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    San Diego Comic-Con 2020: Charlize Theron revela injustiças que sofreu na carreira

    A atriz de The Old Guard demorou muito para conquistar espaço no gênero de ação, já que os estúdios fecharam as portas para ela após o lançamento de Æon Flux.

    Durante a San Diego Comic-Con, Charlize Theron detalhou a sua trajetória no cinema de ação. Entre Æon Flux e The Old Guard, a atriz enfrentou muitas adversidades, incluindo uma grande rejeição dos estúdios por ser mulher, e ter participado de um filme que não obteve sucesso. Contudo, ela conseguiu dar a volta por cima, e compartilhou como foi todo esse percurso. Confira:

    Sua paixão por filmes de ação começou desde cedo

    Charlize revelou que o seu amor por ação começou desde cedo. Em casa, a mãe era viciada em filmes de Chuck Norris. Já o pai adorava a franquia Mad Max. “Eles também assistiam produções mais sérias, como Kramer vs Kramer”, que também me inspiraram”, disse.

    Sigourney Weaver mudou a sua vida

    “Assistir Sigourney Weaver interpretar Ripley em Alien mudou a minha vida. Ela fazia tudo com tanta naturalidade, parecia real. Depois que eu assisti o filme, percebi que havia muitas possibilidades para as mulheres no cinema. Nós poderíamos ser qualquer coisa”, explicou Charlize.

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    Uma Saída de Mestre não foi uma experiência agradável

    O primeiro contato de Charlize com o cinema de ação foi no filme Uma Saída de Mestre. Apesar de ter sido um momento empolgante, a atriz compartilhou que trabalhar na produção não foi fácil: “Eu era a única mulher em um set dominado por homens”, revelou.

    “A pressão em cima de mim foi enorme. Eu tive que treinar seis semanas a mais do que os outros atores, só porque eu era uma mulher. Mas aquilo apenas me motivou a dar o meu melhor”. Durante a conversa, a atriz disse que Mark Wahlberg vomitou enquanto filmava uma das sequências.

    “Ele estava dentro de um carro que girava constantemente, e não aguentou”. Contudo, Charlize fez uma cena ainda mais complicada fisicamente, e dominou o momento. A partir dali, ela sabia que as mulheres eram capazes de tudo.

    Æon Flux foi um trauma para a atriz

    Após vencer o Oscar por seu papel em Monster - Desejo Assassino, muitas portas se abriram para Charlize. Inclusive, ela conquistou a chance de protagonizar um filme de ação chamado Æon Flux. Contudo, a produção foi duramente criticada, faturando menos do que o custo de sua produção.

    Isso fez com os estúdios não dessem outras chances para Charlize. “Eu tenho a sensação de que se você for mulher e errar uma vez, nunca receberá outra oportunidade”.

    Mad Max foi um ponto de virada em sua carreira

    A atriz só voltou a receber os papéis que desejava em 2015, quando protagonizou o que talvez seja o melhor trabalho de sua carreira: Mad Max - Estrada da Fúria. “Eu voltei a acreditar que haviam oportunidades para as mulheres. Eu só precisava encontrar as pessoas certas, que estavam preparadas para ir além e correr riscos”, explicou.

    “Hoje nós sabemos que as audiências amam filmes de ação protagonizados por mulheres. Não há mais como ignorar isso”, afirmou.

    Atômica foi o seu papel mais desafiador

    Em Atômica, Charlize atuou e também produziu o longa. Com isso, a pressão aumentou absurdamente. “Se o filme falhasse, seria culpa minha. Eu que escolhi o diretor, e cuidei do processo criativo. Então eu precisava dar tudo de mim, garantir que todos estariam fazendo o melhor”, disse ao ser questionada sobre as dificuldades de atuar na obra.

    Além disso, Theron considera Atômica como o seu papel fisicamente mais difícil: “Foi a primeira vez que eu fiz um longo plano sequência de ação. Durante dez minutos, eu precisava acertar toda a coreografia, e não errar nenhum passo. O tempo pode parecer pequeno, mas quando você está no set, é extremamente difícil não errar nenhum passo por todo esse período”.

    Confira o treino de Charlize para o filme:

    Atômica

    A atriz sempre se irritou com os equívocos acerca das mulheres nos filmes: “Eu sempre ouvia: ‘Lute como um homem’. E em Atômica, eu luto como uma mulher. Eu sei que se eu usar minhas mãos, posso quebrar meus ossos. Então eu vou usar minha cabeça, meus joelhos e todas as minhas habilidades para derrotar um homem. Eu posso derrotá-lo”, disse em um dos momentos mais inspiradores do painel.

    Por que ela interpreta personagens em filmes de ação frequentemente?

    Para a atriz, não é sobre ser uma heroína, ou cair na porradaria. Apesar de ser divertido, Charlize explica que gosta de filmes de ação, porque eles permitem que a mulher seja imperfeita. “Eu sinto que nós somos classificadas como prostitutas ou boas mães. E não podemos ser nada além desses dois extremos”, desabafou.

    Entretanto, Charlize disse que gosta de todos os gêneros. “Eu sempre quis ser como Jack Nicholson, que interpretou os papéis mais loucos possíveis. Quero que as mulheres apareçam em mais papéis surtados”, brincou a atriz.

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    Por mais que a atriz tenha uma vasta experiência em filmes de ação, The Old Guard apresentou um novo desafio em sua carreira: “Andy é uma mulher que vive há séculos, e conhece diversas técnicas de combate, incluindo artes marciais. Por isso, eu precisei ler livros sobre artes marciais por meses, além de passar por um intenso treino para trazer realismo à interpretação”, revelou.

    Segundo a atriz, o seu treino foi eficaz, porque eles focaram nas melhores qualidades físicas dela. “Quando eu tinha uma limitação, não insistiamos nisso. Queríamos aproveitar o que eu tinha de melhor”.

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    Relação da atriz com Furiosa nos dias atuais

    Diferente de Atômica, Mad Max não abusou de longos planos sequência. Contudo, a atriz afirma que a produção foi tão difícil quanto. “A obra exigia que ficássemos pendurados por cabos a toda hora. Pulávamos de carros em movimento, e era comum estar no ar durante as filmagens”.

    Mas para Charlize, tudo isso valeu a pena. “Se as pessoas acharem que Furiosa significou o que Ripley significou pra mim na época, então estou feliz. Nem todo mundo consegue conquistar isso na carreira”, disse.

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    Charlize Theron não tem medo de nada?

    Por mais que a atriz seja famosa por ser extremamente forte em seus filmes, ela afirma que o medo é a sua principal fonte de energia: “Eu sempre entro em um projeto acreditando que aquela será a minha última oportunidade. Todo esse pânico me faz dar o melhor que tenho”.

    Charlize também teme que a sua idade seja um fator limitante em sua carreira. Portanto, ela agarra cada chance que recebe, porque sabe que não as terá para sempre. “O dia que eu entrar em um set sem medo, vou ficar muito assustada”, brincou.

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