Minha conta
    Outlander: Criador Ronald D. Moore promete volta de cenas quentes e 3ª temporada bem diferente (Entrevista exclusiva)

    Conversamos com o criador, produtor e roteirista da série.

    Frederick M. Brown/Getty Images

    A terceira temporada de Outlander estreou no último domingo, 10 de setembro, no Fox Premium e amanhã é dia de conferir um episódio inédito. Convidado pelo canal, o AdoroCinema foi até Londres conversar com a equipe da produção e teve a oportunidade de conversar com o criador Ronald D. Moore.

    Além de ser produtor e roteirista da série sobre a enfermeira viajante do tempo, Ron é conhecido pelos trabalhos em Jornada nas Estrelas: A Nova Geração e Battlestar Galactica. Confira como foi nossa conversa com ele!

    O que você pode nos dizer sobre a terceira temporada?

    A terceira temporada será bem diferente das duas primeiras temporadas. Um dos elementos mais interessantes da série é a forma como ela evolui, como se desenvolve. Na segunda temporada, tínhamos uma grande linha narrativa em Paris e aí embarcamos em uma história de guerra. Na terceira temporada, não veremos nada disso. Claire e Jamie ficarão separados durante vários episódios e acompanhamos suas histórias, tanto no século XX quanto no século XVIII, durante o período de 20 anos em que eles passam separados. Eventualmente, eles vão se reencontrar e nós embarcaremos em uma viagem marítima. Viajaremos à Jamaica, ao Caribe. É uma saga épica.

    Você não assinou contrato para oito temporadas, mas os fãs certamente esperam que a série chegue lá. Esse é o seu planejamento também?

    Sim, espero que isso aconteça. A quarta temporada já foi confirmada e são oito livros. No momento, Diana Gabaldon está trabalhando no nono volume. Nunca se sabe. Espero que nós possamos adaptar tudo. Sei que essa é a vontade dos fãs, mas é preciso esperar para ver.

    Alguns fãs esperavam mais cenas quentes, como foi na primeira temporada. Essas cenas estarão de volta na terceira temporada?

    Acho que os fãs vão ficar felizes com as cenas quentes da terceira temporada.

    Os livros 3 e 4 são muito maiores que os dois primeiros. Como foi adaptar um livro tão grande em uma só temporada? Você teve que cortar mais coisas?

    Não, nós conseguimos inserir quase toda a história do terceiro livro na terceira temporada. É um livro muito grande, mas quando nós o dividimos para a televisão, a trama coube muito bem em 13 episódios. Então, nós não tivemos um problema com isso. No início da temporada, pensamos que teríamos que dividir o livro em duas temporadas, mas não foi necessário. Conseguimos inserir todos os pontos importantes da narrativa e ainda assim fazer a temporada ser um bom entretenimento em 13 episódios.

    O planejamento é seguir o formato de 13 episódios por temporada? A primeira temporada teve 16 capítulos.

    O plano é continuar fazendo 13 episódios. Você nunca sabe o que vai acontecer, as coisas podem mudar, mas o plano é esse.

    O que te interessou na história escrita por Diana?

    Quando li o primeiro livro, gostei muito de Claire. É uma mulher muito inteligente, interessante e forte. E fiquei fascinado com o detalhamento histórico. Não conhecia muito sobre a Escócia do século XVIII ou sobre a Revolução Jacobita. E gosto muito de história. Então fiquei fascinado pela ideia de ver essa mulher do século XX que acaba indo parar nesse mundo distinto. E também achei que era uma história de amor muito interessante. Nunca vi esse tipo de triângulo amoroso, que se desenvolve através de várias eras. No século XX, ela é casada com um homem e, no século XVIII, se apaixona por outro. Me pareceu ser um projeto bem interessante, achei que poderia ser uma boa série.

    Você leu todos os livros antes do início da série?

    Li até segundo livro e aí comecei a ler as sinopses dos outros livros. No início, achei que não precisava ler todos os livros. Queria saber qual era a trama de um modo geral. Li todos depois.

    Você vê a série se distanciando do material original em algum momento, de alguma forma?

    Todo ano nós criamos algo que não faz parte do material original. Mas, no geral, acho que vamos nos manter fiéis aos livros.

    A relação de Claire e Jamie é o centro da trama. Agora, temos um novo relacionamento entre Brianna e Roger, que é bem mais realista. Como foi desenvolver estes novos personagens, este novo relacionamento?

    Foi divertido. É ótimo poder trazer novos personagens para a série conforme a trama avança. A história de Roger e Brianna começa no século XX, mas também se tornará uma história de viagem no tempo conforme avançamos em direção à quarta temporada. O relacionamento deles vai evoluir junto à evolução da trama no século XVIII.

    Qual é a melhor coisa ao se trabalhar com um material que tem fãs tão apaixonados?

    É incrível. Gosto de trabalhar com obras queridas pelo público. Trabalhei em Star Trek, Battlestar Galactica. O amor dos fãs pela série contagia você - a forma como eles fazem as próprias fantasias, as teorias que eles criam, os debates que fomentam. Os fãs conhecem a série a fundo e eles geram muito amor pelo seu seriado, então isso é muito divertido.

    E qual é a pior coisa? Caso tenha.

    Acho que não há. Todos queremos ter um grande público, então é simplesmente ótimo ter um.

    Há um grande universo por trás dos livros. Você acha que pode existir um spin-off da série?

    Poderia existir. Às vezes debatemos essa possibilidade, mas não há nada planejado no momento. Sim, pode existir um spin-off no futuro.

    Se você tivesse que escolher um período de tempo para visitar, qual você escolheria?

    Eu voltaria para o ano de 1954. Ou seria 1956? Quer dizer, eu voltaria no tempo para o dia em que a Disneylândia foi inaugurada. Acho que foi em 1957.

    A recepção dos fãs à série influencia as narrativas de algum modo?

    Tento não deixar que isso aconteça, tento não deixar que os fãs influenciem a forma como nós fazemos a série. Nós apenas tentamos fazer a melhor série possível para apresentar o público e esperamos que eles gostem.

    O elenco da série é muito bom. Como foi encontrar os atores que interpretam Jaime e Claire?

    Nós encontramos Sam Heughan logo no início do processo. Isso nos surpreendeu muito. Quando vimos o teste de Sam, nós o escalamos na hora, ficamos muito impressionados. E aí levamos muito tempo para encontrar Claire. Nós testamos centenas de atrizes, algumas experientes, outras novatas, e não conseguíamos achar a atriz certa para interpretar este grande papel. Então, encontramos Caitriona Balfe nos 45 do segundo tempo, logo antes do início das filmagens.

    Dizem que é difícil trabalhar com animais, mas na quarta temporada há um cachorro muito importante para a trama.

    É realmente difícil, mas nós já encontramos os nossos cães atores. Você está falando de Rollo, certo? Nós encontramos dois cães perfeitos para interpretar Rollo na Escócia. Eles já estão em treinamento e estarão prontos para nós.

    A história cobre um período de muitos anos. Como fazer com que os atores interpretem tantas versões de seus personagens?

    Na maior parte do tempo, basta resolver com a maquiagem e com figurino. Mas, no fim das contas, tudo se resume aos atores. O nosso elenco precisa passar esse senso temporal, seja na forma de andar, de se comportar ou de falar. Então, nós confiamos em nosso elenco para passar essa sensação de diferença temporal.

    Você pode falar um pouco sobre os novos personagens da temporada?

    O jovem Ian terá um papel muito importante nesta temporada. Quando o terceiro ano começa, ele não está nem nascido ainda. Mas quando ele entra na história, mais ou menos no meio da temporada, eventos ligados a ele vão colocá-lo no meio da viagem marítima em direção ao novo mundo. Tem a Marsali, a filha de Leary, personagem da primeira temporada. Então, o passado dela é surpreendente e a relação dela com as pessoas também. Fergus, o garoto da segunda temporada, será um adulto nesta nova temporada.

    Como foi se despedir do ator que interpretou Fergus?

    Foi difícil porque gostávamos muito dele, mas ele não podia interpretar um homem de 20 anos. Tivemos que encontrar outro ator.

    O que podemos esperar deste novo Fergus?

    Ele vai encontrar tragédia e amor em sua vida e sairá com Claire e Jaime na próxima aventura deles.

    Vocês irão à Jamaica nesta temporada. O que podemos esperar deste novo cenário?

    Esta temporada também será bem diferente em termos de ambientação. A partir do momento em que sairmos para o mar, a série ganhará uma nova tonalidade. De repente, estaremos no Caribe, nos trópicos, nas praias, em um lugar que não tem nada a ver com a Escócia.

    Vocês já estão conversando sobre a quinta temporada?

    Esperamos poder produzi-la. Queremos chegar lá, mas precisamos esperar para ver o que acontece.

    Nesta era da televisão, os revivals e as reuniões estão em alta. Podemos esperar ver uma reunião de Battlestar Galactica?

    Acho que não. As pessoas sempre me perguntam isso. Acho que já finalizamos nossa história, não sei se temos mais histórias para contar. Costumam falar sobre fazer um filme de Battlestar Galactica de vez em quando, mas seria com um elenco completamente diferente, partiríamos do zero. Acho que nós deixamos o palco no momento certo.

    Como é continuar vendo novos fãs surgirem para uma série que já acabou há tantos anos?

    Isso é maravilhoso. É muito gratificante saber que você fez algo duradouro, algo que as pessoas continuam descobrindo, algo sobre o qual as pessoas continuam falando. As pessoas falam comigo para dizer que começaram a assistir, que estão impressionadas com a série. É incrível.

    Star Trek está toda disponível na Netflix e novas pessoas estão descobrindo a série. Além disso, uma nova série será lançada. Como é a sua relação com este universo?

    Star Trek significa muito para mim. Cresci vendo a série original. Era um seriado muito especial para mim quando eu era criança e quando tive a oportunidade de trabalhar nele, foi um sonho que se tornou realidade. Trabalhei com Star Trek durante 10 anos. Aprendi a escrever, aprendi a ser produtor. Foi uma experiência maravilhosa, valorizo muito o tempo que passei com a franquia. São alguns dos anos mais importantes da minha vida.

    Você tem algum outro projeto no momento?

    A antologia Electric Dreams, baseada na obra e nos contos de Philip K. Dick, está prestes a ser lançada aqui no Reino Unido. Acho que ficou ótimo. Produzi a série ao lado de Bryan Cranston. A primeira temporada tem dez episódios e acho que ficou ótimo.

    A obra de Dick é muito atual até hoje. Por que você acha que isso acontece?

    Quando lemos as histórias deles, muitas delas são situadas nos anos 50, mas as ideias e os temas retratados continuam ressoando até hoje. Ideias sobre a inteligência artificial, sobre a questão da tecnologia em relação aos seres humanos, sobre o que é ser uma pessoa, questões sobre a realidade e sobre como a percepção altera visões de mundo. Dick escreveu essas histórias há 50 ou 60 atrás, mas suas temáticas continuam sendo muito relevantes atualmente. Então foi ótimo poder revisitar essas histórias.

    O AdoroCinema viajou a convite do Fox Premium.

    facebook Tweet
    Links relacionados
    Comentários
    Back to Top