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    Grey's Anatomy pode estar passando a ideia errada sobre medicina, diz pesquisa

    Nem tantos pacientes morrem, nem sempre a recuperação é rápida como parece...

    O quanto Grey's Anatomy se aproxima da realidade?

    Séries médicas são bastante populares, mas isso não quer dizer que sejam realistas. De acordo com uma pesquisa realizada no St. Joseph’s Hospital, no Arizona, Estados Unidos, séries médicas — Grey's Anatomy mais especificamente — podem cultivar falsas expectativas entre os pacientes e suas famílias sobre o tratamento de doenças e o tempo de recuperação. E, consequentemente, gerar insatisfação.

    Isso porque na série criada por Shonda Rhimes há uma taxa de mortalidade maior em relação aos hospitais norte-americanos, porém os pacientes também se recuperam mais rápido.

    Para determinar isso, os pesquisadores assistiram a 269 episódios, da 1ª à 12ª temporada, e compararam os diagnósticos fictícios de 290 personagens — incluindo dados sobre sua demografia, padrões de admissão, tempo de permanência, gravidade da lesão e resultados — com as informações Banco Nacional de Dados sobre Trauma dos Estados Unidos sobre 4812 pacientes.

    E a conclusão foi a seguinte: na vida real, 7% dos pacientes chegam a óbito, enquanto na série, esse número ating 22% dos personagens. Sem contar que, em Grey's Anatomy, 71% dos pacientes foram direto da sala de emergência para o centro cirúrgico; quando, na vida real, isso só acontece com um quarto das pessoas.

    Ainda assim, a ficção estrelada por Ellen Pompeo também tem curas rápidas: em casos graves, metade dos personagens da série ficam menos de uma semana internado; enquanto, na vida real, apenas 20% dos pacientes fica menos de sete dias no hospital.

    A discrepância acontece também em relação às pessoas transferidas para unidades de cuidado de longa duração: em Grey's Anatomy, são 6%; em hospitais reais, são 22%.

    O médio Roshan Sethi afirma (via EW) que a verdade é esticada às vezes — os procedimentos são comprimidos por conta do tempo, ou os médicos se afastam mais de sua especialidade do que na vida real —, mas os escritores estão conscientes do impacto público de seus trabalhos. "Eu pessoalmente desenho a linha em imprecisões que podem prejudicar um espectador", diz Sethi. "Por exemplo, dizer que fumar não causa câncer de pulmão seria irresponsável".

    Já o outro autor do estudo, Dr. Jordan Weinberg, concorda que as séries médicas acertam bastante, sobre como é um pronto socorro ocupado ao visual do interior da sala de operação. E afirma que não há nenhum dano real em seguir a saga da Dr. Meredith Gray — desde que você leve tudo como verdade.

    "Nós não assistimos a Grey's Anatomy para nos educarmos. Assistimos pelo valor de entretenimento", diz Weinberg. "Dentro das restrições do que eles estão tentando fazer, que é entreter pessoas, eles realmente fazem um trabalho muito bom de alcançar a realidade".

    No Brasil, Grey's Anatomy é exibida pelo canal Sony.

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