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    Kati Critica: Um é louco, dois é bom, três é demais

    Na vida, sou a Michelle. E você?

    Senhoras e senhores, já peço desculpas para os filhos únicos. Nada contra eles, tenho até amigos que são. Mas a coluna de hoje é para quem já teve que brigar pelo controle da TV ou pelo uso da internet, muito antes do mundo dos smartphones e wifi... E fiquei inspirada com o lançamento de Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica, então aguentem firme comigo.

    Quando cheguei a este mundo, já cheguei ganhando duas irmãs mais velhas, de quem herdei Barbies, e que tiveram papel especial na formação do meu caráter. Afinal, se meu pai me ensinou a amar o Oscar e minha mãe criou o costume de sempre deixar a TV ligada no SBT; minhas manas me apresentaram ao mundo da cultura pop.

    Ps no meio do texto: Durante a produção desta coluna, minha mãe tentou me convencer que foi ela quem me jogou no mundo dos musicais, pois me apresentou Grease! Mas o único motivo dela ter feito isso foi porque é fã do John Travolta. Se for por isso, eu vi A Reconquista por sua causa, mãe! E isso não é legal!

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    Para vocês terem uma noção, quando eu era uma Kati de 6 anos de idade, interessada em bloquinhos LEGO e As Pistas de Blue; minhas irmãs tinham 14 e 17 anos, respectivamente. Logo, conheci cultura pop a partir dos olhares de duas adolescentes viciadas em MTV — numa época que a gente LIGAVA para votar no Top 20 clipes, que se chamava Disk MTV. A gente LIGAVA. NUM TELEFONE FIXO. No máximo, naquele celular da Xuxa, mesmo assim, era muito caro!

    Enquanto uma ouvia Backstreet Boys e definia meu lado feminista na base das Spice Girls, outra ouvia Ricky Martin — cuja abertura pro mundo latino deve ter influenciado a minha paixão por RBD. No mundo das séries, já gostávamos de um dramalhão vendo Party of Five (ou O Quinteto, se você via dublado). Ou fingíamos ser as três irmãs de Três É Demais. Eu era a Michelle (Mary-Kate/Ashley Olsen), é claro.

    Ps completamente aleatório no meio do texto: Aliás, vocês sabiam que a nova Canário Negro, Jurnee Smollett-Bell era a Denise, a amiguinha da Michelle em Full House?

    Voltando pras séries de TV numa época onde era seriadora e não sabia, lembro do nosso choque ao descobrir que Marissa (Mischa Barton) morria em The O.C., levando spoiler através de uma revista. Ou dos surtos que as duas tiveram quando Rory (Alexis Bledel) perdeu a virgindade com Dean (Jared Padalecki), mesmo ele sendo casado, em Gilmore Girls.

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    Já quando o assunto era cinema, nós criávamos nossos próprios clássicos. Quando pessoas normais pensam em Sessão da Tarde; lembram logo de A Lagoa Azul. Já eu me recordo da maninha vendo Manequim - A Magia do Amor. E como demoramos a vida para descobrir que, na realidade, se tratava de Manequim 2, que é uma espécie de remake podre, ao invés de sequência do longa original.

    Nosso vício era tanto que, quando a música-tema "Nothing Gonna Stop Us" tocou em Irmãos Desastre, eu chorei e liguei pra minha irmã assim que o filme acabou. É que nem ligar para sua avó depois de ver The Farewell, viva Nai Nai!

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    Alguns sabem recitar as falas de O Poderoso Chefão ou Star Wars ("It's a Trap" é meu favorito, particularmente)...

    Mas minhas irmãs e eu? Somos formadas na sabedoria do roteiro de ícones pouco valorizados pela sociedade, como Casamento Grego e Tudo Para Ficar com Ele, fazendo piadas internas que só a gente entende.

    Não me entendam errado, sou uma rancorosa canceriana, então ainda lembro das brigas e discussões que todos os irmãos tem. Mas vindo de uma família que se aproximava vendo TV, são essas memórias que ganham destaque na minha mente perturbada. É o cheiro da padaria que frequentávamos todo dia após a escola. O chão do play do nosso antigo prédio. Tak-shows antigos que víamos durante a madrugada, muito antes de conferir Carpool Karaoke no Youtube e debater se o James Corden realmente dirige o carro ou não. Tipo, o cara fez Cats, tem coisas mais ultrajantes nessa vida.

    Moral da história: Em Fleabag, a verdadeira história de amor é aquela entre Fleabag (Phoebe Waller-Bridge) e Claire (Sian Clifford); tenho dito. Só amor real seria capaz de produzir essa cena:

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