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    Sense8: Episódio final é um belo presente para os fãs da série (Crítica)

    Sem spoilers, pois o episódio só estreia em 8 de junho!

    NOTA: 4,0/5,0

    Antes de mais nada, um momento de sinceridade: o episódio final de Sense8 só existe por causa dos fãs (ainda mais desesperados após um chocante cliffhanger no final da segunda temporada), que pediram de forma insistente para a Netflix promover o retorno do show. Logo, faz sentido que tal especial seja criado para satisfazer seu leal público.

    Com mais de duas horas de duração, essa espécie de telefilme retoma rapidamente onde a história parou: Will (Brian J. Smith), Capheus (Toby Onwumere), Kala (Tina Desai), Lito (Miguel Angel Silvestre), Nomi (Jamie Clayton), Riley (Tuppence Middleton) e Sun (Doona Bae) estão unidos fisicamente para salvar a vida de Wolfgang (Max Riemelt), ainda capturado pela misteriosa Organização de Preservação Biológica (OPB). Para isso, eles sequestraram Sussurros (Terrence Mann) - que ainda surge como um daqueles vilões abomináveis típicos, que só falta torcer um bigodinho.

    Além da arriscada missão de resgate, o especial encontra espaço para expandir a mitologia dos sensates, enquanto tenta mostrar as consequências dessa situação de "vida ou morte" em suas rotinas pessoais. Um grande acerto é ver que a criadora Lana Wachowski deu destaque para mais personagens coadjuvantes, inseridos de forma integrada nessa última aventura, sem ficar "por fora" do que está acontecendo. Se os oito protagonistas seguem bem em seus papeis, os fãs também vão se divertir com Bug (Michael X. Sommers), Daniela (Eréndira Ibarra), Amanita (Freema Agyeman) e Rajan (Purab Kohli) roubando certas cenas.

    Tecnicamente, Sense8 segue apresentando alguns defeitos de produção. Apesar de usar tal confusa história a seu favor por diversas vezes, o roteiro ainda apresenta furos graves, clichês e nem todas as questões são respondidas de forma clara. Já uma montagem problemática deixa claro como tal episódio foi realmente montado às pressas - uma tarefa que por si só até merece aplausos, considerando o tamanho de seu elenco. Só uma dica: reveja a série, pois surgem muitos nomes estranhos na trama final e o espectador pode ficar perdido se não estiver 100% atualizado ou ter memória fraca.

    Mas nada disso atrapalha a experiência, pois a obra das irmãs Wachowski nunca focou em perfeição. Desde o início, Sense8 sabe o que deseja: passar uma mensagem muito clara sobre aceitação e representatividade, mostrando como diferentes culturas podem se unir para construir uma realidade melhor. Diante de tempos políticos tão confusos, é bacana ver um show que promove como o desconhecido não deveria dar medo, e sim esperança. Consequentemente, não foi seu lado 'ficção científica' que conquistou os fãs. Foram seus complexos e bizarros personagens que promoveram o carinho do público, gerando uma torcida apaixonada por cada um deles (e seus respectivos 'ships', é claro).

    Logo, o episódio final é definitivamente uma carta de amor para os fãs, que vão vibrar, rir e se emocionar com a última aventura dos sensates. Contando novamente com grandes sequências de ação, o especial também apresenta várias referências de momentos marcantes das temporadas anteriores, pois Lana Wachowski sabe exatamente aquilo que seu público quer. A história de Sense8 se encerra de uma maneira bem satisfatória, investindo sem medo no 'fan service'. Normalmente, tal termo é usado de forma pejorativa, mas aqui surge como um grande presente para aqueles que tanto apoiaram essa jornada. Nada mais justo.

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