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    Início de Star Trek: Discovery empolga com representatividade, humor e nostalgia (Primeiras Impressões)

    Vem ver o que achamos dos dois primeiros episódios da nova série da franquia Jornada nas Estrelas – sem spoilers!

    O início do conflito entre a Federação Unida dos Planetas e os Klingons é tema de Star Trek: Discovery, nova série da franquia, cujos dois primeiros episódios chegaram à Netflix brasileira nesta segunda-feira (25).

    Primeira série de Jornada nas Estrelas protagonizada por uma Primeiro Oficial – ao invés de um capitão ou capitã –, Discovery consegue apresentar a trama com bastante humor, um quê de nostalgia e uma pitada de mistério em um empolgante início de temporada.

    Depois de viver Sasha Williams em quatro temporadas de The Walking Dead, Sonequa Martin-Green assume a Tenente Michael Burnham – característica do ex-showrunner Bryan Fuller ter uma personagem feminina com nome comumente masculino. Também chamada de "Number One", em referência ao tratamento de Picard (Patrick Stewart) dá a seu Primeiro Oficial Riker (Jonathan Frakes) em A Nova Geração, Burnham é complexa, séria e corajosa, elementos que são fruto de sua criação pelo vulcano Sarek – o pai de Spock (Leonard Nimoy), cujo relacionamento com ela deve ser explorado mais para frente). Por outro lado, temos a dedicada e "mãezona" Michelle Yeoh como a Capitã Philippa Georgio, comandante da U.S.S. Shenzhou, que faz tudo pela diplomacia e para salvar a sua tripulação.

    De fato, Star Trek sempre foi conhecida pela diversidade e por celebrar a igualdade, e, desta vez, eles se superaram no quesito representatividade – e no bom sentido, é claro. A série trouxe duas personagens femininas fortes, uma negra, outra asiática, que têm um relacionamento quase maternal e trabalham uma dualidade entre si, divididas entre salvar a tripulação ou seguir as regras da Federação; começar uma guerra ou tentar a diplomacia.

    Além disso, a produção supera o estigma de que Klingons são "maus" e todo resto é "bom", e tenta dar uma explicação para o rancor dos Klingons com a Federação: a raça é bastante tradicionalista (quem assistiu às demais séries deve lembrar que o ancestral Kahless sempre é citado nos rituais deles) e teme ter sua cultura sobreposta pelos "impuros" que compõem a Federação, como humanos, vulcanos e andorianos. Sem contar que, primeira vez, Klingons falam Klingon, e não inglês, entre si. É preciso ainda destacar T'Kuvma, vivido por Chris Obi, que com um discurso ligeiramente conservador consegue ascender como o líder dos Klingons sem deixar de lado aqueles "filhos de ninguém".

    Fora Burnham e Georgio, os demais membros da tripulação ainda não foram devidamente explorados. Já Doug Jones também ganha espaço como o Tenente Saru, o alienígena Kelpien. Terceiro no comando da U.S.S. Shenzhou, ele ainda oferece uma divertida dinâmica entre a Capitã e a Primeira Oficial. O ator trabalha bem com a pesada maquiagem, que não lhe é estranho, afinal o ator já interpretou outras criaturas e alienígenas nas telas, em filmes como Hellboy, O Labirinto do Fauno e Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado.

    Os efeitos visuais denotam o baixo orçamento, e a guerra apresenta certa previsibilidade, mas são elementos que não prejudicam o enredo, prendendo o espectador com humor, mistério e flashbacks. Diferente de todos os pilotos de Jornada nas Estrelas, os dois primeiros episódios da série têm um desfecho pouco esperançoso, porém já foi avisado que os demais devem criar um recomeço para a série, com a Tenente Michael Burnham finalmente servindo na U.S.S. Discovery.

    Mas isso são cenas para os próximos capítulos, exibidos semanalmente na CBS americana e disponibilizados na Netflix todas as segundas-feiras. Pelo o que já vimos, a produção promete ter uma vida longa e próspera.

     

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