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    House of Cards: Confira nossa crítica (sem spoilers) da quinta temporada da série

    Série da Netflix retorna no próximo dia 30 de maio.

    Se antes House of Cards soava como uma sombria fantasia sobre o universo político dos Estados Unidos, hoje a série se apresenta como algo mais plausível, após um processo eleitoral repleto de denúncias, vazamentos e ataques pessoas. Sabendo disso, a produção decidiu investir ainda mais no absurdo. E é isso que vemos nesta quinta temporada.

    Próximo do final do processo eleitoral, o presidente Frank Underwood, ao lado da esposa Claire, decide criar/potencializar uma guerra contra o terror em busca de apoio. Isso acontece no final da quarta temporada e é imediatamente retomado neste quinto ano, que traz o político em conflito com o Congresso, que não parece disposto a aprovar sua declaração de guerra.

    A primeira metade da temporada traz justamente o desfecho desta eleição, com Frank tendo muitas dificuldades na disputa com Will Conway. Ele parece disposto a fazer o que for possível para manter o posto na Casa Branca, mas nem tudo será fácil.

    Este ato inicial da temporada é irregular e gera alguns episódios com problemas sérios de ritmo. A Netflix ainda precisa aprender que não são necessários capítulos com quase 60 minutos de duração. Felizmente, tudo melhora, e muito, no trecho final. Cenas densas como HOC não são ideais para maratonas, mas vai ser difícil não assistir a segunda metade do ano praticamente de uma vez só.

    Não só por causa de um aumento na intensidade, mas também por uma história que não está muito longe dos noticiário de nosso dia a dia. Ao final da temporada anterior, Robin Wright quebra a quarta parede pela primeira vez, falando diretamente com o público, algo que só então cabia apenas a Kevin Spacey. A atriz ganha ainda mais espaço no novo ano, sendo possível dizer que Claire já é tão importante quanto Frank. Wright, por sinal, também volta a dirigir episódios e comanda, inclusive, os dois últimos da temporada. São os capítulos mais empolgantes e intensos do ano.

    Michael Kelly segue ótimo como Doug, enquanto que Neve Campbell ganha mais espaço como Leann Harvey. No papel de Conway, Joel Kinnaman passa bem a sensação de instabilidade do personagem, embora não seja dos mais expressivos. Boris McGiver segue como o jornalista Tom Hammerschmidt, que ainda está atrás de Frank. Apesar de levantar algumas questões interessantes sobre o trabalho da imprensa, este núcleo é o mais fraco da série desde a saída de Kate Mara. E continua assim.

    O roteiro da temporada, passada a primeira metade irregular, oferece alguns momentos de forte crítica política. Spacey, brincando recentemente, disse que quando está falando diretamente para câmera, está na verdade falando com Donald Trump. Obviamente, a série mantém a estrutura há cinco anos e sabemos que a conversa é com o espectador. No entanto, são evidentes as referências à situação política norte-americana. Lembrando que a temporada teve sua estreia adiada para passar por algumas adequações. 

    Com um discurso coeso e forte, House of Cards segue sendo um ótimo entretenimento, mas que também serve de instrumento para a reflexão. A série continua sendo uma das produções mais destacadas dos EUA, com excelentes trabalhos de fotografia, montagem e trilha sonora. A câmera é colocada quase sempre no local correto para capturar a emoção mais impactante de Frank ou Claire. E, com talentos como os de Robin e Kevin, não há muito onde errar.

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