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    Diretor de Estou Pensando em Acabar com Tudo da Netflix, conheça a filmografia de Charlie Kaufman

    Diretor e roteirista, Kaufman é considerado um dos cineastas mais influentes desta última década.

    Recentemente o filme Estou Pensando em Acabar com Tudo, inspirado no livro homônimo, foi lançado diretamente pela Netflix, dividindo bastante as opiniões da crítica e público especializado. Enquanto alguns aclamaram completamente a obra ressaltando seu bom uso de uma história contada nas entrelinhas, outros acharam que o filme ficou apenas no superficial, não oferecendo nada de concreto. 

    Seja como for, o fato é que o diretor do longa, Charlie Kaufman, possui uma filmografia de dar inveja a qualquer cineasta que busca consistência em suas obras — seja na própria direção ou no roteiro, onde começou sua carreira em Hollywood. Pensando nisso (e não em acabar com tudo), o AdoroCinema separou aqui alguns dos trabalhos mais importantes de Kaufman, além de sua trajetória na indústria. 

    THE EDGE E O INÍCIO DA JORNADA

    Desde cedo já interessado pelo universo do cinema, Kaufman inicialmente pretendia fazer carreira como um ator de comédia, mas, assim que finalizou seus estudos, foi à famosa New York Filme Academy para cursar especificamente cinematografia, pegando gosto pelo ofício da escrita e do roteiro, no geral. Seu talento já impressionou de cara os professores, o que o levou a conseguir uma vaga para escrever dois episódios rápidos da série Get a Life. 

    Assim, Charlie começou a fazer sua própria história na indústria como roteirista de séries "underground" dos Estados Unidos, começando por The Edge, para a qual escreveu 20 episódios. Além disso, ele fez ainda The Trouble with Larry, The Dana Carvey Show e Ned and Stacey. Seguindo o jogo por tempo suficiente, ele conseguiu espaço para colocar suas próprias ideias originais em ação.

    QUERO SER JOHN MALKOVICH, ADAPTAÇÃO E O INÍCIO DO SUCESSO

    Depois de realizar um número considerável de contatos em Hollywood, Kaufman insistiu bastante para que pudesse encontrar um diretor disposto a filmar sua ideia que viria a se tornar o filme Quero ser John Malkovich, comandado por Spike Jonze. Na peculiar trama do filme, uma passagem secreta em um prédio leva à mente do ator John Malkovich, onde aqueles que a entram conseguem permanecer ali durante 15 minutos, até serem cuspidos numa estrada na saída de Nova Jersey.

    Quebrando todas as expectativas possíveis, Kaufman foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original no primeiro filme de sua vida, e a partir daquele momento ele estava lançado de vez para o mercado. Dois anos depois, o roteirista repetiu a parceria com Jonze no elogiado Adaptação, estrelado por Nicolas Cage, que conta a história de um roteirista em crise, utilizando bastante metalinguagem.

    BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS E A CONSOLIDAÇÃO

    Possivelmente o filme mais conhecido de Kaufman, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças veio apenas mais dois anos depois e é até hoje bastante comentado por vários tipos de públicos diferentes. Trazendo Jim Carrey para um papel de forte peso dramático e uma direção excelente de Michel Gondry, o longa fala sobre um homem que realiza um procedimento para esquecer completamente de sua ex-namorada, mas desiste no meio, tentando reverter a situação em sua mente.

    Naquele momento, Kaufman já quebrava também uma lógica quase padronizada de que apenas atores e diretores ganhavam fama em Hollywood, tornando-se um roteirista não só cobiçado pelos próprios estúdios, mas também muito elogiado pelos fãs de filmes feitos sob sua originalidade. Mas ali o cineasta percebeu que deveria dar um passo a mais.

    SINÉDOQUE, ANOMALISA E A ESTREIA NA DIREÇÃO

    Novamente usando e abusando da metalinguagem, mas agora em um nível ainda maior do que em Adaptação, Kaufman conseguiu prestígio o suficiente para convencer um estúdio a dirigir seu primeiro filme além de seguir escrevendo. Assim nasceu Sinédoque, Nova York, que fala sobre um diretor de teatro em crise, saúde delibitada, que decide reunir um grupo de atores em um armazém de Nova York. Lá ele pode enfim dar vazão à sua criatividade, buscando uma peça que seja cada vez mais um paralelo de sua própria vida.

    O filme foi bastante elogiado e deu a Kaufman a confiança necessário para tentar algo ainda mais diferente, a animação Anomalisa, que usa de um traço bastante único para contar seu cenário, no qual Michael Stone (voz de David Thewis), um palestrante motivacional que acaba de chegar à cidade de Connecticut, acaba conhecendo Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh), por quem se apaixona perdidamente. E mesmo com a história aparentemente simples, este é um de seus filmes mais densos e tristes, falando muito sobre problemas como expectativas, idade, incertezas e amor. Assim como quase todos os seus trabalhos, ele foi ao Oscar, não vencendo, no entanto, a premiação.

    ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM TUDO

    Chegamos, enfim, ao ponto atual! Em Estou Pensando em Acabar com Tudo, o primeiro original Netflix dirigido e adaptado para as telas por Kaufman (visto que o filme é inspirado em um livro), uma jovem insegura e reflexiva viaja com seu namorado para a fazenda dos pais dele. Por conta de uma tempestade de neve, no entanto, todos são obrigado a ficar isolados na casa. Com isso, a garota começa a descobrir diversos segredos sórdidos sobre a família do rapaz e sua própria relação.

    O longa já está na disponível e é estrelado por Toni Collette (Hereditário), Jesse Plemons (O Irlandês) e Jessie Buckley (Chernobyl).

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