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    Vem aí um Doctor Who culpado e com raiva do universo

    Foi o que disse o novo intérprete do lendário personagem da TV britânica, Peter Capaldi, em evento no Rio para divulgar a oitava temporada da série. Programação também contou com a exibição do episódio. Confira nossas primeiras impressões.

    Who? (Quem?) Nem mesmo o próprio Doctor Who saberá quem ele é na oitava temporada da nova leva da série, que estreia no próximo sábado, dia 23, no canal pago BBC. “Talvez a gente perceba uma luta interior, que vai tomar um lugar central. Ele se sente culpado e com raiva do universo”, adiantou o ator Peter Capaldi, que assumirá como o 12º intérprete de Doctor Who.

    Ele participou nessa segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro, de uma coletiva de imprensa no hotel Copacabana Palace, ao lado da atriz Jenna Coleman (Clara Oswald) e do produtor executivo da série, Steven Moffat. O evento faz parte da Doctor Who: The World Tour que, em doze dias, percorreu sete cidades, começando em 7 de agosto em Cardiff, País de Gales, de onde partiu, para Londres (Reino Unido), Seul (Coréia do Sul), Sydney (Austrália), Nova Yorque (EUA) e Cidade do México (México) – tipo de divulgação raro para uma série de TV. O Rio foi o último destino.

    “Ele terá um humor mais ácido”, continuou Capaldi. “Será que o personagem sempre reflete o momento histórico da época?”, especulou, a respeito do ser alienígena de mais de 2000 anos. Ele está lutando para se achar”, concluiu o ator, que garante se lembrar do primeiro episódio da série, de 1963, quando tinha apenas cinco anos. Por outro lado, confessou: “mas eu não quero me afastar tanto dos outros intérpretes, afinal são todos a mesma pessoa”.

    A entrada de Capaldi vai criar um caos na vida de Clara Oswald, segundo a intérprete do personagem: “esse Doctor Who não é tão previsível e é mais distante, o que muda completamente a dinâmica da relação dos dois”. E, a julgar pelo que disse a atriz, a vida de Clara não vai ser moleza também. “Começamos a ver a vida dela fora da máquina; a vida doméstica, com o Mr. Pink (Samuel Anderson), e como professora (de literatura inglesa). Mas vai surgir um outro homem na vida dela”, adianta, misteriosa.

    Steven Moffat que, além de produtor executivo, é o principal roteirista da série, foi taxativo a respeito da audiência: “estamos exportando um programa britânico, mas temos que ser autênticos. Você não entrega exatamente o que a audiência quer ver, mas aquilo que você faz bem”, se gabou. Questionado sobre a possibilidade de o Brasil se tornar uma possível locação para a série, ele manteve o bom humor do trio e provocou: “bom, se vocês tiverem algum lugar que se pareça com um território alienígena...”

    Tentado a resumir a nova temporada em três palavras, Peter Capaldi não pensou duas vezes: “não confie em ninguém”.

    Primeiras impressões

    Em seguida, na casa de shows Vivo Rio, no bairro do Flamengo, foi exibido o primeiro episódio da nova temporada, para jornalistas e fãs – um evento pago que contou com um animador de plateia, distribuição de brindes e até um Cyberman (um raça de ciborgues inimiga do Doutor) no palco. Ou seja, uma histeria coletiva dos whovians, como são conhecidos os apreciadores da série.

    A história é ambientada em meados do século XIX, na Londres Vitoriana . À bordo de uma cabine de polícia londrina dos anos 1960 (claro, a máquina Time and Relative Dimensions in Space – ou Tempo e Dimensão Relativas no Espaço – TARDIS, para os íntimos), Doctor Who e sua companheira da vez são, digamos, cuspidos, às margens do Rio Tâmisa, onde um dinossauro (?!) gigante está tocando o terror.

    Os jornalistas tiveram que assinar uma cláusula de confidencialidade para não revelar spoilers – mesmo com o vazamento, no mês passado, dos dois primeiros episódios da temporada, sem a finalização técnica.

    O que podemos adiantar, contudo, é que, quem estava com saudades dos personagens Madame Vastra, Jenny Flint e Strax talvez não se decepcionem. O ritmo ágil e o humor constante – tem piadas com o sotaque inglês, com a origem de Capaldi, que é escocês, e com a própria aparência física do novo ator protagonista – também não devem incomodar os saudosos. Pelo contrário. (Ou seja, ao que tudo indica, ainda vai demorar para o personagem flertar com o lado negro da força, como Capaldi sugeriu na coletiva).

    Ao que tudo indica, Clara Oswald será muito mais do que uma escada (aquele personagem coadjuvante que tem como função dar visibilidade ao protagonista). E, cá entre nós, o Doctor abre a porta azul da TARDIS mais zureta do que nunca. No fim, um episódio empolgante – com uma surpresinha no final (shhhhh).

    O episódio, intitulado Deep Breath (respire fundo), será exibido no próximo sábado, 23, simultaneamente no Reino Unido e no Brasil (aqui, a partir das 22h, na BBC).

     

    W.H.O. Doctor

    Peter Capaldi ainda confessou aos fãs que já sabia há mais de um ano que daria vida – e corpo – ao personagem. Quando recebeu a notícia, disse ele, estava filmando na República Tcheca e não podia contar a novidade a ninguém. Provavelmente, ele se referia às filmagens de Guerra Mundial Z.

    Quando o filme foi lançado, seu personagem, um médico da World Health Organization (algo como Organização de Saúde Mundial) foi creditado como W.H.O. Doctor. Dois meses depois da estreia do longa-metragem, a BBC revelou a escolha de Capaldi para a série. Pelo visto, alguém da produção do filme tinha informações privilegiadas.

    Doctor Who é considerada a mais longa série de ficção científica da história da televisão. Exibida entre 1963 e 1989, voltou a ser filmada a partir de 2005, completando 50 anos no último dia 23 de novembro. A série narra as aventuras no tempo-espaço de um membro de uma civilização extraterrestre de humanoides que luta contra inimigos clássicos, como os Daleks – máquinas do tempo com mutações genéticas – e sempre conta com um parceiro ou uma parceira, que já foi até um cão, o K-9.

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