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    Kevin Feige responde críticas de Scorsese à Marvel: "Todo mundo tem uma definição diferente de cinema"

    Esta é a primeira vez que o comandante do Universo Cinematográfico da Marvel fala sobre o assunto.

    Kevin Winter/Jon Kopaloff/Getty Images

    No começo de outubro, Martin Scorsese causou em Hollywood ao declarar que grandes filmes de super-heróis "não são cinema" e se parecem mais com "parques de diversão". A fala do diretor dividiu o mundo da sétima arte, e agora chegou a vez de Kevin Feige, o todo-poderoso da Marvel, falar pela primeira vez sobre as críticas.

    O produtor responsável por arquitetar todo o Universo Cinematográfico da Marvel deu uma entrevista ao podcast Awards Chatter, neste domingo (10), em que rechaçou a fala de Scorsese. "Acho que isso não é verdade. Acho que é lamentável", diz Feige quando questionado sobre a ideia de que os filmes de super-heróis são negativos para o cinema. "Acho que eu e todo mundo que trabalha nesses filmes adora cinema, adora filmes, adora ir ao cinema, adora assistir a uma experiência comunitária em uma sala cheia de gente", completou o diretor.

    Em um artigo escrito para o The New York Times na última semana, Scorsese argumentou que os filmes da Marvel não assumem riscos reais. "O que não existe é revelação, mistério ou perigo emocional genuíno. Nada está em risco. As imagens são feitas para satisfazer um conjunto específico de demandas e são projetadas como variações em um número finito de temas", explicou.

    Kevin Feige refutou essa ideia e disse que o estúdio assume sim riscos em seus filmes. "Fizemos Guerra Civil. Tivemos nossos dois personagens mais populares em uma briga teológica e física muito séria. Matamos metade de nossos personagens no final de Vingadores: Guerra Infinita. Acho divertido pegar nosso sucesso e usá-lo para correr riscos e ir a lugares diferentes", argumenta.

    Em seu artigo, Scorses diz que vê filmes de grandes franquias, como a Marvel, eliminando a delicada tensão entre arte e comércio e simplesmente permitindo que o lado comercial mande em tudo. "Infelizmente, a situação é que agora temos dois campos separados: há entretenimento audiovisual mundial e cinema. Eles ainda se sobrepõem de tempos em tempos, mas isso está se tornando cada vez mais raro", afirma.

    Já Feige enxerga a indústria do cinema de outra maneira. "Todo mundo tem uma definição diferente de cinema. Todo mundo tem uma definição diferente de arte. Todo mundo tem uma definição diferente de risco. Algumas pessoas não acham que é cinema. Todo mundo tem direito a sua opinião. Todo mundo tem o direito de repetir essa opinião. Todos têm o direito de escrever artigos sobre essa opinião, e estou ansioso pelo que acontecerá a seguir. Mas, por enquanto, continuaremos fazendo filmes", declarou pondo panos quentes na situação com Scorsese.

    O executivo aproveitou para falar de uma de suas novas produções, como a série Wandavision, estrelada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany. "É diferente de tudo o que fizemos antes. É diferente de tudo que esse gênero já fez antes. E sim, se você está desanimado com a proposta de que um humano possui habilidades extraordinárias, e isso significa que tudo o que acontece é agrupado na mesma categoria, então pode não ser para você. Mas a verdade é que tudo - como todas as grandes histórias de ficção científica - é uma parábola", explica.

    Outra nova produção da Marvel que Feige aproveitou para levantar a bola é Os Eternos, filme dirigido por Chloé Zhao, com Angelina Jolie no elenco. "É um filme muito grande. É um filme muito caro. E estamos fazendo isso porque acreditamos na visão de [Zhao] e acreditamos no que esses personagens podem fazer e acreditamos que precisamos continuar a crescer, evoluir e mudar e impulsionar nosso gênero", conclui o executivo.

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