cidade fictícia de Gilead.

    Apesar das estátuas na estante, não se conta vitória antes do tempo: "Estou muito animada para o Emmy, será ótimo se ganharmos... Mas, se não ganharmos, continuaremos fazendo um ótimo show", comentou a atriz Madeline Brewer durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo. A intérprete de Janine pôde se aprofundar nos complexos temas que permeiam a série e falar de sua personagem, mas não sem antes declarar seu amor a um certo quitute: "estou apaixonada por pão de queijo", comentou rindo. 

    Madeline estreou como atriz em 2013 na primeira temporada de Orange Is The New Black e agora divide tela com Elizabeth Moss (June/Offred) no núcleo principal de O Conto da Aia. Na trama, Janine é a aia mais desconectada da difícil realidade e acaba perdendo um dos olhos como punição por mal comportamento. Se é difícil trabalhar caracterizada assim? Um pouco. "É desafiador e te desorienta", comentou a atriz que leva cerca de 45 minutos para ser maquiada com a cicatriz que vemos no seriado.

    Depois do impactante final da primeira temporada, agora é a experiência materna que deve servir como espinha dorsal para os próximos capítulos, contou Madeline. Nesta nova fase, o roteiro caminha sozinho, sem o apoio da obra de Atwood, mas a atriz garante que existe um esforço em se manter fiel ao espírito do livro: "Entendemos nossa responsabilidade de fazer entretenimento e de sermos criativos, mas ao mesmo tempo tentamos ser verdadeiros e impactantes".

    Impactante, aliás, é a melhor palavra para descrever a sensação de ver na tela uma distopia que parece tão próxima da realidade. "Ignorar o que acontece no mundo seria um desserviço. Assistimos ao noticiário e obviamente isso nos influencia. Os roteiristas conversaram com a ONU para falar de certos assuntos e por isso é tão difícil assistir a segunda temporada. Temos a impressão de que as coisas estão acontecendo do lado da nossa casa".

    Em alguns casos, inclusive, literalmente. "É exaustivo pensar que o que vivemos agora nos Estados Unidos parece um prelúdio para Gilead. Você vê na série a Hannah sendo separada de June e aí você olha para o lado e vê crianças e suas mães sendo separadas na fronteira entre Estados Unidos e México", pontuou Madeline. Para ela, os temas delicados e muitas vezes pesados que permeiam os episódios são parte do sucesso e importantes para a conversa em torno da série: "Nós não viramos Gilead, mas não a superamos também". 

    Antes de preparar os lencinhos de papel para acompanhar a estreia da próxima temporada por aqui, Madeline acalmou dizendo que sua personagem será a referência de esperança nos momentos mais tensos: "Defintivamente esta é uma temporada mais poderosa e difícil de assistir, mas esperamos que nossos espectadores sintam, pensem e questionem o que estão vendo. Dito isso, temos alguns momentos mais leves, especialmente com Janine. Ela traz luz e otimismo mesmo nos momentos mais sombrios".

    Trabalhar num projeto de longo prazo com temas tão densos quanto misoginia e perda de direitos das mulheres já seria transformador por si só, mas fazer isso em tempos de #MeToo rende uma camada a mais. Foi pela personagem Janine que a atriz decidiu ir a público contar sua própria história, sentindo-se encorajada. Além disso, Madeline Brewer disse que agora dá ainda mais valor às mulheres ao seu lado:

    "Como atriz e mulher, esse show me trouxe entendimento e respeito à sororidade, algo que eu não conhecia ou não dava tanta atenção antes. Vejo as relações complexas entre as mulheres do programa, complicadas, cheias de nuances, e assim são as coisas também na vida real. Assistindo o show e trabalhando nele, comecei a ter mais respeito e dar mais valor às mulheres em minha vida. Simplesmente digo para minhas amigoas que as amo e que elas me fazem continuar."

    A terceira fase da série ainda não tem previsão de estreia, mas a atriz aguarda uma evolução ainda maior da personagem: "Na primeira temporada, Janine não aceita a realidade dela e na segunda ela está grata simplesmente por estar viva. A força dela está no otimismo. Não sei o que vai acontecer na terceira temporada, mas gostaria que ela canalizasse essa energia para lutar", explicou.

    A segunda temporada de The Handmaid's Tale estreia dia 2 de setembro no Paramount Channel às 21h e, antes do novo episódio, o canal promete uma maratona de reprise a partir das 11h. Os assinantes das operadoras Oi TV, SKY e Vivo também terão sinal aberto até o dia 9 de setembro. 

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