Minha conta
    Guia do Festival de Cannes 2018

    Os filmes que disputam a Palma de Ouro, os representantes brasileiros e os destaques das mostras paralelas.

    Os filmes abaixo serão apresentados na competição oficial e disputam a Palma de Ouro:

    Todos lo Saben, de Asghar Farhadi (Espanha / França / Itália)

    Depois de vencer o festival de Berlim com A Separação e levar prêmios em Cannes com O Passado (melhor atriz) e O Apartamento (melhor roteiro e ator), o diretor iraniano apresenta na abertura do festival a sua primeira produção em língua espanhola, com um elenco de peso: Penélope Cruz, Javier BardemRicardo Darín e Barbara Lennie. A história gira em torno de uma reunião familiar que desencadeia uma tragédia e revela segredos do passado.

    Under the Silver Lake, de David Robert Mitchell (Estados Unidos)

    Após o sucesso inesperado do filme de terror Corrente do Mal na Semana da Crítica, o diretor David Robert Mitchell foi catapultado diretamente para a competição oficial com seu terceiro filme. Nesta mistura de comédia e suspense, Andrew Garfield interpreta um jovem apaixonado por sua vizinha, que desaparece misteriosamente. Sem pistas, ele começa a interpretar números e rabiscos encontrados no apartamento dela, mas talvez tudo não passe de uma grande alucinação.

    BlackKklansman, de Spike Lee (Estados Unidos)

    Conhecido pelos filmes sulfurosos de temática racial (Faça a Coisa Certa, Febre da Selva), o diretor tem desenvolvido uma carreira irregular, com alguns projetos fracos que sequer chegaram aos cinemas. Desta vez, Cannes apostou no novo filme sobre um policial negro (John David Washington) que coordenou um esquema para se infiltrar na Ku Klux Klan e sabotar o movimento. Até as vésperas de Cannes, a imagem acima foi a única foto oficial divulgada de BlackKklansman.

    The Image Book, de Jean-Luc Godard (França)

    O veterano da Nouvelle Vague tem investido cada vez mais em projetos experimentais, com uma montagem extremamente fragmentadas que evitam a narrativa linear (caso dos recentes Adeus à Linguagem e Filme Socialismo). Este parece ser o caso também de Le Livre d'Image (no original), que pretende apresentar cinco capítulos refletindo sobre as representações do mundo árabe.

    At War, de Stéphane Brizé (França)

    Depois de interpretar um operário em busca de emprego em O Valor de um HomemVincent Lindon repete a parceria com o diretor Stéphane Brizé para mais uma crônica do mundo do trabalho. No drama, uma grande indústria decide fechar as portas e demitir 1100 funcionários. Os sindicatos se reúnem e começam a briga pela manutenção dos cargos, provocando o MEDEF, poderosa organização patronal das 40 empresas mais ricas da França.

    Sorry Angel, de Christophe Honoré (França)

    Cronista habitual das relações amorosas, o cineasta francês volta aos romances e à pluralidade sexual neste retrato sobre o estudante universitário Arthur (Vincent Lacoste) que conhece o escritor Jacques (Pierre Deladonchamps) e se apaixona. Quanto Jacques fica doente, um amigo mais velho (Denis Podalydès) passa a cuidar dele e interfere na relação.

    Knife + Heart, de Yann Gonzalez (França)

    Inspirado no universo underground de Paris nos anos 1990, este suspense acompanha a vida de Anne (Vanessa Paradis), uma produtora de filmes pornográficos. Ela luta para reconquistar a mulher que ama, enquanto prepara o filme mais ambicioso de sua carreira. De repente, um assassino em série começa a atacar os participantes do projeto. Depois do sucesso de Os Encontros da Meia-Noite na Semana da Crítica, o diretor tem seu primeiro filme na competição oficial.

    Girls of the Sun, de Eva Husson (França)

    Este drama de guerra se passa no Curdistão, onde Bahar (Golshifteh Farahani) lidera o batalhão das "Filhas do Sol", formado exclusivamente por mulheres. Ela está prestes a entrar numa cidade tomada por guerrilheiros, na esperança de encontrar o seu filho. A jornada é registrada por uma jornalista (Emmanuelle Bercot), que logo descobre ter muito mais em comum com Bahar do que imaginava. O projeto dirigido e estrelado por mulheres tem potencial de se destacar na competição.

    Dogman, de Matteo Garrone (Itália / França)

    Diretor acostumado à competição em Cannes, Garrone retorna às histórias violentas de Gomorra com esta fábula sobre o tímido Marcello, conhecido na periferia onde mora por seu trabalho numa pet shop, onde dá banho em cachorros. Quando um grande amigo sai da prisão e começa a praticar crimes no bairro, Marcello acaba participando sem querer dos planos violentos, e se vê entrando num caminho sem volta.

    My Bitter Land, de Alice Rohrwacher (Itália)

    A minúscula cidade de Inviolata vive separada do resto do mundo. Governados a mão de ferro pela marquesa Alfonsina de Luna, os habitantes desenvolvem o hábito de abusar de Lazzaro (Adriano Tardiolo), um garoto inocente e gentil com todos. Quando ele desenvolve uma boa amizade com Tancredi, o filho da marquesa, descobre a habilidade de voltar no tempo, para corrigir algumas injustiças. Na última passagem da diretora em Cannes, ela venceu o Grande Prêmio do Júri pelo drama As Maravilhas.

    Ash is Purest White, de Jia Zhang-Ke (China / França / Japão)

    O novo filme do aclamado diretor chinês combina romance e crime. Mais uma vez, sua atriz fetiche Zhao Tao lidera a trama sobre uma bailarina apaixonada por um mafioso local. Quando a vida dele corre risco, ela saca uma arma e mata o agressor de seu amado, mas vai a cadeia e cumpre penas de vários anos pelo assassinato. Saindo da prisão, ela pretende retomar o relacionamento de onde ele tinha parado.

    Shoplifters, de Hirokazu Kore-eda (Japão)

    Presente nos cinemas brasileiros atualmente com O Terceiro Assassinato, o diretor japonês já tem mais um filme pronto. O drama se passa junto a uma família extremamente pobre, com vários filhos, onde todos vivem de pequenos crimes. Em uma dessas ações, encontram uma garota abandonada e decidem acolhê-la. Mas a presença da pequena vai alterar completamente o meio de vida dos personagens.

    Asako I & II, de Ryusuke Hamaguchi (Japão)

    Ao contrário dos veteranos japonês e chinês acima, o jovem Hamaguchi nunca havia sido selecionado em Cannes. Ele apresenta a curiosa história de amor sobre uma garota de 21 anos cujo namorado desaparece completamente. Dois anos mais tarde, ela encontra um homem idêntico àquele por quem estava apaixonada. Asako não consegue resistir ao mistério, mas logo descobre uma pessoa de personalidade muito diferente do namorado desaparecido.

    Burning, de Lee Chang-Dong (Coreia do Sul)

    Aparentemente, os asiáticos vão garantir a cota de suspense e mistério na competição oficial. Neste filme, Jong-soo (Yoo Ah-in) trabalha fazendo entregas pela cidade, quando encontra por acaso Hae-mi (Jeon Jong-seo), uma garota que morava em sua vizinhança. Ela pede que ele cuide do gato dela enquanto faz uma viagem à África. Na volta, ambos têm coisas a explicar um para o outro: Hae-mi quer apresentar um amigo misterioso que trouxe da viagem, e Jong-soo precisa confessar um sombrio passatempo.

    The Wild Pear Tree, de Nuri Bilge Ceylan (Turquia / França)

    Vencedor da Palma de Ouro por Sono de Inverno, o cineasta turco traz mais uma história de grandes paisagens e profundos dilemas morais. Sinan (Dogu Demirkol) é um jovem escritor de talento, que retorna à cidade natal na intenção de juntar dinheiro para seu primeiro livro. Mas ele descobre que precisa arcar com uma dívida deixada pelo pai. Logo, Sinan deve tomar algumas decisões importantes.

    Cold War, de Pawel Pawlikowski (Polônia)

    Depois do premiadíssimo Ida, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, Pawlikowski apresenta mais um drama de guerra filmado em preto e branco. A sinopse oficial, ainda com poucos detalhes, precisa que a história se passa na Guerra Fria, mais especificamente no conflito entre Polônia e a França. Neste contexto, um músico e uma cantora vivem um relacionamento impossível.

    My Little One, de Sergey Dvortsevoy (Rússia / Alemanha / Polônia)

    O drama do diretor de Tulpan (vencedor da mostra Um Certo Olhar) apresenta o cenário da imigração clandestina na Rússia. Ayka é uma garota vivendo escondida em Moscou, trabalhando sem permissão. Ela engravida e dá à luz, mas abandona o bebê no hospital. Pouco tempo depois, no entanto, se arrepende do gesto, e começa uma jornada para encontrar o filho de volta.

    Summer, de Kirill Serebrennikov (Rússia)

    Mais conhecido pelo controverso O Estudante, apresentado no Brasil durante a Mostra de São Paulo, o diretor russo investe numa narrativa musical sobre a influência do rock no país durante os anos 1981. Neste contexto, um triângulo amoroso se forma entre o músico Viktor, a esposa Natasha e o mentor artístico dele, Mike. O caso se tornou público e gerou forte repercussão no país.

    Three Faces, de Jafar Panahi (Irã)

    Mesmo proibido de filmar em seu país, por causa dos projetos críticos ao governo, Panahi continua fazendo projetos escondidos, de baixo orçamento, que são levados para fora do Irã graças à ajuda de colaboradores. Desta vez, a história gira em torno de um vídeo encontrado por uma atriz. Nas imagens, uma garota implora por ajuda. Junto de Panahi, a atriz tenta descobrir se o material é verdadeiro, ou alguma montagem. Eles embarcam juntos na solução do mistério, através das repressivas leis locais.

    Yomeddine, de A.B. Shawky (Egito / Estados Unidos / Áustria)

    Único filme de um diretor estreante na briga pela Palma de Ouro. No centro da história está Beshay, homem que passou a vida inteira numa colônia para leprosos, mas hoje está curado. Quando a esposa desaparece, ele coloca seus pequenos bens sobre um burro e leva um garoto órfão consigo numa jornada pelo Egito, em busca de suas raízes.

    Capernaum, de Nadine Labaki (Líbano)

    Ainda sem fotos oficiais divulgadas, o drama da diretora de Caramelo apresenta Zein, um garoto de doze anos de idade. Inconformado com a vida miserável que leva, ele decide processar os próprios pais num tribunal, por o terem colocado no mundo.

    Estes são alguns dos filmes apresentados dentro da seleção oficial, mas fora de competição:

    The Man Who Killed Don Quixote, de Terry Gilliam (Espanha / Reino Unido / França / Portugal / Bélgica)

    O projeto dos sonhos do diretor sofreu com inúmeros problemas, incluindo acidentes nas filmagens, processos dos criadores, trocas de elenco e abandono dos investidores. Agora ele está pronto, mas ainda pode ser barrado, pois uma liminar pretende impedir sua exibição em Cannes. Caso seja mostrado no encerramento do festival, como previsto, o filme revelará o encontro de um produtor de TV contemporâneo (Adam Driver) com Dom Quixote (Jonathan Pryce) após uma viagem no tempo, de volta ao século XVII.

    Han Solo - Uma História Star Wars, de Ron Howard (Estados Unidos)

    Cannes tem a tradição de organizar pré-estreias de grandes produções de Hollywood, sempre fora de competição. O escolhido este ano foi o novo filme da saga Star Wars, estrelado por Alden Ehrenreich. Ele interpreta o jovem Han Solo, numa história de origem que revela como ele encontrou Chewbacca e Lando Calrissian (Donald Glover).

    The House that Jack Built, de Lars von Trier (Dinamarca / França / Suécia / Alemanha)

    Após ser banido de Cannes pelos comentários pró-Hitler, o diretor dinamarquês foi perdoado e volta a integrar a competição oficial - mas pela primeira vez, fora da disputa pela Palma de Ouro. Seu novo filme acompanha doze anos na vida de um assassino em série (Matt Dillon) especializado na morte de mulheres, e obcecado com a intenção de cometer o crime perfeito.

    Fahrenheit 451, de Ramin Bahrani (Estados Unidos)

    Refilmagem do clássico de mesmo nome, e adaptado do livro de Ray Bradbury, este filme da HBO imagina um futuro pós-apocalíptico no qual livros são considerados um perigo para a sociedade, assim como o livre pensamento da população. Michael B. Jordan interpreta um funcionário encarregado de queimar todos os livros, até encontrar pessoas que o fazem questionar estes atos.

    Whitney, de Kevin MacDonald (Reino Unido)

    Uma das sessões mais populares de Cannes deve ser a apresentação deste documentário sobre a vida e a carreira da cantora Whitney Houston. Julgando pelas primeiras imagens e trailers, o diretor da cinebiografia sobre Bob Marley investe numa narrativa bastante tradicional, misturando imagens de arquivo e depoimentos da família da artista.

    Pope Francis - A Man of His Word, de Wim Wenders (Estados Unidos)

    Mais uma cinebiografia apresentada em Cannes: desta vez, o projeto traz Wim Wenders (O Sal da Terra, Pina) encontrando o Papa Francisco para conversar sobre questões como a vida e a morte, a justiça, a evolução da sociedade e a resistência da fé católica pelo mundo.

    facebook Tweet
    Comentários
    Back to Top