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    Admirável Mundo Pop: 19 bons motivos para ainda não desistir de 2019

    Nenhum tem a ver com os rumos do país, mas pelo menos a diversão nos filmes e séries está garantida este ano.

    Dá tempo ainda de desejar feliz ano novo? Então feliz ano novo. Vamos todos precisar.

    Pessimismos à parte, eu estou ficando animado com o 2019 que já começou. Muito porque eu não aguentava mais esse 2018 interminável, que até teve seus bons momentos mas passou do ponto faz tempo. E também porque o novo ano promete, pelo menos em se tratando desse maravilhoso mundo do entretenimento que nos ajuda a seguir em frente e perseverar. 

    Então chegamos a 2019, que promete ser sem precedentes para quem ama filmes e séries -- ainda mais quando o assunto são as principais franquias da atualidade. Pode puxar na memória: não é sempre que a marca cinematográfica mais lucrativa (Universo Cinematográfico Marvel), a mais clássica (Star Wars) e o maior produto da televisão (Game of Thrones) encerram seus longos ciclos em um mesmo ano. E isso é só a pontinha desse grande e irresistível iceberg chamado cultura pop

    As apostas são as mais altas possíveis, já que tratam-se de produtos consagrados e sustentados por fãs dedicados, que apoiam suas marcas mesmo nos momentos difíceis e de baixa criatividade. Para preparar os espíritos para o novo ano em um grande esforço de opinião pessoal e futurologia, escolho a seguir os 19 filmes e séries pelos quais tenho mais expectativa em 2019... e os motivos pelos quais eles poderiam me decepcionar. Perceba e acompanhe comigo:

    Brooklyn Nine-Nine - 10 de janeiro

    Por que prestar atenção? Após ser cancelada inesperadamente pela Fox, a sitcom mais simpática e inclusiva do momento foi "salva" pela NBC -- muito porque os fãs (alguns deles ilustres) xingaram muito no Twitter. Ou seja, estes próximos novos episódios de Brooklyn Nine-Nine podem ser os últimos, mas já é bem mais do que poderíamos esperar.

    Mas... O emocionante desfecho da quinta temporada encerrou em alta um arco importante da história, então é pouco provável que a nova leva de capítulos mantenha o mesmo nível de qualidade.

    Vidro - 17 de janeiro

    Por que se empolgar? No maior plot twist de sua carreira, M. Night Shyamalan fez o incrível Fragmentado ser parte integrante do universo de Corpo Fechado e, de quebra, anunciou mais um capítulo do que agora é uma trilogia. Se as estrelas se alinharem, Vidro deve encerrar de maneira épica essa improvável história de super-herói... estrelada por super-vilões.

    Se bem que... Shyamalan não é infalível e demonstrou inconstâncias na maior parte de sua carreira (desculpe, ainda não me recuperei do horror que é A Dama na Água). É torcer para que ele consiga manter a curva ascendente que vem mostrado desde o surpreendente A Visita.

    Alita: Anjo de Combate - 14 de fevereiro

    Por que deveria dar certo? James Cameron burilou por anos um projeto de um filme de ação baseado em um mangá obscuro chamado Battle Angel Alita, mas não conseguiu arrumar tempo para colocar a ideia em prática (culpe Avatar por isso). Alita: Anjo de Combate enfim ganhou vida quando caiu nas mãos sempre criativas de Robert Rodriguez, escolhido a dedo pelo próprio Cameron. E tem uma ousadia a mais aqui: este é o primeiro filme live-action inspirado em quadrinhos japoneses que se arrisca a alterar digitalmente o tamanho dos olhos de um personagem. E não é que ficou decente? 

    Mas é claro que pode dar errado... Os trailers e cenas reveladas até agora dão a entender que Alita engloba vários gêneros ao mesmo tempo. É um filme de super-herói? Ficção-científica? Fantasia cyberpunk? Resta saber se essa salada de referências e intenções vai resultar em um produto equilibrado.

    Nós - 21 de março

    Por que tem tudo para dar certo? Jordan Peele provou em Corra! seu talento indiscutível para nos aterrorizar muito mostrando bem pouco. E de acordo com o trailer revelado convenientemente no dia do Natal, Nós deve repetir a mistura de horror psicológico com crítica social do primeiro filme de Peele, mas indo ainda mais longe nos sustos, cenas de pesadelo e bizarrices. Se for isso mesmo, já adianto que não vou conseguir encarar este na escuridão do cinema.

    Duvido muito que não dê certo, mas vai quê... O trailer de Corra! parecia entregar de bandeja a história toda, mas ainda assim ganhamos um final chocante de bandeja. O aterrorizante teaser de Nós também parece revelar demais, então é torcer para que algumas surpresas tenham sobrado para o filme em si.

    Game of Thrones: Oitava Temporada - Abril

    É claro que vai dar certo, afinal... É a maior série de televisão de todos os tempos, disso ninguém tem dúvidas. E após oito longos anos e 67 episódios primorosos, Game of Thrones se encerrará antes mesmo da versão literária que a inspirou -- não que George R.R.Martin não esteja se esforçando para isso. A oitava temporada promete "apenas" seis episódios com orçamentos milionários, batalhas épicas e sangrentas, muitas mortes de personagens queridos e um final imprevisível que insiste em permanecer em segredo (apesar da internet). Até quem não liga para GoT está ansioso para saber como essa loucura vai terminar

    É difícil acontecer, mas o final pode decepcionar: Os aficionados sabem que qualquer personagem heróico que se sentar no Trono de Ferro terá merecido chegar lá. Agora, imagine se ao final de tudo o grande vencedor for uma vilã intragável como Cersei? Será que os fãs radicais aceitariam esse absurdo?

    Shazam! - 4 de abril

    Por que pode até funcionar? O Universo Estendido DC nos cinemas não é uma unamidade nem prima pela estabilidade -- apesar de alguns acertos (Mulher-Maravilha, Aquaman), há mais filmes malhados pela crítica e pelo público do que aclamações. Shazam! parece a ovelha negra do bando e promete injetar um pouco de humor descompromissado a um universo que é sombrio na maior parte do tempo -- se bem que ainda não ficou claro como este filme vai se conectar aos outros.

    Mas também pode dar errado... Afinal, eu ainda não engoli aquela bagunça maluca que foi Liga da Justiça e imagino que você também não.  

    Vingadores: Ultimato - 25 de abril

    É claro que vai dar certo, certo? A essa altura, já não é segredo para ninguém que metade da população da galáxia foi dizimada com um descompromissado estalar de dedos de Thanos, o Titã Louco. Como os remanescentes vão conseguir reverter o quadro é apenas uma das questões que Vingadores: Ultimato precisa responder para deixar satisfeitos os fãs "marvetes" -- e isso inclui, se possível, trazer todos aqueles heróis mortos de volta.

    Não tem mais como errar, tem? Bem, após mais de 20 filmes (não podemos esquecer de Capitã Marvel, que chega em 8 de março), tudo o que queremos é ver como essa saga vai se encerrar e o que vai sobrar para dar continuidade ao futuro da Marvel nos cinemas. Será que escolhas narrativas equivocadas comprometariam a próxima fase de filmes? É difícil algo dar errado a essa altura, mas vai saber.

    Pokémon: Detetive Pikachu - 9 de maio

    Por que esse filme precisava existir? Eu não sabia o quanto precisava assistir a um live-action estrelado pelos Pokémon até ver o trailer acima. E quando o Pikachu entra em cena, abre a boca e começa a falar com a voz do Deadpool, aí tive a certeza de que esse é o filme mais necessário de 2019. Este é o nível de loucura gerado por Detetive Pikachu, a obra mais improvável com chances reais de explodir nas bilheterias esse ano e que tem tudo para nos deixar ainda mais aficionados pela mais irresistível febre japonesa da história da cultura pop.

    Mas talvez não seja bom, não? Sério, não tem como achar que esse filme não será incrível. A não ser que você seja uma pessoa muito, muito ruim.

    Rocketman - 30 de maio

    Por que pode dar certo:  A cinebiografia de Elton John tem potencial para fazer pela carreira deste ícone roqueiro o que Bohemian Rhapsody tem feito pelo Queen -- ou você não foi daqueles que redescobriu a discografia da banda após ver o filme? Se Taron Egerton encarnar o o"Homem-Foguete" com a mesma intensidade que Rami Malek incorporou Freddie Mercury, já será meio caminho andado. Além disso, quem aí não gostaria de cantar "Tiny Dancer" a plenos pulmões no escurinho do cinema?

    Claro que pode dar errado... Filmes sobre celebridades da música dificilmente acertam no quesito fidelidade aos fatos reais, então pode ser que Rocketman exagere na romantização em detrimento da verdade dos bastidores. Ainda mais porque o próprio Elton John é produtor e tem carta branca para dar seus palpites sobre o que pode ou não ser mostrado na telona. 

    X-Men: Fênix Negra - 6 de junho

    Por que pode dar certo: Este é o filme que se propõe a contar com propriedade uma das mais importantes sagas das histórias em quadrinhos em todos os tempos. O diretor Simon Kinberg se declara um fã hardcore da HQ de 1980, então ao menos podemos ter certeza de que haverá certo respeito pela fonte original.

    Mas dá para ficar com o pé atrás... Esses reboots recentes não são unanimidades entre os fãs dos mutantes que ainda possuem apreço pelos três primeiros filmes lançados entre 2000 e 2006. O novo elenco é esforçado e as intenções de contar as histórias clássicas são as melhores possíveis, mas talvez faça falta aquele toque de "X-Men raíz"... ou será que temos saudades do Wolverine de Hugh Jackman?

    Stranger Things 3 - 4 de julho

    Por que já deu certo? Parecia improvável o sucesso de uma série que mistura terror, ficção científica e aventura adolescente ambientada na década de 1980. Parecia, mas Stranger Things surgiu do nada e imediatamente se tornou o maior hit produzido pela Netflix nos últimos anos. Isso se deu principalmente porque quem abraçou a série foi o público jovem que não nasceu nem viveu durante os anos 1980 -- o boca-a-boca e a gritaria nas redes sociais fizeram o resto. 

    Mas... Um dos principais apelos da primeira temporada (e em certa parte, da segunda) é o entrosamento entre o talentoso e carismático elenco mirim, em especial da protagonista Millie Bobby Brown. que tinha 12 anos quando estreou no papel da paranormal Eleven. Agora, ninguém é mais criança na turminha de Hawkins, Indiana. Será que ainda será divertido assisti-los quando as vozes engrossarem?

    O Rei Leão - 18 de julho

    Alguém tem dúvidas de que será incrível? Você pode questionar a necessidade de se criar uma nova versão de um dos desenhos animados mais importantes de todos os tempos, e nisso vou concordar. Mas veja o trailer acima e tente não sentir curiosidade em ver como essa história tão emocionante irá se desenrolar sustentada por um visual tão realista. Em seguida, reflita: será que todas as grandes animações estão destinadas a ganhar versões recriadas digitalmente? E será que queremos que isso aconteça?

    Não é que pode dar errado, mas... Convenhamos que a discussão sobre se o novo O Rei Leão pode ou não ser considerado um "live action" já deu o que tinha que dar. O problema é se ainda estivermos falando sobre isso depois de assistirmos.

    Once Upon a Time in Hollywood - 15 de agosto

    Andrew Cooper / Divulgação

    Por que tem tudo para dar certo? A matemática de Once Upon a Time in Hollywood é simples de ser resolvida: Leonardo DiCaprio somado a Brad Pitt multiplicado por Quentin Tarantino. Se o resultado não é perfeito, então é um valor bem próximo disso. Trata-se do primeiro filme conjunto do trio, um épico ambientado na Los Angeles decadente do final da década de 1960 com os crimes do maníaco Charles Manson como pano de fundo. É o filme que Tarantino esperou a vida inteira para fazer, provavelmente um dos últimos de sua carreira e certamente o mais aguardado de 2019 -- pelo menos para mim.

    Sério, não tem como falhar: Tarantino é infalível quando está focado e bem acompanhado, o que parece exatamente o caso deste projeto. Sério, se este filme for 1% ruim você tem todo o direito de vir me cobrar.

    Coringa - 3 de outubro

    Por que pode funcionar? Joaquin Phoenix nasceu para viver uma personalidade perturbada como a do Coringa, e o currículo cinematográfico dele nos últimos dez anos até parece um treinamento para essa tarefa. Ainda que esta não seja a saída que o Universo Expandido da DC precisa, Coringa deve proporcionar uma visão no mínimo curiosa do vilão mais interessante dos filmes de super-herói.

    Mas veja bem... Já vimos várias histórias de origem do Coringa e algumas excelentes performances do Coringa. E todas elas também incluiam o Batman (o que não acontecerá neste filme). Por que esta daria mais certo do que as outras? Pois é.

    O Exterminador do Futuro 6 - 31 de outubro

    Por que se animar? Finalmente uma continuação de O Exterminador do Futuro (no caso, dos dois primeiros filmes dirigidos por James Cameron) que faz real sentido: trazer Linda Hamilton de volta como Sarah Connor é tudo o que a série precisava para voltar a ter relevância. E é claro que não dói nada a presença  Arnold Schwarzenegger como o T-800 que tanto amamos, mesmo que em uma versão mais digital do que humana de fato.

    Pensando bem... Será que mais uma tentativa fracassada não afundaria de vez a reputação da franquia entre os fãs de longa data? A não ser que você seja uma das cinco pessoas do mundo que achou O Exterminador do Futuro: Gênesis um filme decente...

    Zumbilândia 2 - 24 de outubro

    Por que é uma ótima notícia? Dez anos depois, o elenco completo do primeiro Zumbilândia está de volta para uma continuação tão improvável quanto necessária. Mesmo que Bill Murray não retorne dessa vez, será no mínimo divertido ver Emma Stone, agora uma respeitada vencedora do Oscar de Melhor Atriz, decepando zumbis babões com uma serra elétrica.

    Mas será que é mesmo necessário? Lembre-se que quando o primeiro filme foi lançado, no remoto 2009, os zumbis estavam apenas começando seu reinado duradouro na cultura pop. Hoje esse apelo não é nem de longe o mesmo (duvida? Pergunte aos fãs de The Walking Dead). Será que Zumbilândia 2 terá força suficiente para ressuscitar o carisma dos mortos-vivos?

    Watchmen - 20 de outubro

    Já estava na hora de acontecer... A versão cinematográfica de Watchmen dirigida por Zack Snyder em 2009 primou pela fidelidade visual à aclamada graphic novel de Alan Moore e Dave Gibbons, mas sofreu com as limitações de formato -- foram quase 500 páginas de quadrinhos comprimidas em pouco mais de duas horas e quarenta minutos de filme. Com o formato televisivo, a força da HBO e a direção de Damon Lindelof (de Lost e The Leftovers), a expectativa é que essa saga épica seja tratada do jeito que merece. 

    Mas não será assim tão fácil... Talvez os quadrinhos sejam mesmo a plataforma perfeita para Watchmen e sua trama cheia de temáticas políticas, cenários variados na Terra e fora dela e diálogos extensos e filosóficos. Talvez seja por isso que a maior qualidade do longa de 2009 seja parecer uma versão filmada das páginas da HQ. A nova série precisará ir bem além para superar isso na tela reduzida da TV. 

    The Witcher - Sem data definida

    Netflix / Divulgação

    Será que vai funcionar? Potencial para isso, tem: The Witcher é uma das marcas mais importantes dos videogames na atualidade, o que a torna um produto óbvio para ganhar ramificações como uma série de TV. Faz mais sentido ainda ser pelas mãos da Netflix, o que significa que o público jovem fã da franquia será devidamente contemplado. 

    Mas será que foi feito do jeito certo? Há controvérisias. Por exemplo, Henry Cavill, o eterno Superman, como o mítico caçador de monstros Geralt de Rivia? Será que não havia qualquer ator do leste europeu mais indicado para o papel? 

    Star Wars - Episódio IX - 19 de dezembro

    Por que precisa dar certo? Apenas porque estamos há mais de 40 anos esperando pelo desfecho dessa história. Simples assim.

    Mas tem como dar errado? O retorno da direção às mãos de J.J. Abrams faz os fãs radicais de Star Wars respirarem um pouco mais aliviados (sorry, Rian Johnson!). Mas não deixa de ser preocupante a quantidade de pontas soltas e questões que precisam ser solucionadas em pouco mais de duas horas de filme. Será que vai dar? Tem que dar.

    Pablo Miyazawa é colunista do AdoroCinema e consome cultura pop desde que nasceu, há 40 anos, de Star Wars a Atari, de Turma da Mônica a Twin Peaks, de Batman a Pato Donald. Como jornalista, editou produtos de entretenimento como Rolling Stone, IGN Brasil, Herói, EGM e Nintendo World.

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