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    Control Z: Crítica da 1ª temporada da nova série teen da Netflix

    Produção mexicana mistura Gossip Girl com Sherlock Holmes.

    Nota: 3,0/5,0

    Netflix já é uma especialista quando o assunto é produzir séries teens. Sejam polêmicas como 13 Reasons Why e Elite, ou estrangeiras como Sangue e Água e Love 101. Seu novo projeto mistura essas duas características em uma obra só: Control Z, recente produção mexicana da plataforma, recheada de novos talentos.

    A trama acompanha um grupo de adolescentes que estudam na mesma escola, El Colegio Nacional, com foco em Sofia (Ana Valeria Becerril), uma conturbada jovem, marginalizada socialmente, porém com grande dom para observação. Quando um hacker começa a vazar segredos dos alunos, sobra para a protagonista descobrir quem está por trás desses ataques.

    Sherlock Holmes encontra Gossip Girl na nova série da Netflix

    Control Z funciona da maneira que uma série teen costuma funcionar: apresenta seus clichês e conveniências de roteiro, mas consegue entreter com reviravoltas e dinâmicas já conhecidas do gênero. A jornada de descobrir quem é o hacker realmente conquista a atenção do espectador, porém o mais impressionante é observar o efeito dominó que a situação passa a causar. No episódio 3, chega a culminar um caos desenfreado que representa bem a bagunça da nossa sociedade do simulacro, através dos impulsos passionais de jovens. Saiba como essa cena foi filmada aqui!

    Se os segredos revelados são escolhas interessantes para a narrativa de Miguel García MorenoAdriana Pelusi e Carlos Quintanilla, a resolução da identidade do hacker não é das mais simples, e talvez seja um pouco forçada. Mas encontra fundamento ao destinar um episódio apenas sua explicação, mostrando um cuidado em fechar pontas soltas. Em seguida, o capítulo final traz o clímax que a história precisa, deixando diversos ganchos para segunda temporada (já confirmada), com elementos que deixará seu público alvo na busca por mais.

    Control Z é uma série que precisa ser vista com cuidado

    Como um todo, o elenco funciona o necessário para a história, apesar de não ter nenhum destaque específico dentre eles. Afinal, trata-se de uma primeira temporada e poucos personagens conseguem fugir dos estereótipos que representam na narrativa, já que o foco é apresentar esse universo. Só que, na verdade, esse é o maior defeito de Control Z. Por mais divertida que seja, sua determinação em ser uma serie ousada a faz tocar em diversos temas sérios de forma superficial.

    Sem nenhum aviso de gatilho (o que deveria ter, apesar de sua classificação etária destinada para maiores), a trama aborda questões que deveriam ser faladas de forma mais delicada. Por exemplo, os transtornos mentais de Sofia, que a levam a se cortar, são jogados como apenas mais uma característica da jovem — assim como ela é morena e antissocial, por exemplo. É válido conversar sobre assuntos tabus, mas não podem ser apenas salpicados para apimentar a história. É preciso aprofundá-los de maneira que traga mais luz sobre eles, ao invés de simplesmente romantizá-los. Ainda mais considerando o publico jovem que é alvo de tal tipo de produção.

    O mesmo vale para a transição de gênero de Isabela (Zion Moreno) — que merece pontos por representatividade — ou a violência do bullying que cerca as atitudes de Gerry (Patricio Gallardo). Isso que nem estamos citando Quintanilla (Rodrigo Cachero), também conhecido como o pior diretor de uma escola da ficção por não saber como se comunicar com jovens. Então, Control Z é uma boa indicação para o gênero teen, mas é preciso ver com precaução, pois não é para todos os tipos de público.

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