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    Os Defensores: Confira nossa crítica da primeira temporada da série

    Sem spoilers!

    NOTA: 4,0 / 5,0

    Desde 2014, quando foi anunciada a parceria entre Marvel e Netflix, que os fãs esperavam pela série que marcaria o encontro na tela do grupo de heróis, Os Defensores. Neste meio tempo, é claro, o público teve a oportunidade de desfrutar as séries individuais de cada integrante do time, Demolidor (que teve duas temporadas), Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Ao passarmos de uma produção para a outra, descobrimos que, independente da promessa de encontro no futuro, estaríamos diante de obras muito diferentes uma das outras, seja com relação a narrativa, seja por causa das opções estéticas. Isso deu muita personalidade para cada produção, mas, ao mesmo tempo, criou um desafio a mais para os diretores e montadores de Defensores, que teriam que unir todas aquelas estéticas em uma só.

    Logo de cara, entramos no elemento mais interessante da nova série: seu visual multicolorido. Ao invés de adotar uma paleta de cores padrão ou seguir o visual do produto de maior sucesso (Demolidor), a produção preferiu manter a diversidade de cores de cada personagem. Isso causa um estranhamento inicial, mas também ajuda a fortalecer cada herói. Por um momento, a série parece que força essas diferenças para à frente, a partir do momento em que os personagens formam um time, optar por um design principal. Mas não é o que acontece. Não é Velozes e Furiosos, não estamos diantes de uma família. As batalhas individuais seguem importantes para cada personagem até o final, o que faz com que seus universos mantenham suas características ao longo dos oito episódios desta primeira temporada. Enquanto as cenas com Jessica e Danny são mais frias, com cores tendendo para o azul e o verde, as sequências com Matt e Luke são mais quentes, em cima do vermelho e do amarelo, como podem observar facilmente nas fotos presentes aqui.

    Assim como já havia sido destacado em nossas primeiras impressões, se as opções de cores funcionam, o mesmo não se pode dizer sobre as transições de um personagem para outro. Há a tentativa de se estilizar a mudança de cenário com cortes rápidos, mostrando elementos do dia a dia de Nova York, como o metrô. Mas é muito estilo pra pouco conteúdo. Isso fica evidente com o fato de que uma das raras transições que não usam a fórmula ter sido a mais eficiente, quando saímos de Luke para Jessica com uma simples mudança no capuz. Felizmente, com a formação do time, as transições  estilizadas vão desaparecendo com o caminhar da série.

    Começando exatamente do ponto em que Punho de Ferro terminou, Os Defensores coloca Danny buscando os responsáveis pelo ataque a K’un-Lun. Ao mesmo tempo, Jessica assume um novo caso sobre um arquiteto desaparecido que possui muito mistério no ar. Já Luke, após deixar a prisão, tenta se firmar como um defensor do Harlem e investiga mortes de jovens no bairro. Fechando o time, Matt tenta deixar os dias de "demônio" para trás, focando na carreira de advogado. Aos poucos, os quatro vão sendo levados a uma mesma empresa, que é fachada para o Tentáculo. Então, percebem que devem se unir para combater tal forte ameaça. 

    O quarteto tem uma boa química em cena. Embora Danny ainda seja um ponto fraco, também impressiona como Luke Cage perde força com relação à sua série solo. Logo, é fácil concluir que os destaques são Jessica Jones e Matthew Murdock. Krysten Ritter e Charlie Cox roubam a cena sempre que aparecem, seja pela força, seja pela angústia de seus heróis. Finn Jones surge melhor que em Punho de Ferro, mas também é ajudado pelo fato de que as cenas de ação aqui são infinitamente superiores e mais bem coreografadas.

    Mike Colter fecha o time principal. Mas o mais interessante da série é que ela faz questão de, realmente, construir um universo. Isso fica evidente ao vermos que praticamente todos os personagens importantes mostrados nas quatro produções anteriores estão de volta. Foggy Nelson, Karen Page, Jeryn Hogarth, Claire Temple, Colleen Wing, Misty Knight, Stick e Trish Walker são alguns dos nomes que retornam.

    Temos também, é claro, o time de vilões, que traz o retorno de Elodie Yung como Elektra. Se a atriz foi apontada por muitos como um ponto fraco da segunda temporada de Demolidor, há de se admitir que oferece um dos arcos mais interessantes nesta nova série. Ressuscitada pelo Tentáculo, ela agora surge como vilã. O que não vai impedir Matt de tentar resgatá-la. No time dos vilões, no entanto, o grande destaque vai para uma nova personagem, Alexandra, vivida pela experiente Sigourney Weaver. É impressionante a força da atriz em cena. Todos os momentos de Alexandra são especiais, fazendo com que o público inclusive se identifique com ela.

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    Se as séries anteriores sofriam com problemas de ritmo - algo que, na verdade, é comum em produções da Netflix -, a atual acaba resolvendo a questão ao optar por trazer apenas oito episódios, ao invés dos tradicionais 13 capítulos. Deu tempo mais que suficiente para contar a história pretendida e nem foi preciso sair correndo com a trama, como temos visto na sétima temporada (também reduzida) de Game of Thrones. Isso fica evidente já nos primeiros episódios, com a produção optando por segurar ao máximo o encontro do quarteto principal.

    Comandada por Douglas Petrie e Marco Ramirez (responsáveis pela segunda temporada de Demolidor), The Defenders (no original) conta com uma boa trilha sonora instrumental. Diferentemente de Luke Cage, deixa o cenário musical de lado, o que faz com que tenhamos menos canções em cena. Por isso, quando um rap acompanha um importante momento de batalha ao final da série, tudo fica meio fora do tom.

    Como não poderia deixar de ser, a série deixa espaço para uma segunda temporada, além de abrirem portas para outros desenvolvimentos nas produções de cada heróis, especialmente no que diz respeito ao já confirmado terceiro ano de Demolidor.

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