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    The Walking Dead: Bom início e final razoável em uma sétima temporada que beirou o insuportável (Crítica)

    Série encerrou seu sétimo ano no episódio deste domingo, 2 de abril.

    O texto conta com SPOILERS da sétima temporada de The Walking Dead, inclusive do último episódio exibido neste domingo, 2 de abril. Leia por sua conta e risco.

    TWD é um dos maiores fenômenos da TV mundial nos últimos tempos, talvez só comparado com Game of Thrones. A série conta com uma legião de fãs fiéis, que estão acostumados com momentos impactantes, vilões assustadores e um time de protagonistas carismáticos e bem desenvolvidos. Há poucos anos, parecia impossível imaginar que a produção sofreria qualquer risco de cancelamento ou debandada do público. Embora isso seja algo que ainda está longe de ser realidade, já é sim possível imaginar que, se seguir como está, a série poderá ter um triste fim.

    Basta olhar os números de audiência da sétima temporada. O primeiro episódio do sétimo ano registrou a segunda maior audiência da história da série. Foram 17,03 milhões de espectadores, todos querendo saber quais seriam as vítimas de Negan. Depois disso, os números caíram bastante. Até chegar às 10,54 milhões de pessoas que conferiram o penúltimo capítulo. Os números do episódio final ainda não foram divulgados, mas é simbólica a perda de praticamente 7 milhões de espectadores entre o início e o fim da temporada.

    O ano começou com Negan deixando claro para Rick e sua turma que não estava para brincadeira. Ele mata Glenn e Abraham, sequestra Daryl e impõe várias obrigações sobre a população de Alexandria. A partir daí, a série caminha em primeira marcha. Por alguns episódios, Rick se submete a Negan até que decide fazer o que todo mundo já sabia que ia acontecer, reunir outras comunidades para enfrentar o vilão.

    Ao longo da temporada, tivemos outras mortes, mas quase sempre de personagens que já foram esquecidos pelo público, como Spencer e Olivia (quem?). Enquanto GOT - que sempre recebeu merecidas críticas por falta de ritmo - prepara novas temporadas com menos episódios, TWD mantém o número de 16 capítulos e ainda faz alguns com duração estendida, sem nenhuma razão narrativa para isso.

    Revezando entre "apresentar outras comunidades" e "mostrar o quão mau é Negan", a temporada beirou o insuportável, chegando a entregar um episódio todo centrado na Tara. Sério. Um episódio inteiro protagonizado por uma das personagens menos interessantes da série, que havia sido praticamente abandonada na sexta temporada. Fica difícil defender. 

    Curiosamente, um dos episódios mais criticados pelos fãs, o décimo segundo capítulo, que traz Rick e Michonne no parque, acabou sendo um dos momentos mais interessantes. Foi a tentativa de The Walking Dead de entregar seu The Fly, clássico episódio de Breaking Bad. Se é para enrolar o espectador, que ao menos seja com um episódio feito claramente para isso, quase que como um escape do resto da temporada.

    Foram quase 800 minutos de histórias na sétima temporada. Se considerarmos aquilo que foi realmente relevante, é provável que não chegamos em 200 minutos. Mesmo o último episódio, que contou com uma boa ação e reviravoltas eficientes, também apresentou problemas de ritmo, principalmente no que diz respeito ao sonho de Sasha com Abraham, que foi simplesmente aborrecido. A verdade é que o visto no décimo sexto episódio poderia ter sido mostrado algumas semanas antes.

    Contando com uma boa ação, o episódio número 16 da sétima temporada teve como ponto alto a presença de Shiva no conflito com os Salvadores. Dentre os problemas, o fato de haver um tiroteio para todos os lados em um espaço pequeno e não morrer ninguém realmente relevante, de nenhum dos lados. Ao final, Negan reuni seu exército, enquanto que Maggie um discurso "agrada-fã", feito especialmente para agarrar aquele sentimento nostálgico de quando a série era realmente boa, relembrando momentos de temporadas anteriores e o início de tudo, com Glenn ajudando Rick em Atlanta.

    Para variar, a temporada termina no clima do "agora vai". Vamos pra guerra! Em outubro, estaremos esperando por isso. Mas já sem grandes expectativas.

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