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    Festival de Vitória 2019: Imigração, negritude e representação LGBTQI+ são destaques na Mostra Nacional de Curtas

    Quarta noite de exibição de curtas foi marcada por temáticas sociopolíticas.

    Uma das características mais marcantes do Festival de Cinema de Vitória é a de se posicionar a favor das minorias, promover debates sobre inquietações sociais e, principalmente, exaltar as produções locais. Na quinta noite de evento, não foi diferente. Tanto no discurso dos realizadores, quanto nas obras exibidas, que falam por si só, o engajamento do Espírito Santo como polo de produção cinematográfica impressiona.

    Entre os curtas, é difícil apontar um destaque. O primeiro da noite, Refúgio (de Shay Peled e Gabriela Alves), nos apresenta a alguns personagens que precisaram abandonar seus países em zonas de guerra e encontraram no Espírito Santo um novo lar. As diretoras contam parte das histórias dessas pessoas e acompanham de forma intimista práticas da nova rotina de adaptação criada no Brasil. 

    Em seguida, foi a vez de A Praga do Cinema Brasileiro, filme de William Alves e Zefel Coff em que Zé do Caixão abre um portal para o passado no intuito de "libertar" antigos filmes políticos da história do cinema brasileiro, no momento sequestrados por Capetal. 

    Fechando a exibição dos curtas-metragens da noite, NEGRUM3 (de Diego Paulino) e O Órfão (de Carolina Markowicz) levaram o público do Teatro Glória ao delírio. O primeiro propõe uma reflexão sobre corporeidade negra e um mergulho na trajetória de jovens negros da cidade de São Paulo. A produção se autodenomina "um filme‐ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora". Já o curta de Markowicz aborda a sensível história de Jonathas, um garoto que por muito tempo mora em um lar de acolhimento e sonha em ser adotado, mas, quando isso finalmente acontece, é devolvido por conta de seu "jeito diferente". 

    Por fim, foi a vez de Mirante, de Rodrigo John, um dos filmes da 9ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, encerrar a noite. No documentário, John, do alto de seu apartamento em Porto Alegre, observa através das janelas dos prédios vizinhos a vida no centro da cidade. Segundo o realizador, a intenção é ecoar a precariedade das relações humanas em uma mistura de narrativas de dentro e de fora. O interessante no filme é que, enquanto documenta o seu entorno, John também costura na montagem importantes acontecimentos políticos do Brasil. 

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