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    Festival de Cinema Latino-Americano 2018: Como Fotografei os Yanomami questiona os limites do cinema

    Como filmar quem não pode ser filmado?

    Depois de um dia em que o AdoroCinema teve a oportunidade de ver quatro filmes consecutivos dirigidos por mulheres no 13º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, o dia 27 de julho trouxe três produções que questionam a violência física, psicológica e das imagens.

    O mais aguardado destes projetos era Como Fotografei os Yanomami, dirigido por Otavio Cury. O documentário brasileiro vai o norte do país para filmar a comunidade indígena que não deseja ser captada em imagens, por acreditar que as fotografias roubam parte da essência do fotografado. O filme tira ótimas conclusões desta curiosa relação com as imagens, e efetua propostas criativas para contornar o problema de representar os índios. Às vezes a estrutura se perde na multiplicação de recursos, mas termina por oferecer um filme questionador sobre a tarefa eticamente delicada de representar pessoas com vidas tão diferentes da nossa. Leia a nossa crítica.

    Enquanto isso, o mexicano Os Fracos, de Raúl RicoEduardo Giralt Brun busca uma nova forma de representar o conflito de gangues no país. Quando Victor descobre que seus cães foram assassinados, ele empunha uma arma e parte em busca dos responsáveis. Mas o filme surpreende ao evitar a violência explícita, sugerindo-a no espaço fora do quadro. No final, as imagens transmitem uma sensação de vazio e nostalgia, com vários homens fortes perdidos num universo decadente, que não deixa de lembrar uma ficção pós-apocalíptica. Leia a nossa crítica.

    Mulheres do Caos Venezuelano, de Margarita Cadenas, parte de uma premissa interessante: dar voz a mulheres do país inteiro que desejem denunciar os maus tratos do governo, dos policiais, das milícias. Elas falam sobre a pobreza, a falta de emprego, a insegurança nas ruas, a carência de remédios nos hospitais. A intenção é válida, porém prejudicada pelos fracos recursos cinematográficos e pela vontade de comover o espectador ao invés de investigar as raízes de cada um desses problemas. Leia a nossa crítica.

     

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