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    Emerald City: Primeiras impressões (Crítica)

    Veja o que achamos da nova série.

    Imagine uma mistura de Game of Thrones com Once Upon a Time. Se quisermos fazer uma comparação, é esta a melhor aproximação que é possível se fazer com Emerald City. Mas, embora a série tenha bastante mérito na construção de um novo universo baseado em “O Mágico de Oz”, falta criatividade para fazer o público querer continuar acompanhando a trama.

    A premissa da série é bastante simples, e reimagina a história clássica de L. Frank Baum de uma forma “dramática e modernizada”. Quando um tornado transporta Dorothy Gale (Adria Arjona) até a terra de Oz, a viagem dá início a uma desastrosa profecia que incita medo no próprio Mágico (Vincent D'Onofrio), comandante do lugar. Em sua jornada pelo lugar desconhecido, Dorothy encontra muitos personagens misteriosos que vão acabar moldando o seu próprio futuro.

    A familiaridade da história – é difícil encontrar uma pessoa que não tenha ao menos uma simples noção do que se trata “O Mágico de Oz” – faz com que o tom obscuro seja recebido no mínimo com uma certa estranheza. Mas esse não é exatamente o grande problema aqui. Embora a ideia tenha sido utilizada à exaustão em outros projetos, é possível dar uma roupagem moderna a um clássico e se manter atual ao mesmo tempo que presta referência. Como obra de arte, Emerald City é deslumbrante. O trabalho do diretor e produtor executivo Tarsem Singh é imbatível, e as cores e toda a arte do cenário e dos figurinos fazem o seu melhor para tornar este novo universo algo minimamente interessante. É inegavelmente bonito de se ver. Mas isso é tudo. Quando chegamos ao roteiro, encontramos uma história bastante cansativa, bagunçada. Talvez até um tanto óbvia.

    Por um lado, a parte boa é que a série bebe pouco do filme clássico de 1939 com Judy Garland. Há algumas referências aqui e ali, mas o contraste tonal é quase palpável. No entanto, isso acaba sendo também um problema. O mundo provavelmente não precisava de um reboot obscuro de “O Mágico de Oz”, mas se ele for existir, no mínimo que traga personagens cativantes. O que não é o caso.

    Embora Vincent D'Onofrio seja um nome reconhecido no elenco – o ator é favorito dos fãs de Demolidor, pois entrega uma performance incrível como o vilão Wilson Fisk, o Rei do Crime –, ele não basta. A impressão que temos durante a condução da história é que os personagens não têm mais a apresentar do que aquilo que já está sendo dito. Falta carisma, e além disso falta um motivo para que essa história seja contada. Policiais, armas, assassinato e tortura existem em diversas outras séries por aí. Não raro, feitos até melhor. Então, por que exatamente precisamos levar este mesmo tipo de história repetitiva para dentro de “O Mágico de Oz”?

    Se o objetivo é se inspirar em Game of Thrones, aí está o diferencial. Por mais que o drama da HBO tenha este tom negativo, e não meça a própria capacidade de devastar os seus personagens, Emerald City peca justamente porque lida com arquétipos que são conhecidos, mas são tratados de forma tão unidimensional que é difícil criar empatia por qualquer um deles.

    Por isso, infelizmente estamos diante de uma série que aproveita pouco o material que tem nas mãos. Emerald City precisa de mais do que apenas visuais deslumbrantes para fazer uma história. E enquanto ela não tiver fé nos seus próprios personagens, será difícil crer em sua capacidade de levantar vôo.

     

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