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    Psi: Emilio de Mello trabalha com novos casos reais na quarta temporada (Visita ao set)

    O AdoroCinema acompanhou um dia de gravação da produção nacional que retorna neste mês.

    Emilio de Mello vive novamente o psicanalista Carlo Antonini na quarta temporada de PSi, série nacional da HBO. Escrita por Contardo Calligaris, também roteirista e diretor-geral a nova fase da trama trará uma nova patologia como tema central.

    Anunciada em junho de 2018, as gravações da sequência começaram logo em seguida e o AdoroCinema pôde visitar, com exclusividade, o set de filmagem em Cotia.

    Seguindo com o formato utilizado na terceira temporada, PSi apresentará uma história a cada dois episódios, totalizando cinco narrativas em 10 episódios de uma hora cada. Com o diretor Fábio Mendonça no comando dos episódios gravados naquele dia (Caroline Leoni, Max Calligaris e Bel Valiante também assinam a direção), estavam em cena Emílio De Mello, Bruno LourençoLiliana de Castro – enquanto Lourinelson Vladmir se preparava para a próxima tomada.

    Em entrevista, Calligaris falou sobre a estrutura da temporada, que é um pouco diferente da mais recente lançada. “A terceira temporada dava a impressão de ser composta de cinco longas contidos em si, isso muda nessa temporada porque a parte do elenco fixo se torna mais importante. Existe uma continuidade maior entre os elementos. A temporada é toda e inteiramente e dedicada a uma patologia só: a paranoia”, disse ele.

    Uma curiosidade que vale ressaltar é que o consultório de Carlo – um dos principais cenários da série – criado no galpão de filmagem da O2, na verdade existe. Durante as primeiras temporadas, as gravações aconteciam em uma casa e, com a mudança de locação, agora o ambiente é recriado no set – inclusive, as colunas, antes reais, foram substituídas por outras de isopor e removíveis.

    As cenas conferidas pelo AdoroCinema seguiam a plástica já vista nas outras temporadas: luzes baixas e câmeras intimistas, com abuso do uso do foco. O cenário era exatamente o consultório de Carlo, dividido por duas salas: a dele e a de Maria Clara, onde eles irão lidar com a paranoia.

    O psicanalista Contardo contou o porquê da escolha deste tema: “Escolhi a paranoia porque é um tema muito presente na clínica e também na experiência cotidiana, a maioria das pessoas que eu conheço se consideram perseguidas ou invadidas o tempo inteiro. Vivemos uma sensação disseminada de perseguição, de que isso é o que pode dar um sentido ao mundo”.

    O roteirista ainda acrescentou que, a escolha dos casos que Carlo tratará foi, como sempre, a partir de casos reais. “É claro que há algumas mudanças romanceadas, às vezes mesclando dois casos para fazer um só, por exemplo”, disse.

    Com isso, Emílio de Mello teve que entender um pouco mais sobre essa patologia e perceber as maiores diferenças de seu personagem nesta fase. “O Carlo está sempre ouvindo muito a si mesmo e ele vai tentando ajudar as pessoas dentro desse ponto de vista dele, acho tem menos envolvimento pessoal nessa temporada. Os pacientes são pacientes de verdade, com exceção da última história que é uma amiga e acaba sendo uma amante”, contou.

    O mais curioso é que o personagem fictício é baseado no próprio Contardo Calligaris, que também falou um pouco sobre essa construção: “Ele foi ao meu consultório e trabalhamos muito juntos. Tem muita coisa de mim e tem um monte de coisas que Carlo faz só minha causa, como se vestir sempre da mesma maneira ou não tirar a chave e carteira do bolso antes de sentar”.

    O ator completou dizendo que descobre um novo Carlo a partir de sua relação com os pacientes. “Talvez a maior diferença que tenha da primeira temporada para as posteriores é que ele vai ficando menos insatisfeito com a profissão. Agora ele parece mais conformado com o fracasso no trabalho terapêutico, sem perder as esperanças. Às vezes a ajuda pode não vir só com a cura, mas também com a consciência do paciente com a patologia, você não se cura mas vive melhor com aquilo, é o que aparece muito no discurso da quarta temporada. Deixar a vida menos penosa com essa patologia”, completou.

    Um dos pacientes do psicanalista na série será vivido por Bruno Lourenço, que revelou que o corpo de seu personagem foi pensado a partir da música e seu maior desafio: “Foi entender como imprimi-lo em uma estética interessante, como construir um personagem que vive a paranoia com verossimilhança, alguém que exista de verdade mas trazer essa carga distante da realidade”.

    Lourinelson Vladmir interpreta Jorge, que também passa em consulta com Carlo durante a quarta temporada. Segundo ele, seu personagem traz vários aspectos da produção cultural. “Ele fala dessa repressão do mundo, o que ele representa é uma tentativa de escape do audiovisual, que é a hegemonia do olho. Hoje em dia praticamente todas as relações dependem de uma lente”, disse ele sobre Jorge que acredita viver em um reality show.

    Enquanto isso, Liliana de Castro afirma que descobriu uma nova Maria Clara nesta temporada. A parceira de Carlo agora “está mais sociável e mais inserida no mundo”, contou a atriz. Sobre a relação entre os dois, a intérprete da doutora revelou: “Os dois tem a semelhança de ter muita curiosidade de entender o outro, de perceber as grandes diferenças de cada um. Mas ela, por ser médica, complementa com informações e, por ser mulher, tem uma visão diferente das coisas”.

    Assim como as outras temporadas, Psi segue abordando temáticas sociais Emílio comentou sobre este ponto: “A gente tem que falar sobre algumas coisas que parecem que já estão institucionalizadas, a série traz isso de uma maneira bem contundente, como o racismo ou a violência doméstica. No dia-a-dia a gente esbarra com isso o tempo todo e quanto mais falarmos disso, mais as pessoas irão se conscientizar - essa é nossa função enquanto artista”.

    Por fim, Contardo afirmou que, para ele, esta é a melhor temporada da série até aqui, com roteiros muito mais trabalhados e ainda deixou com esperanças de outras fases de Psi. “Tem histórias para mais anos que me sobram para viver. Acho extraordinário que eu consegui contar até aqui 33 histórias em quatro temporadas de Carlo, isso para mim é um legado, criei uma série que me representa”, disse o roteirista.

    PSi conta com produção de Luis F. PerazaRoberto Rios e Eduardo Zaca, da HBO Latin America Originals. Marcelo Airoldi (padre Miguel), Paula Picarelli (Taís), Karen Menatti (Elisa) e Raul Barreto (Severino) continuam estrelando a série.

    As filmagens aconteceram até outubro de 2018 e a série tem estreia marcada para o dia 24 de março, na HBO.​

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