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    House of Cards: "Essa foi a temporada mais bizarra", destaca Michael Kelly (Entrevista Exclusiva)

    Quinta temporada da série estreia hoje, na Netflix.

    Frank e Claire Underwood estão de volta às telas da Netflix. A quinta temporada de House of Cards estreia hoje, 30 de maio. O AdoroCinema conversou com exclusividade com o ator Michael Kelly, que interpreta o fiel Doug Stamper.

    O ator falou sobre o desenvolvimento de seu personagem e sobre como foi rodar a série em um momento político conturbado nos Estados Unidos. Confira!

    House of Cards começou como uma fantasia sombria e hoje em dia é quase que um reality show. Como foi desenvolver esta temporada no meio de um mundo tão confuso?

    Essa foi a temporada mais bizarra porque a filmamos durante as eleições de 2016 - a eleição em que a maioria da população não ficou muito feliz com o resultado. Bem, não foi exatamente a maioria, mas é assim que a democracia funciona. Foi muito surreal. Foi muito estranho ver tudo acontecendo ao mesmo tempo em que estávamos filmando, ver as duas eleições acontecendo juntas. Não foi planejado, estávamos apenas seguindo nossos roteiros.

    Como você vê a jornada de Doug nestas cinco temporadas?

    Tem sido fascinante. Na primeira temporada, sabemos muito pouco sobre Doug. Não sabemos quais são suas intenções. Todos se perguntam quem ele é, o que há com ele. Lentamente, temporada após temporada, nós começamos a conhecê-lo melhor. A cada temporada aprendi algo novo sobre ele, exploramos coisas diferentes a cada temporada. Na terceira temporada, vimos o que ele é capaz de fazer e como são suas relações, que não são nada normais. Do ponto de vista de um ator, apesar de ser o mesmo personagem, minha interpretação certamente mudou com o passar dos anos.

    Gosto particularmente de uma cena desta temporada em que Doug deixa uma marca no Salão Oval. Pela primeira vez, o vemos se preocupar com seu legado, a marca que vai deixar. Como foi esse momento para você?

    Foi incrível. Quando li essa cena pela primeira vez, pensei que era incrível. Nossos roteiristas são sensacionais, fazem coisas brilhantes e quando li o roteiro percebi que seria um momento forte, potente. Me senti pressionado para fazer o certo, pensei muito sobre como eu faria a cena, como entraria no Salão Oval para deixar essa marca. Muitas coisas e emoções passaram por mim e pela minha cabeça durante aquela cena. Tenho certeza que é a marca dele, como você disse.

    Vendo a série, é impossível não se perguntar por que Doug continua sendo tão fiel a Frank. Você acha que isso mudará algum dia?

    As pessoas costumam me perguntar bastante sobre a lealdade de Doug a Frank. Eles têm uma história muito antiga juntos. Isso é importante. Mas essa lealdade que Doug tem por Frank também é uma lealdade ao seu emprego, ele ama o que faz. Acho que a lealdade dele a Frank é uma combinação desses fatores. Se eu vejo isso mudando algum dia? Seria necessário algo muito grande para mudar isso. Teria que ser uma traição muito grande de Frank. E nesta temporada, nós vemos Frank questionar a lealdade de Doug pela primeira vez. Na mente de Doug, essa é a única coisa que não pode ser questionada em relação a ele. É a única coisa que nunca pode ser questionada porque Doug se sacrifica por Frank, ficou sóbrio por ele, fez de tudo por ele.

    Às vezes, parece que Frank e Doug se sentem mais confortáveis em situações complicadas. Você acha que eles buscam problemas?

    Eles já vivem em uma situação complexa há muitos anos. Não acho que eles procuram problemas, mas os problemas sempre os encontram por causa do trabalho que fazem e de como o fazem.

    Recentemente, nós vimos um crossover entre duas séries da Netflix. Que série você gostaria de ver em um crossover com House of Cards?

    Acho que Orange is the New Black. Seria muito divertido. Talvez Claire vá presa um dia. Não sei. Existem muitas séries incríveis hoje em dia, mas seria incrivelmente bizarro invadir qualquer um desses mundos. Sou fã de muitas séries como The Fall, Orange, Stranger Things. A Netflix tem muitas séries incríveis. Mas fazer um crossover seria um pouco bizarro.

    No final da quarta temporada, vemos Claire quebrar a quarta parede e começar a falar com o público. Podemos esperar Doug fazendo algo assim algum dia?

    Não imagino que isso aconteça. Acho que ele prefere ficar dentro das quatro paredes. Mas acho o fato de Claire fazer isso brilhante. Foi a primeira vez que a vimos em pé de igualdade com Frank. Fazer isso, naquele momento e para a personagem, foi algo muito brilhante da parte dos roteiristas. Não consigo enxergar um cenário em que Doug se coloque em pé de igualdade com os dois, em um cenário que ele ganhe o direito de quebrar a quarta parede. Depende dos roteiristas, mas não sei se ele é capaz, me parece algo muito radical.

    Robin Wright dirigiu alguns episódios nas últimas temporadas. Como foi ser dirigido por ela? Você tem a vontade de dirigir?

    Acho que ela é a pessoa com mais créditos de direção na série no momento. É uma dos meus diretores favoritos da série. Robin Wright é uma verdadeira diretora de atores. Ela dá tudo de si, sempre tem ideias inspiradoras, incríveis, analisa todas as cenas. Acho que ela é como David Fincher nesse ponto: sempre tenta sair de sua zona de conforto, sempre tenta fazer algo completamente diferente do que normalmente faz. E eu definitivamente gostaria de dirigir um episódio e Robin seria a minha inspiração, minha mestra. Ela é incrível, incrível.

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