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    Festival de Brasília 2018: O comovente Temporada é um dos melhores filmes da mostra competitiva

    Sobre pessoas e cidades.

    A noite de 21 de setembro trouxe ao 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro aquele que é provavelmente o melhor filme de toda a mostra competitiva: Temporada, de André Novais Oliveira

    O cineasta de Ela Volta na Quinta retrata a vida na periferia de Contagem, Minas Gerais, onde Juliana (Grace Passô) trabalha na prevenção de endemias, especialmente a dengue. A função lhe dá a oportunidade de entrar na casa das pessoas e conhecer modos de vida diferentes do seu, enquanto resolve os próprios problemas com o marido e lida com um trauma no passado.

    O filme tem aparência simples, mas oferece um olhar complexo e sem fetiches à classe média, além de possuir ótimo senso de humor. O diretor tem um talento impressionante para a crônica, reproduzindo gestos e modos e falar muito próximos do coloquial.

    Leia a nossa crítica.

    Diante de tamanha maestria no retrato cotidiano, o curta-metragem Eu, Minha Mãe e Wallace, dirigido pelos irmãos Marcos e Eduardo Carvalho, teve suas deficiências acentuadas. O roteiro, no entanto, é muito bom: o filme imagina a saída da prisão de Wallace (Fabrício Boliveira), que decide visitar a ex-esposa e a filha pequena. A trama é contada pelo ponto de vista da menina, incapaz de perceber a tensão entre o pai e a mãe.

    Apesar de tamanha sensibilidade, as escolhas de imagem são curiosas: além da câmera tremida e hesitante, a fotografia opta por tons ora lavados (a chegada em casa), ora contrastados demais (o banho), enquanto a montagem efetua cortes um tanto artificiais dentro de cada cena e estranhos planos subjetivos chamam muita atenção para o próprio dispositivo. O tom de urgência soa pouco condizente com a trama calma, mais afeita a pequenos momentos de silêncio e convívio.

    Caroline Louise Eliano / Divulgação

    Concluindo a Mostra Caleidoscópio, Inferninho revelou um lado mais doce dos criativos diretores Guto Parente e Pedro Diógenes. Os cineastas imaginam um bar decadente onde todos os tipos de pessoas se encontram, sem julgamento, até um amor mal resolvido e a pressão pela compra do estabelecimento gerar disputas entre eles.

    O filme consegue equilibrar drama e humor, além de oferecer uma ambientação complexa no espaço do bar. Mesmo assim, termina por não desenvolver outros personagens além da patroa Deusimar (Yuri Yamamoto), privilegiando a fantasia romântica aos aspectos sociais.

    Leia a nossa crítica.

    Dia 22 de setembro, a mostra competitiva se encerra com a projeção do longa-metragem Bixa Travesty, de Cláudia Priscilla e Kiko Goifman, e os curtas-metragens Reforma, de Fábio Leal, e BR3, de Bruno Ribeiro.

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