Como não possui uma mostra competitiva, ao menos não nos moldes de eventos badalados como Cannes e Veneza, o TIFF funciona como um imenso cartão de apresentação para a imprensa norte-americana, que viaja em peso para seu vizinho ao norte em busca de palpites bem embasados sobre quem ainda estará na disputa pelo Oscar, lá no início de 2020.
Neste ano, quatro produções brasileiras disputam as atenções do público e mercado: Bacurau, A Vida Invisível, Três Verões e A Febre. Os dois primeiros chegam a Toronto já consagrados pelas premiações recebidas em Cannes, sendo que o novo filme de Karim Aïnouz ainda será o candidato nacional na categoria de melhor filme estrangeiro - e distribuído nos Estados Unidos pela Amazon, forte argumento a seu favor na batalha por indicações.
Dirigido por Maya Da-Rin, A Febre chega a Toronto após uma estreia bem sucedida no Festival de Locarno, onde faturou o prêmio de melhor ator (Regis Myrupu) e o prêmio FIPRESCI. Já Três Verões tem sua estreia mundial no evento, trazendo Regina Casé de volta às telonas no novo filme dirigido por Sandra Kogut (Mutum).
Saindo da seara das produções nacionais mas permanecendo na brasilidade, quem também marca presença é Fernando Meirelles. Após um hiato de seis anos longe do cinema, ao menos como diretor, ele retorna em 2 Papas, coprodução Estados Unidos/Inglaterra/Itália/Argentina que aborda o convívio entre o papa Bento XV e o futuro papa Francisco, ainda chamado de cardeal Jorge Mario Bergoglio. A estreia já está agendada para 20 de dezembro, direto na Netflix.
Quem também retorna ao TIFF é o produtor Rodrigo Teixeira, com seu mais novo projeto: Wasp Network, dirigido por Olivier Assayas, que conta com o brasileiro Wagner Moura em uma trama de espiões cubanos infiltrados nos Estados Unidos para combater inimigos de Fidel Castro na Flórida.