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    Festival de Cannes 2019: Ken Loach critica "empreendedorismo" com Sorry We Missed You

    Evento também exibiu o primeiro longa em competição dirigido por uma mulher negra.

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    Veterano do Festival de Cannes, o inglês Ken Loach (Eu, Daniel Blake) apresentou nesta quinta-feira sua mais nova crônica da classe operária, Sorry We Missed You. Desta vez, a vítima é o conceito de empreendedorismo, no contexto do capitalismo atual.

    No longa em disputa pela Palma de Ouro, Ricky (Kris Hitchen) é um pai de família que resolve se franquear no ramo de entrega (“delivery” seria o termo mais “popular”) no intuito de ser “o próprio patrão” no sustento de casa. Para dar entrada na van que servirá como instrumento de trabalho, ele precisa que a esposa, uma cuidadora, sacrifique sua rotina profissional vendendo o próprio carro. O retrato é completado por um filho, adolescente, em fase rebelde; e a caçula, afetada por todo o contexto.

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    “O roteiro prepara uma bomba calmamente, para detoná-la apenas no final, recusando-se a coletar os cacos ou analisar as consequências. Enquanto isso, tanto os personagens quanto o público são cozidos a fogo baixo, testemunhando uma série de abusos travestidos de realização pessoal e modernização dos valores trabalhistas”, sublinha a crítica do AdoroCinema (completa aqui).

    Loach já vnceu a Palma duas vezes, por Ventos da Liberdade (2006) e, mais recentemente, o arrebatador Eu, Daniel Blake (2016).

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    No mesmo dia, entrou para a disputa Atlantique, o primeiro longa-metragem dirigido por uma cineasta negra, Mati Diop, a concorrer ao prêmio máximo do festival.

    O filme conta a história de uma garota de 17 anos que se apaixona perdidamente por um jovem, em Dakar, no Senegal, porém, está prometida a outro. O filme ganha ares misteriosos depois que trabalhadores desaparecem no mar e seus espíritos retornam possuindo o corpo das próprias namoradas no intuito de se vingar.

    O filme começa bem, mas não segura o interesse, para a crítica do AdoroCinema: “Infelizmente, nada do que se segue possui a mesma força do início. A beleza ainda se encontra em momentos esporádicos, e a concisão narrativa funciona em certas passagens, porém o drama investe em caminhos tão inesperados quanto incompatíveis entre si. Fica a impressão de que algumas partes sequer foram dirigidas pela mesma pessoa” (texto completo).

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